UOL
Brunno Carvalho
O São Paulo trabalha em duas frentes no mercado da bola. Enquanto faz esforços para reforçar o time que brigou contra o rebaixamento no Brasileirão, a diretoria de futebol tenta enxugar o elenco para ter mais força financeira nas negociações. Até o momento, nove jogadores já deixaram o Morumbi, mas esse número deve aumentar nos próximos dias.
As saídas mais destacadas até agora foram do meia Martín Benítez, do lateral Orejuela e do zagueiro Bruno Alves. O argentino não teve seu contrato de empréstimo renovado e o São Paulo não cogitou pagar os US$ 3 milhões (R$ 17 milhões) para exercer a prioridade do acordo fechado com o Independiente, da Argentina. Benítez agora procura outro clube e desperta interesse de equipes brasileiras.
Os outros dois foram para o Grêmio, mas em condições diferentes. Orejuela foi emprestado por um ano e pode retornar ao São Paulo para 2023. O time do Morumbi desembolsou R$ 13 milhões para contratá-lo, mas o colombiano não correspondeu em campo e perdeu espaço tanto com Crespo quanto com Ceni. Já Bruno Alves era reserva de Arboleda e sua saída serviu para aliviar a folha salarial são-paulina. Ele ficará emprestado ao Grêmio até o fim do seu contrato, em junho de 2023, e não voltará ao Morumbi.
A estratégia de abrir espaço na folha salarial para conseguir reforços foi dita por Carlos Belmonte, diretor de futebol, em entrevista recente ao “Bandsports”. Ele afirma ter começado o ano com uma folha salarial de R$ 8,9 milhões e ter reduzido para R$ 7 milhões, contando apenas o que é gasto de salário com os jogadores.
“A gente para trazer novos jogadores precisa tirar jogadores do elenco, por uma questão simples que é a financeira. Para trazer Jandrei, Rafinha, tivemos que emprestar o Perri para o Náutico, emprestar o Orejuela e o Bruno Alves para o Grêmio. A gente tem que fazer entradas e saídas para que a gente consiga manter a folha mais ou menos ou até com um pouquinho de redução do patamar que a gente tem”, explicou Belmonte.
Os outros seis jogadores que já deixaram o São Paulo foram: João Rojas (rescindiu em novembro), Rodrigo Freitas (contrato não será renovado), Lucas Perri (emprestado ao Náutico), William (contrato não será renovado), Shaylon (rescindiu no início de dezembro) e Dênis Junior (rescindiu na última semana). Essa lista ainda deve aumentar até o início do Paulistão. O atacante Galeano não terá seu contrato de empréstimo renovado, mas sua saída deve demorar um pouco mais. Pela lei, como ele está se recuperando de uma cirurgia no tornozelo, o São Paulo não pode encerrar o contrato com o jogador até ele estar apto a voltar a trabalhar.
Já outros nomes compõem a lista de negociáveis, mas ainda não têm destinos certos. Como o UOL Esporte mostrou recentemente, o São Paulo tenta fazer uma rescisão amigável com o atacante Eder. O problema, no entanto, é que o clube tem dívidas com o jogador, o que dificulta um acordo para encerrar o contrato que termina no fim do ano que vem. As partes devem conversar após as festas de fim de ano. O desejo do jogador é permanecer no Morumbi para a próxima temporada.
Além de Eder, Pablo e Vitor Bueno dificilmente permanecerão para a próxima temporada. O São Paulo tenta envolvê-los em acordos por atletas de outros clubes. O atacante foi oferecido ao Internacional na negociação por um jogador mantido em sigilo pela diretoria – a negociação com o meia Patrick ocorre em paralelo a essa. Outra opção que surgiu recentemente é o Ceará. O São Paulo tem interesse na contratação do meia Fernando Sobral e chegou a apresentar uma lista de jogadores que poderiam ser envolvidos em uma troca. As conversas, no entanto, não evoluíram e devem ser retomadas nesta semana.
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