Quem é o garoto que ofuscou Pato e que Diniz quer recuperar no São Paulo

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UOL

Bruno Grossi

Se o São Paulo continua invicto em 2020, o garoto Brenner tem participação decisiva nesse feito. Depois de passar o Campeonato Brasileiro do ano passado emprestado ao Fluminense, graças a pedido de Fernando Diniz, o atacante retornou ao Tricolor Paulista novamente por influência do treinador e ontem (3) deu a primeira prova de que pode reagir no Morumbi.

Brenner não fez nenhuma jogada genial, nem marcou um golaço. Mas cumpriu exatamente aquilo que Diniz esperava ao lançá-lo no lugar de Alexandre Pato contra o Novorizontino: mobilidade e capacidade de finalização. O jovem teve apenas uma chance para marcar e, relembrando os tempos de base em Cotia, esbanjou oportunismo para garantir o 1 a 1 na quarta rodada do Campeonato Paulista.

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“Eu estava precisando de um gol para recuperar a confiança e fico feliz pela oportunidade que o professor Diniz me deu de voltar ao São Paulo. Venho evoluindo a cada dia e buscando meu espaço. Esse foi o gol mais especial que fiz no São Paulo. Agradeço ao Diniz, à comissão, aos jogadores que me ajudam e confiam em mim neste retorno”, celebrou Brenner.

Ao mesmo tempo em que sonha com uma afirmação do atacante de 19 anos, o São Paulo mantém os pés no chão para falar sobre Brenner. Até hoje há quem defenda que a promoção ao elenco profissional em 2017, sob responsabilidade de Rogério Ceni, foi precoce. Depois, a prata da casa colecionou episódios de instabilidade emocional, como em recusas de voltar para a base, e ficou muito distante da promessa que, em 2017, chegou a ter média de dois gols por jogo na equipe sub-17.

A aposta tricolor é que Diniz conseguirá resgatar uma versão melhor de Brenner. O garoto mostra muita qualidade para finalizar nos treinos, se entende bem com os jogadores mais talentosos do elenco, mas precisa ser mais realista e focado. O técnico tem fama de conseguir deixar os atletas mais centrados e a resposta por enquanto é satisfatória. Brenner se sentiu acolhido por Diniz desde a ida ao Fluminense e segue demonstrando essa confiança, como no abraço que fez questão de dar no treinador mesmo diante da pressa dos companheiros para reiniciar a partida contra o Novorizontino.

“A comemoração foi forte mesmo, mas preciso manter a calma porque a vitória não veio. O Daniel (Alves) até me segurou para que eu não tirasse a camisa (e levasse amarelo) e para voltar logo para o jogo. Mas não deu (risos). Na próxima eu prometo que vou. Os meninos até brincaram que eu estou forte”, brincou o atacante, que ainda comentou o lance de oportunismo para marcar depois ver o companheiro Alexandre Pato sair frustrado por dois gols anulados equivocadamente: “A noite era dele. O Pato fez dois gols e eu torci e vibrei muito por ele, mas infelizmente erros da arbitragem cancelaram os gols. Depois acho que minha estrela brilhou na hora certa. Eu tenho treinado muito e pude aproveitar minha oportunidade”.