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André Rocha
Jandrei, Rafinha, Alisson, agora o anúncio de Patrick, ex-Internacional. Deve confirmar Nikão nas próximas horas. O São Paulo foi ao mercado, apesar das limitações no orçamento e promessas iniciais de austeridade nas finanças. Prevaleceu a vontade do coordenador técnico Muricy Ramalho e do treinador Rogério Ceni. No áudio vazado de Muricy, a citação ao Corinthians como exemplo de um clube endividado que foi ousado à sua maneira, reforçando o time e onerando a folha salarial, mas sem gastar com direitos econômicos dos atletas, e acabou com uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores.
O 2021 são-paulino foi frustrante, mesmo com o título paulista em cima do Palmeiras de Abel Ferreira que acabou com o jejum de taças. Embora a perspectiva real de conquista siga a mesma, há a esperança ao menos de uma campanha mais sólida nos pontos corridos e, talvez, um voo mais alto na Sul-Americana. A vaga na Libertadores 2023 torna-se quase obrigatória dentro deste cenário, antes mesmo da temporada começar efetivamente. Porque o Tricolor do Morumbi investe na formação de um elenco mais competitivo.
Rafinha qualifica a lateral direita e pode formar ótima ala direita com Nikão. O ponteiro canhoto corta para dentro e abre o corredor para o lateral, Do lado oposto, Patrick tem força para preencher o setor e permitir até um balanço ofensivo com um lateral mais seguro atrás. A direção ainda mira um zagueiro e um volante. Mas continua faltando a referência de velocidade na frente. Considerando que Calleri ou Luciano deve ocupar o centro do ataque, o time vai precisar de um ponta para abrir o campo e também dar profundidade, explorando os espaços às costas da defesa adversária.
Pode ser Soteldo, mas o salário é alto e a negociação com o Toronto FC está em compasso de espera. Nikão não é este jogador, embora tenha rapidez nas transições ofensivas e seja forte no um contra um. Conduz mais a bola da ponta para o meio e contribui na articulação, porém não busca o fundo. Alisson já tem 29 anos e as características também não encaixam bem com a necessidade de Ceni. Caso não consiga, pode acabar se espelhando no Corinthians também na grande deficiência dentro de campo, na montagem da equipe. Não foi por acaso que o time de Sylvinho sofreu tanto nos jogos fora de casa. Empurrado para trás pelos adversários, sem a torcida para encurralar o oponente, como fez na Neo Química Arena, a equipe não tinha contra-ataque.
Ainda menos com Roger Guedes se recusando a atuar mais adiantado e voltando para a ponta, com o veterano Jô retornando ao ataque. Sem Willian, lesionado, as opções pelos lados ficaram restritas aos mais jovens e menos desequilibrantes, como Gabriel Pereira e Gustavo Mosquito. Qualidade no meio, com Giuliano e Renato Augusto, mas sem ninguém rápido para “pifar” na frente quando Guedes precisava voltar muito pelo lado para auxiliar o lateral.
Rogério Ceni gosta de atacantes agudos pelos flancos. No Fortaleza tinha Osvaldo ou David, no Flamengo contava com Bruno Henrique. Agora espera que a direção consiga entregar a ele a peça que falta para, enfim, dar o salto de qualidade que não veio com Hernán Crespo em nível nacional e forçou o sucessor a ser apenas um “bombeiro” para evitar o rebaixamento.
Agora será obrigatório conseguir objetivos maiores, até pela pré-temporada que o treinador argentino não teve no início de trabalho e, principalmente, pelo investimento. Os cofres vazios esperam boas arrecadações no Morumbi e premiações por conquistas ou, ao menos, boas campanhas nas principais competições.
O Corinthians conseguiu no curto prazo e agora é o grande candidato a “quarta força” nacional. Ainda mais se trouxer o centroavante certo para encaixar nas necessidades do ataque e não alguém que “faça barulho” no mercado. Cavani e Suárez foram delírios pelos salários proibitivos em euros, Diego Costa é incógnita pela idade e também por conta dos problemas físicos que impediram uma sequência no Atlético Mineiro.
Já o São Paulo precisa do ponta para dar “liga” ao ataque que já promete um 2022 mais esperançoso ao torcedor.
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