“Não nasci para estar ao lado de medíocre”, diz Daniel Alves

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UOL/LancePress

Daniel Alves, meia do São Paulo, mostrou traços de sua personalidade em entrevista ao youtuber Raiam Santos, escritor e especialista em empreendedorismo. Na conversa, gravada antes das pausas dos campeonatos e voltada à vida extracampo do camisa 10, o jogador de 36 anos afirmou não ter paciência para mediocridade.

“Eu não nasci para estar do lado de medíocre, mano, infelizmente essa é minha a realidade. Mediocridade eu não quero do meu lado, porque ela vai me fazer medíocre. Por isso não discuto com ninguém. As pessoas descem o pau em mim, falam m… pra c… de mim, e eu falo: ‘beleza’. Isso aí está no meu alcance? Não. O que está no meu alcance? Execução, entrega. Então executa e entrega. O que elas falarem não vai mudar o que você faz, se realmente você sente que é isso que você tem que fazer. Pronto, acabou”, afirmou Daniel Alves.

“Eu sou preocupado com a entrega. Se o cara me contratou para dar uma cambalhota, eu dou três. Eu dou a mais para ele. A entrega tem que ser maior do que o que as pessoas esperam. Ela não pode gerar uma expectativa que eu não vou suprir depois. Eu gero uma expectativa que posso cumprir”, completou o jogador, contratado pelo Tricolor para ajudar a colocar fim à fila de títulos que dura desde 2012.

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Detentor de 40 títulos da carreira, um recorde em toda a história do futebol, Daniel Alves repetiu diversas vezes durante o bate-papo que sua preocupação é deixar um legado e servir de inspiração para outras pessoas, principalmente aquelas que vivem em situação de pobreza como ele vivia na infância em Juazeiro, na Bahia.

“O cara me entregou um prêmio agora, e eu nem sabia: sou o único lateral-direito a ter sido eleito o melhor da Copa América. Aí eu vou juntando as coisas e falo: ‘c…, sou único mesmo, velho’. No ano em que o Barcelona ganhou os seis títulos, eu fui o único jogador que ganhou sete. Eu vim aqui e ganhei uma Copa América com a seleção brasileira. Nasci com o c… para a lua mesmo (risos)”, brincou.

Depressão antes da Copa América de 2019 Daniel Alves foi cortado da seleção que disputou a Copa do Mundo de 2018 devido a uma grave lesão de joelho. Quando muitos achavam que a história dele com a camisa do Brasil havia acabado, o então lateral foi capitão, campeão e melhor jogador da Copa América no país em 2019. Mas antes houve momentos de tensão.

“Quando eu comecei a me recuperar, falei: qual é o próximo desafio? Copa América do Brasil? Então deixa comigo. Liguei para o [fisioterapeuta Bruno] Mazziotti, que eu sempre agradeço, e falei: vamos para isso. Comecei, foco, foco, foco, sofrido para c…, chorava para c… No último terço da recuperação eu tive um pouquinho de depressão. Você é humano, tem preocupações, é evidente. Uma vez que você opera, se der m…, babou. Vem aquela angústia, aquele medo necessário na vida do ser humano, porque te deixa em alerta. Quando o resultado foi ficando legal, o objetivo era destruir na Copa América. Se você vai em uma competição dessa e faz m…, acabou.

‘Eu vou chegar na Copa América e vou destruir, porque é a única forma de as pessoas respeitarem’. Idade não importa, velho. Você prefere no seu time um jogador que ganhou, que já demonstrou que ganha na hora do vamos ver, ou prefere um moleque de 20 anos que é uma promessa? Não é falando da galera de 20 anos, não, mas eles têm que viver o processo”, opinou.