Raí fala sobre futuro no São Paulo, se tem medo de manchar história e da importância de Telê

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GloboEsporte

Diretor e ídolo do Tricolor foi o entrevistado do “Tino Marcos Uchôa” desta quarta-feira.

Raí foi o convidado do programa “Tino Marcos Uchôa” desta quarta-feira. Um dos maiores ídolos da história do São Paulo, o ex-meia e atual diretor executivo de futebol do Tricolor falou sobre os desafios como dirigente e se tem medo de sua imagem ficar arranhada pelo trabalho nos bastidores.

– A partir do momento que você topa um desafio desses não tem que ter medo. Desgastes vão acontecer em alguns momentos e a gente vai ver depois – falou.

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– Sei que pode arranhar em algum momento aqui ou ali, mas o que vale depois é o resultado global, a experiência como foi e também minha experiência como atleta vai ficar na história do São Paulo. Faz parte do desafio que topei e estou contente com o caminho que estamos, com grande elenco, grandes perspectivas pela frente. Com certeza do momento que cheguei no São Paulo estamos em uma crescente e espero ser campeão como dirigente – completou.

O campeão do mundo foi questionado também sobre como sua experiência de jogador vitorioso pode ajudar no trabalho de dirigente.

– Claro que tem muitos pontos que ajudam, mas hoje a realidade é diferente. Você tem que ir se adaptando e colocando essa experiência que tive dentro de campo e como pessoa, você tem que agregar. Com tudo no mundo, você tem que estar sempre atento, aprendendo e adaptando – disse.

Tino Marcos e Uchôa entrevistam Raí, do São Paulo — Foto: Reprodução

Tino Marcos e Uchôa entrevistam Raí, do São Paulo — Foto: Reprodução

No final do ano passado, Raí teve o seu cargo ameçado após duras críticas de conselheiros do clube. O seu contrato iria até dezembro de 2019, e esse desgaste poderia encerrar ali a sua passagem pelo São Paulo.

No entanto, o presidente Leco renovou por mais um ano o vínculo, e Raí permaneceu em 2020. A situação agora é diferente. Com contrato até o final deste ano, o diretor não sabe sobre o seu futuro dentro do clube, ainda mais por ser um período eleitoral e o último de Leco na presidência.

– Eu tenho contrato até o final do ano, gestão até o final do ano e como no futebol, ainda mais com esse ano atípico, cheio de desafios, para falar a verdade não dá nem tempo de você pensar. Você tem que se preparar para fazer um trabalho, um grupo, uma equipe que dê conta do recado não só no curto prazo. No médio e no longo também, e acho que isso o São Paulo tem, tem uma filosofia de trabalho, de jogo, tem um grande grupo e um elenco para dois, três anos – disse Raí.

– Os desafios foram tão grandes e ainda vão ser tão grandes que não deu nem tempo de pensar nisso. Óbvio que o trabalho que foi feito até o momento vai render frutos e vai continuar. Mas sem dúvidas nenhuma quando você muda uma gestão, vai ter uma eleição, isso tudo tende a ter algumas mudanças. Mas confesso que é uma coisa que eu não me preocupo. O que me preocupo é em me concentrar, manter o foco agora para colher os frutos – acrescentou.

Durante o período em que Raí está como diretor, o São Paulo não conseguiu grandes resultados dentro de campo. A expectativa é que esse ano, com um time recheado de nomes importantes, como Daniel Alvez, Alexandre Pato e Hernanes, a equipe conquiste ao menos o Campeonato Paulista.

Como jogador, Raí ganhou tudo no São Paulo: Paulistão, Brasileirão, Libertadores, Mundial… E Telê Santana, técnico multi-campeão, foi quem ajudou muito.

– Eu estava naquela fase, começando a ser titular absoluto, sendo respeitado pela torcida, capitão do time… E o Telê já chega provocando. Ele era perfeccionista. Eu poderia estar jogando bem, mas se não era aquilo que ele achava que eu poderia dar, ele me tirava. Teve um momento que cinco, seis jogos seguidos, eu jogando bem ou mal, ele me tirava 15, 20 minutos paro final do jogo para me provocar. Nos treinos me colocava no time reserva – lembrou.

– E acho que uma das características de um atleta vencedor é você responder reagir quando é provocado, quando vira um desafio e você cresce (…) O Telê ensinou esse prazer do jogo coletivo e todo mundo cresceu. Juntando isso aos fundamentos, acabei ficando com mais fome de gol. Em 90 o Telê chegou e 91 eu já fui artilheiro do campeonato, do time, o que eu não era. Então me tornei um jogador mais completo – acrescentou.

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