Bastidores da crise do São Paulo: tensão, sobrevida a Diniz e permanência difícil após Brasileiro

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GloboEsporte

André Hernan, Leonardo Lourenço e Marcelo Hazan

Ausência de interino, reta final e Muricy pesam a favor do técnico após goleada do Inter.

Cinco gols sofridos em casa num confronto direto pelo título, atuação desastrosa e liderança perdida. A goleada do Internacional por 5 a 1 sobre o São Paulo chacoalhou o Morumbi.

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A decisão pela permanência do técnico Fernando Diniz foi precedida de tensão, pressão com pedidos de demissão numa pesada reunião online ainda na madrugada e a posterior sobrevida ao técnico. Responsável por bancar Diniz publicamente, Raí não falou internamente sobre demissão, assim como Muricy Ramalho.

O técnico está mantido no cargo ao menos até o jogo deste sábado, com o Coritiba, novamente no Morumbi. Mas sua permanência no São Paulo depois do Brasileirão é considerada difícil, até porque ele não era o nome preferido de Julio Casares ao longo da campanha presidencial. Também em fevereiro Raí, defensor da continuidade de Diniz, deixará o cargo de diretor executivo de futebol.

A possibilidade de troca no comando, cogitada durante a madrugada ainda com dirigentes de cabeça quente pela irritação após a goleada considerada inadmissível, perdeu força e não foi mais assunto durante a quinta-feira.

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Fernando Diniz comandou o São Paulo na derrota por 5 a 1 para o Internacional — Foto: Marcos Ribolli

Fernando Diniz comandou o São Paulo na derrota por 5 a 1 para o Internacional — Foto: Marcos Ribolli

Pesaram a favor da continuidade de Diniz:

  • A ausência de um profissional interino fixo da comissão preparado para assumir o time imediatamente em situações emergenciais como essa (Milton Cruz e André Jardine tiveram essa tarefa no passado). Nesse contexto, seria necessário contratar alguém do mercado que, em caso de novo fracasso, também poderia ser demitido no fim da temporada, em fevereiro;
  • Falta de um nome de técnico de consenso e considerado ideal;
  • A reta final do Brasileirão, a sete jogos do fim e no qual ainda se acredita que é possível reagir;
  • Muricy Ramalho, voz favorável a Diniz e contrário à demissão neste momento.

Ao longo da última quinta-feira, a diretoria debateu maneiras de ter uma reação dos atletas para que eles melhorem de desempenho e acompanhem a dedicação do próprio Fernando Diniz.

Embora tenha sido mantido, Diniz terá seu trabalho avaliado jogo a jogo. Depois do campeonato, haverá uma análise geral. A direção cobra dos jogadores outra postura, mas também quer da comissão técnica uma resposta, seja com alternativas táticas ou mudanças de peças no time.

Raí garante permanência de Fernando Diniz até o fim do Brasileirão

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Na comissão, existe a avaliação de que há uma espécie de desequilíbrio emocional dos jogadores: crescem demais nas vitórias e se abalam na mesma proporção com as derrotas.

– Eu sou uma das grandes referências do elenco, e isso é normal, mas eu acredito que nosso time, e aplico para mim também, não consegue ser mais ou menos. Ou somos muito bons ou somos muito ruins, e nos últimos jogos fomos muito ruins – disse Daniel Alves, em entrevista na última quinta-feira.

A crise geral, a queda de rendimento e toda a situação deixaram Fernando Diniz muito irritado.

Em crise, o São Paulo se vê em situação parecida com a que antecedeu a vitória por 3 a 0 com o Atlético-GO, em outubro. Na ocasião, uma derrota poderia ter encerrado a passagem do treinador no Morumbi. Ele fez quatro mudanças na equipe titular, o time venceu e iniciou uma reviravolta.

Agora, dois pontos atrás do novo líder Internacional e sem vencer jogos desde 26 de dezembro, o São Paulo de Fernando Diniz precisa novamente achar uma solução, sob risco de ver mais uma vez o sonho de um título para sair da fila de oito anos virar pesadelo.

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