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Thiago Fernandes
A torcida espalhou faixas ao redor do Morumbi pedindo a saída de Fernando Diniz e a diretoria chegou a trabalhar a possibilidade de outros nomes para a função. O cenário antes da vitória por 3 a 0 sobre o Atlético-GO era propício para a mudança de técnico no São Paulo. Mesmo com o triunfo na 14ª rodada do Brasileirão, a pressão persiste. O técnico se apega à relação com o executivo de futebol Raí para aumentar a sua longevidade.
É o dirigente quem segura o treinador à frente do trabalho no CT da Barra Funda. O ídolo são-paulino se tornou um escudo em meio à pressão que chega por vias internas e externas. Não foi apenas a torcida que cobrou Raí sobre o treinador. Até o presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, já se manifestou internamente a fim de cobrar resultados. Mas o executivo o mantém e adota um discurso de crença no trabalho, que já acumulou também uma eliminação precoce na fase de grupos da Libertadores.
A força de Raí é diariamente testada nos bastidores com o caso de Fernando Diniz. O cartola conseguirá sustentar o treinador pelo menos até o próximo sábado (10), quando o time enfrentará o Palmeiras, em pleno Allianz Parque, pela 15ª rodada do Brasileirão. A sobrevida do comandante depende de um novo resultado positivo no clássico do fim de semana.
“Eu acho que é sempre saudável você poder trocar [ideias] com as pessoas, tanto os jogadores quanto os membros da diretoria. Quando tem uma honestidade e uma cumplicidade envolvidas, a gente tem que saber trocar e compartilhar aquilo que está vivendo. O São Paulo precisa da ajuda de todo mundo. Eu estou sempre sendo ajudado aqui. Passar por momentos turbulentos é a hora que você testa mais as relações, elas se enfraquecem ou se fortalecem. A gente tem a graça de ver o fortalecimento das relações nesse ano que estou aqui”, destacou o treinador.
Em meio à pressão, se apega à ótima relação com Raí, com quem conversou para debater o trabalho antes e depois do treino da última segunda-feira (5): “Primeiro que eu não tive reunião com a diretoria [na última segunda-feira]. O que a gente tem lá é sempre uma conversa. A gente conversa muito antes do treino e depois do treino. A gente troca informação sempre com o [gerente-executivo Alexandre] Pássaro e o Raí. Estamos com saudade do nosso presidente, o Leco. Não coloco limites para poder conversar. Não houve uma reunião formal”, afirmou.
Mesmo em meio à pressão sofrida na rotina são-paulina e a necessidade de contar com aliados para seguir no clube, Fernando Diniz alega se sentir bem no cargo ocupado atualmente: “Estou me sentindo bem agora, melhor com a vitória, e estava bem antes do jogo. Ser técnico de futebol do São Paulo é isso. Todos os treinadores que ganharam passaram por momentos de pressão. Temos que trabalhar muito, vencer jogos e dar alegrias à torcida”, disse após a vitória sobre o Atlético-GO.
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