São Paulo cansa e permite a virada do Binacional em estreia na Libertadores

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Igor Gomes briga contra a marcação do Binacional no jogo de estreia do São Paulo na Libertadores 2020 - ERNESTO BENAVIDES / AFP
Igor Gomes briga contra a marcação do Binacional no jogo de estreia do São Paulo na Libertadores 2020 Imagem: ERNESTO BENAVIDES / AFP

Do UOL, em São Paulo

São Paulo não resistiu aos efeitos da altitude e começou a sua caminhada na Copa Libertadores com derrota. Hoje (5), em Juliaca (que está cerca de 3.800 metros acima do nível do mar), no Peru, o Binacional venceu de virada o Tricolor paulista por 2 a 1. O time brasileiro abriu o placar com Alexandre Pato e dava a impressão de que iria ganhar com tranquilidade. No segundo tempo, os visitantes cansaram e os donos da casa fizeram os gols com Aldair Rodríguez e Arango.

Na próxima rodada do torneio, o São Paulo vai receber a LDU na quarta-feira (11), no Morumbi. No mesmo dia, o Binacional encara o River Plate, na Argentina. Antes disso, o Tricolor volta a atuar pelo Campeonato Paulista. No domingo (8), em Ribeirão Preto, a equipe do técnico Fernando Diniz enfrenta o Botafogo.

No início, o São Paulo manteve a tranquilidade e dominou o adversário com seu estilo de jogo, que prioriza o toque de bola. Pato fez o seu ainda no primeiro tempo. Os adversários aproveitaram o cansaço dos brasileiros e empataram com Aldair Rodríguez, logo no começo da segunda etapa. Arango, com chute de fora da área, colocou os peruanos na frente.

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Altitude e advertência

Uma das principais preocupações do São Paulo era a altitude. Juliaca fica a cerca de 3.800 metros acima do nível do mar. Por isso, a delegação estava na Bolívia e viajou para o Peru apenas no dia do confronto. O regulamento da competição, no entanto, diz que em “cidades com altitude superior a 2.000 m ao nível do mar, as equipes deverão chegar ao país em que se realizará a partida pelo menos 24h antes do início da mesma e, única e exclusivamente nessa situação, excepcionalmente, poderão chegar à cidade ou a um raio de 50km até 6h antes do início da partida”. O descumprimento de tal regra implicará em uma advertência.

Ainda na tentativa de minimizar as condições adversas, o goleiro Tiago Volpi treinou com bola de vôlei, que é mais leve, durante a semana e o clube levou 12 cilindros de oxigênio em sua bagagem.

Ídolo reforça o banco de reservas

Para transmitir um pouco mais de sua experiência e acompanhar o jogo de perto, Diego Lugano sentou no banco de reservas hoje. O superintendente de relações institucionais do clube conquistou o título da Copa Libertadores em 2005.

Diniz fica nas tribunas

Fernando Diniz cumpriu suspensão por causa de partida da Copa Sul-Americana entre Fluminense e Peñarol do ano passado. Na ocasião, a equipe carioca, que era comandada por Diniz, demorou para voltar ao jogo mais do que os 15 minutos programados de intervalo. O auxiliar Márcio Araújo foi o responsável por dirigir o time hoje.

Quem foi bem

Alexandre Pato estava bem posicionado e aproveitou a chance que teve.

Quem foi mal

Pablo deu assistência para o gol de Pato, mas perdeu algumas oportunidades claras de gol. No segundo tempo, cansado, caiu muito de rendimento e acabou sendo substituído.

Desempenho do Binacional

Os peruanos tentaram explorar os efeitos da altitude desde o início. Logo quando pegava a bola, o time da casa arriscava os chutes de longa distância. O sistema defensivo do Binacional, por sua vez, cometeu algumas falhas e permitiu que o Tricolor chegasse. No segundo tempo, os anfitriões exploraram o cansaço do Tricolor e conseguiram o triunfo.

Desempenho do São Paulo

O trabalho para se adaptar às condições de Juliaca deu o resultado esperado no primeiro tempo. O time tocou com tranquilidade a bola e levava perigo ao gol adversário. Depois de abrir o placar, a equipe permitiu que o rival chegasse mais. Nos contragolpes, porém, os brasileiros ainda eram mais eficientes – faltava só um pouco mais de capricho nas finalizações, principalmente de Pablo. No segundo tempo, o time cansou e permitiu a reação dos peruanos.

Cronologia do jogo

Mesmo com a questão da altitude, o São Paulo impôs o seu estilo na primeira parte do jogo. O time brasileiro teve calma para tocar a bola e criar boas jogadas. Já os peruanos arriscaram os chutes de longa distância, como com Fajardo aos 9 minutos. A boa performance do Tricolor rendeu frutos. Aos 20, Daniel Alves iniciou a jogada e serviu Pablo. O camisa 9 tocou para Pato que ajeitou e mandou para o fundo das redes. Pouco depois, o time visitante ainda teve mais uma boa oportunidade, mas Antony não concluiu da maneira esperada.

Na sequência, o Binacional seguiu arriscando de fora da área e os tricolores tiveram outras chances nos contra-ataques. Aos 32, por exemplo, Pablo perdeu novamente ao chutar para fora.

Os donos da casa começaram a segunda etapa no ataque e pressionaram os visitantes, que pareciam cansados. Logo aos 4 minutos, Aldair Rodríguez ganhou na corrida da marcação de Bruno Alves e Arboleda para chutar rasteiro e empatar. Na parte final do duelo, o equilíbrio predominava, com os dois times alternando bons momentos. Quando o jogo parecia se encaminhar para o empate, os peruanos fizeram o segundo. Aos 32, Arango, de fora da área, chutou e a bola entrou. Restou depois o time peruano administrar a vantagem.

FICHA TÉCNICA:
BINACIONAL (PER) x SÃO PAULO

Data: 5 de março de 2020, quinta-feira
Local: Estádio Guillermo Briceño Rosamedina, em Juliaca (Peru)
Competição: Copa Libertadores, fase de grupos, 1ª rodada
Árbitro: José Méndez (Paraguai)
Cartões amarelos: Daniel Alves, Igor Vinícius (São Paulo)
Gols: Alexandre Pato aos 20 minutos do 1º tempo; Aldair Rodríguez aos 4 do 2º, Arango aos 32 do 2º

BINACIONAL: Raúl Fernández; Pérez, Éder Fernández, Fajardo e Reyes; Ojeda (Guachire), Tello, Arango e Manco (Polar); D. Leudo e Aldair Rodríguez (Zeta). Técnico: Flabio Torres.

SÃO PAULO: Tiago Volpi, Igor Vinícius, Bruno Alves (Hernanes), Arboleda e Reinaldo; Tchê Tchê, Daniel Alves e Igor Gomes; Antony, Pablo (Liziero) e Alexandre Pato (Toró). Técnico: Márcio Araújo (auxiliar).


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