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José Eduardo Martins
A negociação da rescisão de Alexandre Pato colocou ainda mais em xeque alguns personagens do São Paulo. A relação desgastada entre Fernando Diniz e o atacante foi preponderante para que o jogador perdesse o espaço no time e tomasse a decisão de procurar um outro clube. Já a diretoria do Tricolor paulista viu a oportunidade de economizar com a saída do atleta, um dos atletas mais caros do elenco. E assim, o treinador e o executivo de futebol, Raí, vão depender ainda mais de resultados para suportarem a pressão e permanecerem nos seus cargos.
Hoje, a partir das 20h, no Morumbi, o São Paulo enfrenta o Bahia. Um empate ou uma derrota vai fazer a pressão sobre o técnico e o dirigente aumentar. Entre parte dos dirigentes do Tricolor e torcedores, os trabalhos de Raí e de Diniz já eram mal avaliados. A principal organizada do Tricolor, a Independente, por exemplo, marcou um protesto para a porta do estádio antes da partida.
O campeão mundial de 1992 é questionado por ter contratado jogadores pouco utilizados como Tréllez e o emprestado Everton Felipe (hoje no Atlético-GO), cada um por R$ 6 milhões. O clube também não conquistou títulos durante a sua gestão, que teve início no fim de 2017. As constantes trocas de treinadores, como a saída de Diego Aguirre a cinco rodadas do término do Brasileirão de 2018, também são criticadas. Raí tem contrato só até o fim deste ano, quando acaba a gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
Diniz era bem avaliado até a paralisação das competições por causa da pandemia do novo coronavírus. No entanto, após a retomada do Paulistão, ele comandou o time em uma das mais vexatórias derrotas na história recente do clube, o 3 a 2 contra o Mirassol em pleno Morumbi. Ali, muitos já passaram a pedir a troca de treinador. A diretoria de futebol, que trabalha na Barra Funda, deu respaldo para o comandante. O início do Brasileirão, com futebol abaixo do esperado e a derrota para o Vasco, fez a pressão aumentar. O treinador, por sua vez, focou no trabalho e desde a queda no Estadual procurou manter mais ao seu lado quem mostrasse estar engajado com sua filosofia.
Alexandre Pato, que ainda tinha algum prestígio com parte da torcida, não se enquadrou com a postura esperada pelo comandante. Ao ser sacado do time, ele não esboçou uma reação e parecia deslocado da realidade. Antes da partida contra o Vasco, ele não se colocou à disposição para entrar e passou a ser visto como última opção (o que tecnicamente não se enquadrava com a avaliação do próprio treinador).
A saída do camisa 7, por um lado, gerava alívio. Afinal, o clube vai deixar de gastar cerca de R$ 35 milhões, entre salários e outros encargos até o fim do contrato com o jogador que era válido até o término de 2022. Assim, também poderia até ser aberta a oportunidade para se contratar alguém. Porém, o gasto com o jogador até aqui e o fato de ele ser benquisto por parte da torcida podem ser também ingredientes suficientes para aumentar a temperatura no Morumbi.
Com o aval dos líderes do time, Diniz chegou ao clube em setembro de 2019, para substituir Cuca. O técnico tem acordo com o clube nos termos da CLT (sem prazo de validade ou multa contratual). Em 32 jogos, o time obteve 15 vitórias, sete empates e dez derrotas (54,16% de aproveitamento dos pontos).
FICHA TÉCNICA: SÃO PAULO x BAHIA Data: 20 de agosto de 2020, quinta-feira Horário: 20 horas (de Brasília) Local: Morumbi, em São Paulo Competição: Campeonato Brasileiro, 4ª rodada Árbitro: Rodrigo Carvalhaes de Miranda (RJ) Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Correa (RJ) e Daniel do Espirito Santo Parro (RJ) Quarto árbitro: Adriano de Assis Miranda (SP) VAR: Paulo Roberto Alves Junior (PR).
SÃO PAULO: Tiago Volpi; Juanfran (Igor Vinícius), Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Liziero, Tchê Tchê, Daniel Alves e Igor Gomes; Pablo e Vitor Bueno (Luciano). Técnico: Fernando Diniz BAHIA: Douglas Friedrich; Nino, Ernando, Juninho e Juninho Capixaba; Ronaldo, Gregore, Rodriguinho, Élber e Rossi; Gilberto. Técnico: Roger Machado.
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