GloboEsporte
Eduardo Rodrigues
Tricolor perde quatro pontos em quatro dias e desperdiça chance de assumir a liderança.
O São Paulo tem dois problemas para resolver se ainda sonha em conquistar o título do Campeonato Brasileiro nesta temporada: a oscilação nos jogos e a falta de opções no banco de reservas. O próximo desafio? O Bahia, sábado, às 19h, em Salvador, pela 23ª rodada.
No empate por 1 a 1 da última quarta-feira contra o Ceará, no Castelão, em jogo atrasado da 16ª rodada, esses dois fatores foram cruciais para que o Tricolor não saísse com os três pontos e pudesse colar na liderança – o time é o terceiro, com 38 pontos e agora com dois jogos a menos.
A oscilação é algo que acompanha o São Paulo durante toda a temporada. Jogo sim e jogo não, a equipe comandada por Fernando Diniz faz um primeiro tempo muito bom e um segundo tempo muito ruim (e vice-versa).
Contra o Ceará foi a vez de fazer um primeiro tempo bom e um segundo tempo abaixo.
Essa falta de regularidade já custou pontos importantes ao time não só no Brasileirão, mas também nas eliminações do Campeonato Paulista e da Copa Sul-Americana. Algo que o técnico Fernando Diniz insiste em dizer nas entrevistas coletivas que precisa melhorar, mas ainda não conseguiu.
Fernando Diniz em Ceará x São Paulo — Foto: Miguel Schincariol / saopaulofc.net
Contra o Vasco, no último domingo, o São Paulo deixou outros dois pontos para trás na mesma tônica. Pode ter o entendimento que isso faz parte de algum tipo de cansaço do elenco, que vem em uma maratona de jogos nos últimos meses. Diniz, porém, rechaça essa hipótese:
– Quanto ao cansaço, eu não achei que o time esteve cansado em momento nenhum, muito pelo contrário. É muito difícil jogar aqui (no Castelão), eles costumam deixar a grama mais alta, o campo mais seco, mais úmido e mais quente. Não vejo motivo para questionar se o time está cansado, muito pelo contrário. Semana passada ganhamos de 3 a 0 do Flamengo, um jogo abaixo contra o Vasco e hoje aqui o time correu do início ao fim do jogo.
Não se pode isolar o fato que dentro dessas oscilações o São Paulo também conseguiu vitórias importantes. No entanto, um time que almeja o título brasileiro não pode se dar ao luxo de construir vitórias dessa maneira.
Opções no banco
A falta de jogadores no banco de reservas para mudar o ânimo ou até o estilo do São Paulo jogar é outra coisa que pode minar o caminho do São Paulo nessa corrida pela taça.https://37303219ab1bdada54da64eafc2519ab.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Após encontrar um time base, Fernando Diniz geralmente não costumar mudar muitas peças. Ele costuma dizer que “as trocas não têm que ser normais, têm que ser boas”.
E geralmente, três serão realizadas em praticamente todos os jogos: as entradas de Vitor Bueno, Tchê Tchê e Pablo. Isso porque não há muitas outras opções de qualidade no banco, e Diniz também não se mostra muito favorável a dar um tempo maior de jogo a outros atletas.
Jogadores do São Paulo no Castelão — Foto: Miguel Schincariol / saopaulofc.net
As opções de velocidade pelas pontas, por exemplo, praticamente não existem. Depois que Antony deixou o clube, Helinho seria esse sucessor. No entanto, não rendeu o esperado e foi emprestado ao Red Bull Bragantino. Paulinho Boia passou mais de um mês lesionado, mas também não é um jogador que vai decidir o jogo. Já Toró é pouco utilizado.
No ataque, Pablo sempre é a bola de segurança para o segundo tempo. Tréllez e Gonzalo Carneiro só entram no desespero. Galeano, do sub-20, foi relacionado e entrou contra o Ceará, mas Diniz já sinalizou que ele não deve ser tão utilizado.
O meio de campo armador, por sua vez, quase não tem substitutos no banco. Quando Igor Gomes ou Gabriel Sara não podem jogar, o São Paulo precisa mudar sua maneira de atuar e o meio fica vulnerável.
Claro que com os 11 titulares e com trocas pontuais o São Paulo pode ir longe no Campeonato Brasileiro e também conquistar a Copa do Brasil, na qual está na semifinal, contra o Grêmio. Porém, em uma temporada atípica e de jogos atrás de jogos, a falta de opções é um sinal de alerta para o Tricolor.
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