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Thiago Tassi
Alguns fatores explicam como o São Paulo chegou e permaneceu na liderança do Campeonato Brasileiro. Para os mais pragmáticos, os números (aproveitamento, gols pró e contra etc.) na competição suficientemente justificam a boa fase do Tricolor de Fernando Diniz. Só que há outros motivos que traduzem o momento importante do clube do Morumbi, que amplia para quatro pontos de diferença a vantagem na ponta.
O primeiro deles é a longevidade de Diniz no cargo. Ele chegou no fim de setembro de 2019 e faz um dos trabalhos mais longos do futebol brasileiro neste momento. O tempo para treinar naturalmente estreita a relação do treinador com o seu elenco, cada vez mais ambientado com as ideias de jogo e harmônico em campo.
“As nossas interações estão cada vez mais harmônicas. Mas isso aconteceu desde a minha chegada. Se a gente retroceder ao momento que cheguei ao São Paulo, cheguei pelas mãos dos jogadores, e a maioria dos jogadores quase não tinha trabalhado comigo. E esta interação com eles se deu de maneira imediata”, afirmou Diniz depois da vitória por 1 a 0 em cima do Sport. Ainda assim, o técnico ressaltou que foi preciso superar muitos momentos ruins para que o time melhorasse. De toda forma, ele pontuou que não há uma ‘repetição’ de gestos em campo ou uma automatização do modelo de jogo.
“A gente vê muito mais que tem o time na mão nos momentos difíceis. E não quando os resultados aparecem. A gente foi colocado à prova em mais de uma vez e demos o melhor de cada um. Seguimos adiante. Obviamente com a sequência de resultados positivos a confiança vai aumentando. Mas não tem nada automático [em campo]”, disse o técnico, após ser questionado se os movimentos do São Paulo em campo eram automáticos, naturais.
Os números do São Paulo no Brasileirão Líder do Brasileirão com 47 pontos em 23 partidas, o Tricolor do Morumbi é o dono da melhor campanha: são 68,1% de aproveitamento. Sem perder há 16 rodadas — a última derrota no campeonato foi para o Atlético Mineiro (3 a 0, em 3 de setembro) —, o time de Fernando Diniz detém a maior invencibilidade e ainda a melhor defesa do torneio, com 20 gols sofridos nos 23 jogos, ao lado do Grêmio. Fora de casa, o Tricolor tem a segunda melhor campanha, com 6 vitórias em 12 jogos. Estava na frente do Flamengo no quesito, mas o Rubro-negro venceu o Botafogo no fim de semana e ampliou sua série para 7 triunfos como visitante em 12 partidas.
Melhor aproveitamento: 68,1% de aproveitamento; Maior série invicta: sem perder há 16 rodadas (último revés foi para o Galo, em 3 de setembro); Melhor defesa: 20 gols em 23 jogos (empatado com o Grêmio); Melhor saldo de gols: 18 gols pró. Relação Diniz-Luciano explica entrosamento Fernando Diniz não contratou nenhum jogador para a temporada 2020. Conseguiu trazer Luciano em negociação que não teve dinheiro envolvido e levou Everton para o Grêmio. E o jogador encaixou logo de cara na nova equipe. Desde que chegou, já balançou as redes 15 vezes, sendo 12 delas somente no Brasileirão — é o artilheiro do time no campeonato.
Na partida contra o Sport, o camisa 11 foi cobrado por Diniz, mesmo depois que já havia feito o gol da vitória. À beira do gramado, Diniz percebeu que o jogador estava se envolvendo em discussões com os adversários e reclamando demais com a arbitragem, e berrou: “Se você tomar amarelo, tá f***”. No fim, ele ‘criou juízo’ e saiu para a entrada de Pablo sem receber o cartão. Na coletiva de imprensa, perguntado sobre este lance especificamente, Diniz demonstrou que tem o grupo na mão e relação próxima com o elenco. Ainda que a ligação com Luciano, por vezes, seja à base de amor e ódio.
“De fato, é uma relação próxima [Diniz e Luciano]. Eu tenho uma relação próxima com todos os jogadores. E tem que saber lidar com cada um. Eu tenho uma entrada especial com o Luciano, já tínhamos trabalhado juntos no Fluminense. É um jogador que chegou e rendeu muito bem desde o primeiro jogo, casa muito bem com o jeito que penso futebol, está sempre ativo, buscando o gol, colabora na marcação. Estamos muito contentes com o Luciano. E ter boas relações com os jogadores é algo que faz parte, talvez seja o pilar central do meu trabalho.”
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