São Paulo ainda busca respaldo jurídico para rescindir o contrato de Jean por justa causa

195

GloboEsporte

Marcelo Hazan

Liberação gratuita para outro clube ou empréstimo estão entre as outras opções.

infoesporte

Publicidade

Jean não vai mais vestir a camisa do São Paulo. Isso está decidido pela diretoria do clube desde que o goleiro foi preso nos Estados Unidos acusado de agredir a esposa. Mas, até agora, o Tricolor ainda não encontrou uma maneira para definir como será essa rescisão de contrato.

O São Paulo busca respaldo jurídico para encerrar o vínculo com o jogador por justa causa.

Representantes do São Paulo e do estafe de Jean estão em contato e poderão ter uma conversa nesta quarta-feira, quando o Tricolor se reapresenta para a pré-temporada. É certo que o goleiro não vai treinar com o grupo no CT da Barra Funda.

Inicialmente, o São Paulo estava decidido a rescindir o contrato de Jean após a volta ao trabalho. Mas se a demissão não for por justa causa, o clube teria de pagar os valores restantes do contrato, válido até 2022, o que está fora de cogitação.

São Paulo está decidido pela saída de Jean e busca solução para definir saída — Foto: Marcelo Hazan

São Paulo está decidido pela saída de Jean e busca solução para definir saída — Foto: Marcelo Hazan

Rescindir e pagar os valores do contrato de Jean pela demissão seria uma espécie de premiação ao goleiro por um ato condenado pelo clube, na visão do São Paulo.

O goleiro foi preso durante as férias nos Estados Unidos acusado de agredir a esposa. Jean foi liberado da detenção sem pagar fiança após audiência em Orlando.

Ou seja, se não houver respaldo jurídico para uma rescisão por justa causa, as alternativas possíveis seriam uma liberação gratuita definitiva para outro clube ou um empréstimo. O Ceará chegou a mostrar interesse pelo goleiro, mas recuou após manifestações da torcida.

Em dezembro, o São Paulo estava decidido a romper com o jogador no mesmo dia do ocorrido. Mas o clube não podia concluir a rescisão durante as férias de Jean, por conta das leis trabalhistas do Brasil que indicam que um empregado não pode ser demitido durante esse período de descanso.

Em nota oficial veiculada na época do caso, o São Paulo repudiou as agressões de Jean e disse que “não tolera e não admite episódios como os que foram noticiados”.

Relembre o caso

Jean agrediu a esposa Milena Bemfica com oito socos, de acordo com a declaração de prisão registrada pelo Xerife do Condado de Orange, na Florida. No registro, o policial responsável pela abordagem relatou que Milena disse que os dois discutiram na madrugada do dia 18 de dezembro no quarto do hotel onde estavam hospedados em Orlando, nos EUA, e ela tentou acalmar Jean. Depois, os dois entraram no banheiro para discutir, mas uma das filhas quis ir para a cama.

Nesse momento, o documento, baseado no relato de Milena, apontou que Jean seguiu a esposa e a puxou para a cama, onde subiu em cima da mulher e deu três socos no rosto dela. Depois, segundo o registro, o goleiro acertou outros cinco golpes na esposa.

O documento também relatou que Milena pegou uma chapinha de cabelo para se defender e com o objeto feriu Jean em ato de legítima defesa. A chapinha quebrou ao atingir a cabeça do jogador.

Jean foi preso em flagrante após Milena postar vídeos nas redes sociais pedindo socorro após ser agredida. Ele passou uma noite na prisão até a audiência, marcada para o dia seguinte ao incidente. Jean não precisou pagar fiança para ser solto. A decisão foi baseada na promessa dele comparecer perante o tribunal em audiências futuras e em se comprometer a não se envolver em outras ações ilegais.

Apesar de ter a soltura determinada, Jean continuará a ser processado na Flórida pelo crime de violência doméstica. Ele também terá que manter distância da mulher, segundo determinação do tribunal. A Justiça permitiu que ele mantenha contato com as filhas, mas sob supervisão de terceiros.

Milena não quis prestar queixa contra Jean, mas ele será processado mesmo assim. A ordem de restrição também afirma que ela, como vítima, não poder solicitar a retirada desta ordem judicial.