UOL
Jeremias Wernek e José Eduardo Martins
O São Paulo e o Grêmio podem bater o martelo em uma negociação no mercado da bola. Os tricolores discutem as condições para trocarem Luciano por Everton. Uma reunião deve ser realizada entre as partes para dar andamento ao acordo, que até o momento não envolve valores para ser concluída. Segundo apurou o UOL Esporte, alguns motivos explicam essa transação.
Fernando Diniz acredita ser necessário um jogador com tais características para compor o seu elenco. Na visão do treinador, Luciano pode deixar o sistema ofensivo mais objetivo — a falta de efetividade do ataque é uma das principais críticas ao time do Morumbi no momento. Além disso, o técnico gosta muito do jogador, que já tinha sido indicado anteriormente para a diretoria são-paulina.
Coincidentemente, os integrantes do departamento de futebol também fazem uma avaliação positiva do atleta e já tinham tentado até a contratação de Luciano no ano passado, quando ele ainda defendia o Fluminense. Na época, quando Cuca era o comandante, o time acabou fechando com Raniel, que estava no Cruzeiro. O São Paulo também acredita que poderá fazer uma economia ao fechar tal troca. Afinal, Everton tem um salário superior ao de Luciano no Grêmio. Além disso, na visão de integrantes do departamento de futebol, Everton pode perder o seu valor de mercado.
Aos 31 anos, ele tem vínculo com o clube até 30 de junho de 2021 — portanto estará livre para assinar um pré-contrato com outro clube a partir de janeiro sem que o Tricolor paulista receba qualquer compensação financeira. Já Luciano tem acordo com o Grêmio até o fim de 2022 e a ideia do São Paulo é de que o novo contrato também tenha essa validade. Vale destacar ainda que Everton não é tão utilizado por Diniz. O meia-atacante chegou no clube em 2018. Depois de se destacar no time de Diego Aguirre, acabou sofrendo com diversas lesões e não engatando mais uma boa sequência.
Por outro lado, Luciano já defendeu o Grêmio na fase de grupos da Copa Libertadores, enquanto Everton não pôde ser inscrito pelo São Paulo no torneio continental e poderia jogar pelos gaúchos na competição.
No Grêmio, a saída de Everton Cebolinha deixou uma lacuna no elenco. No time, a vaga deve ficar com Pepê — destaque entre os jovens do Grêmio há pelo menos uma temporada. Mas a visão da comissão técnica é que faltam opções para o lado do campo. Everton chegaria para ser o jogador de ‘beirada’, podendo também ser alternativa em outras funções. A versatilidade pesa bastante.
Outro argumento para fazer o Grêmio cogitar tal possibilidade é o interesse do São Paulo em Luciano. Reserva em Porto Alegre e sem conseguir deslanchar, o atacante custou investimento de cerca de 1,5 milhão de euros na temporada passada. A oportunidade perfeita para liberar o jogador e ainda se reforçar sem precisar pagar. Pagar é o terceiro motivo. Mesmo com as vendas de Diego Rosa ao City Group e Everton Cebolinha ao Benfica, que juntas assegura cerca de 25 milhões de euros (cerca de R$ 157,9 milhões), o Grêmio não pretende contratar jogadores em operações com muito dinheiro. A ordem na Arena é diminuir custos para enfrentar bem a crise e a pandemia do novo coronavírus.
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