Hernanes faz mea-culpa, mas diz: ‘Nenhum treinador tentou me incluir’

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UOL

Após anunciar sua saída do São Paulo, Hernanes participou hoje (19) do programa Bem, Amigos, do SporTV, e explicou melhor as condições de sua rescisão com o clube do Morumbi. O meia também disse que está recebendo propostas e pretende seguir no futebol brasileiro.

“Foi exatamente o que me fez chegar até a diretoria e começar uma conversa para encontrar um acordo amigável, eu estava sendo útil, mas não era a maneira que eu queria e que estava acostumado. Queria ser protagonista dentro de campo, mas estava vendo que no São Paulo não estava conseguindo. A gente está aqui para servir com o nosso trabalho, e não estava podendo usar todo o potencial para servir? Acredito que posso ser útil. Me transformaram num ídolo, o que é muito legal, mas quero voltar a jogar futebol. Foi por isso que decidi deixar o São Paulo, porque quero jogar”, contou o meia.

“As lesões atrapalharam bastante, nunca tive muitas lesões, nunca tive cirurgia nem nada, não fui muito acostumado a lidar com isso. E desde que eu voltei, desta última vez, aconteceram alguns episódios que acabaram atrapalhando. E quando não tem sequência, o São Paulo é um clube muito competitivo, vai chegando garoto da base, de fora. Depois veio a situação da pandemia, depois teve o esquema de jogo, que às vezes não me beneficiava. Enfim, uma soma de fatores que fez com que eu não conseguisse acompanhar o ritmo. Eu sempre fui assim, lutei sozinho, neste momento nenhum treinador que chegou tentou me incluir”, seguiu o meia.

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Hernanes jogou apenas nove vezes nesta temporada, sob comando de Hernán Crespo, sem nenhum gol marcado. Nos últimos dois anos, o meia fez 77 partidas pelo São Paulo, com oito gols. “Acho que (perdi o espaço) naturalmente e justamente. As lesões me atrapalharam muito, não tive ritmo. Depois de certo tempo você aprende a treinar, e estava sempre assim, quando ia forçar o meu corpo acabava tendo mais uma lesão. Quando falo do treinador não falo em considerar a minha história, queria ser tratado assim, não por ter feito isso ou aquilo no passado. E não consegui acompanhar”, explicou o meia.

“Peguei Jardine, o Mancini rapidamente, Cuca, Diniz e o Crespo. Não teve nenhuma questão pessoal, como eu falei, claro, dou um exemplo interessante. Falei para o Diniz, por exemplo, (ele) foi um dos melhores treinadores que eu tive, mas para o meu estilo de jogo não encaixava. Até falei para ele ‘estou de fora e com razão’, não conseguia me encaixar. Já com o Crespo não, com o sistema que ele joga eu poderia encaixar, mas não tive muito espaço. Eu que não consegui acompanhar, por diversos fatores”, completou.

Livre no mercado, Hernanes revelou que pretende seguir no futebol nacional para disputar o Campeonato Brasileiro. Segundo o meia, o encaixe ideal seria em um time com menos competição no meio-campo que o São Paulo, com mais paciência para o veterano.

“Eu gostaria muito (de jogar) no Brasil, estou com muita vontade de jogar o Brasileirão. Joguei Italiano, mas o Brasileirão tem uma motivação legal. Gostaria muito de encaixar em um clube aqui no Brasil. Depende muito, o São Paulo estava muito bem, na minha posição tinha Liziero, Igor Gomes, Benítez, Rigoni, Bueno. Qualquer um desses consegue suprir, tem muita competição e se não está bem acaba ficando de fora. Talvez um time com menos competição e que vai me dar mais atenção, dar um tempo a mais, e com um treinador que entenda qual a função eu quero jogar e ajudar”, disse.

“Chegaram (propostas), estou avaliando. Não posso falar cidade porque tem cidade que tem um time só”, brincou o meia, não querendo dar mais pistas sobre o seu futuro.

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