Brasil lucra R$ 10 bi com vendas de atletas, São Paulo lidera lista

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UOL

Rodrigo Mattos

O Brasil lucrou US$ 2 bilhões (R$ 10,4 bilhões) com transferências nos últimos nos últimos dez anos. O São Paulo é o clube com maior ganho neste período, seguido de Santos e Flamengo. É o que mostra um relatório da Fifa referente à última década sobre transferências de atletas. O documento mostra o retrato de um país mais exportador de jogadores do que investidor. Há exceções em clubes como Flamengo e Atlético-MG que lideram a lista de gastos com reforços nesta década. Mas, no final da linha, até a agremiação rubro-negra vendeu mais do que comprou em valores.

O jogador brasileiro é, no mercado internacional, o ativo mais comercializado. No total, foram US$ 7,1 bilhões (R$ 36,6 bilhões) em transações de atletas nacionais. A questão é que só uma fração deste valor de fato chega para os clubes brasileiros pois as maiores transações são dentro da própria Europa. Pelo relatório, os times nacionais arrecadaram US$ 2,829 bilhões em uma década. Em compensação, gastaram US$ 827 milhões com contratações. Por isso, o lucro de US$ 2 bilhões no período. É o segundo país do mundo com maior sobra de dinheiro atrás apenas de Portugal. Mas é apenas o sétimo em arrecadação.

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Entre os times nacionais, o São Paulo é o sétimo time do mundo com maior lucro com transações de atletas. A Fifa não revela os valores de negociações por clube. Apenas informa que o clube fez a transferência de 117 atletas. Ainda aparecem na lista dos 30 clubes com maiores lucros: Santos (20º) e Flamengo (21º). Mais atrás, estão Corinthians, Fluminense, Grêmio e Internacional. São sete clubes nacionais entre os que mais lucram: maior número de um país. Mas os portugueses —Sporting, Benfica e Porto— lideram a lista em valores. Em termos de total de atletas negociados, o Fluminense lidera no mundo todo com 187 atletas.

Na outra ponta, os clubes brasileiros são ponteiros no investimento em contratações na América do Sul. O Flamengo é o primeiro da lista, seguido pelo Atlético-MG. Aí se percebe a discrepância do clube mineiro: não está entre os que mais arrecada com atletas, mas está entre os que mais gasta. E , lembremos, o clube não tem receitas altas em outros itens, como TV, patrocínio etc, chamadas rendas recorrentes. O Boca Juniors é o terceiro. A comparação com a Europa em termos de investimento, no entanto, é cruel pois mostra o tamanho da diferença. O Brasil não está nem na lista dos 10 países com maior gasto em contratações.

Está obviamente atrás do top 5: Inglaterra, Alemanha, Espanha, França e Itália. Mas também perde para países como China, Portugal, Rússia, Turquia e Bélgica. Isso mostra como é uma nação coadjuvante em termos de investimento em reforços no mundo.

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