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“Estava conduzindo de uma maneira que iria dificultar”, disse o lateral-direito nesta quarta-feira.
Daniel Alves não escondeu o incômodo com a atual diretoria do São Paulo e a forma na qual foi conduzida a saída da equipe. Na primeira entrevista concedida desde a rescisão, o lateral-direito relatou que o vazamento de informações sobre a dívida do clube gerou o desgaste final, que resultou na rescisão de contrato.
Em entrevista ao podcast “Flow Sport Club”, Daniel Alves afirmou que o sonho de ir para a Copa do Mundo de 2022 pesou para a saída do São Paulo.
– Falta (o título) da Copa do Mundo. Meu sonho é chegar na Copa do Mundo. Estava conduzindo de uma maneira que iria dificultar. Se você é alvo de crítica, fomentação de baixa performance, é culpa minha. Era culpa minha e do Diniz, aí ele saiu e me ferrou. Agora é minha e do Volpi, agora eu saí e ele se f… (risos). Já fiz o que tinha que fazer aqui, não vou ficar perdendo meu tempo tentando fazer uma coisa se o entorno não quer – declarou Daniel Alves.
Daniel Alves concedeu entrevista nesta quarta-feira — Foto: Staff Images / CONMEBOL
– Estava para ser campeão, e ficaram em cima do muro, não fez nem uma coisa e nem outra. Precisava planejar, pegar a outra gestão e entrar. Vai gerir o quê? Tirou as pessoas que estavam conhecendo o negócio. Tudo o que falo em público já falei no privado. Para mim, tudo na vida é consequência de como se organiza e planeja. A gente tinha um plano, estava indo e mudou tudo de novo – acrescentou.
O veterano de 38 anos enxerga uma contradição nos discursos recentes adotados dentro do São Paulo.
– As pessoas que estão lá dentro se contradizem. Quando estava jogando, tentando criar uma sinergia dentro do São Paulo para ter evidência, falavam que eu era grande profissional, chegava uma hora antes, trabalhava muito, depois que rolou confusão falavam “ninguém é maior do que o São Paulo”. Como queria ser maior que o São Paulo se o São Paulo era o meu sonho? – desabafou.
– Não quero ser maior do que ninguém clube. Quero ter meu espaço que construí. O cara que chega agora vai querer ser “o cara”? Quero construir com os jovens e a galera que está aqui e não venceu, queria criar essa conscientização como se faz ou como não se faz. Quem quiser seguir, segue. Quem não, chega no limite, ok. Vim para ajudar companheiros a performar e tirar o São Paulo na fila. Mérito e respeito já tenho demais – comentou.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Na rescisão com o São Paulo, Daniel Alves vai receber 60 parcelas de R$ 400 mil. No total, nestes cinco anos, o valor acordado para encerrar o compromisso do ala com o clube se aproxima dos R$ 25 milhões.
O jogador, ainda sem destino definido, só retornará às atividades no ano que vem.
Dani Alves vê São Paulo “instável”
Ainda durante a mesma entrevista, Daniel Alves deu a própria análise sobre o clima dentro do São Paulo. Novamente crítico à atual diretoria, o lateral-direito vê o clube sob uma aura de instabilidade, que reflete no campo.
– A pessoa equilibrada dura na vida, a pessoa instável não sabe o que se esperar. É a sensação que tenho, sendo que vivi lá, da instabilidade. Não sabem lidar, não tem um plano. O que vamos fazer? Para onde iremos conduzir? Ficamos na derrota, vitória, empate…não cria uma estabilidade. A estabilidade vem falando a real do clube. A estabilidade começa na diretoria sem dúvida nenhuma – argumentou.
– Eles não são o clube, mas eles controlam, tomam as decisões, dão os passos, apertam o pause, o play. Foi um dos lugares que mais trabalhei desde os tempos do Diniz. Eu e o Juanfran treinávamos 45 minutos e 1 hora no máximo na Europa; aqui 2 horas ou 3 horas. Agora falta a conjunção. Tem que criar uma harmonia campo e clube, e tudo. Tem que criar uma harmonia porque no campo é reflexo do que é o clube. No campo são instáveis porque o clube é instável. Mas sempre vai estourar aqui (campo) – opinou.
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