GloboEsporte
José Edgar de Matos
Depois de um primeiro tempo impecável, Tricolor caiu de produção com alterações do treinador.
Um primeiro tempo de manual, talvez um dos melhores da temporada. Um segundo no qual o volume de jogo do Corinthians, enfim, apareceu. Em paralelo, duas formações diferentes em campo. O São Paulo viveu contrastes na tarde de domingo na Neo Química Arena e desperdiçou a grande chance de quebrar o tabu no estádio corintiano e assumir a liderança do Brasileirão.
O empate por 1 a 1 fora de casa, costumeiramente comemorado pelo retrospecto histórico, foi lamentado por Rogério Ceni. O São Paulo se impôs no primeiro tempo e só não definiu o confronto graças a uma grande atuação de Cássio.
No segundo, viu o Corinthians crescer e chegar à igualdade, antes de Igor Gomes, nos acréscimos, ter a chance da vitória na cabeça.
Rodrigo Nestor foi um dos destaques do São Paulo na partida — Foto: Marcos Ribolli
Na parte inicial do jogo, Ceni enviou a campo uma formação com três zagueiros (Diego Costa, Arboleda e Léo) e dois alas (Reinaldo e Igor Vinicius). No meio, encaixe individual em Du Queiroz, Renato Augusto e Maycon minou o jogo do Corinthians.
Essa estratégia anulou completamente a comum imposição corintiana na arena. De quebra, com a bola nos pés, jogando muito com os alas, principalmente Reinaldo na esquerda, o São Paulo se impôs como visitante como havia tempos não se impunha. O placar de 1 a 0 ficou barato.
Mesmo satisfeito com a atuação, Rogério reconfigurou o time na segunda etapa para responder à entrada de um ponta (Adson) no lugar de Gil. O treinador previa essa mudança de Vítor Pereira e modificou o sistema com três alterações antes mesmo de a bola voltar a rolar.
Ceni fez uma linha de quatro atletas atrás (Rafinha, Arboleda, Diego Costa e Léo) e testemunhou o crescimento do volume corintiano. Sem o encaixe, Du Queiroz e Renato Augusto, especialmente, empurraram o São Paulo para trás.
Mais cauteloso e sem jogadores de característica para contra-ataque, o São Paulo só incomodou o Corinthians no fim (e de maneira importante). Igor Gomes desperdiçou a chance de dar a vitória ao time nos acréscimos, mas em um momento no qual o volume corintiano sinalizava uma virada.
“Empate com gosto amargo. Era para ter ganhado na casa deles”, diz Caio | A Voz da Torcida
O que deu certo
Mais uma vez, o São Paulo conseguiu encaixar individualmente a marcação nas peças importantes do meio-campo corintiano. Renato Augusto, assim como em clássicos anteriores, sofreu no embate direto com Rodrigo Nestor e Igor Gomes.
Ofensivamente, o Tricolor apresentou grande volume na primeira etapa e levou perigo constantemente pelas alas, especialmente na esquerda. Reinaldo se sobressaiu no duelo com Mantuan e foi um dos principais nomes do time.
O São Paulo ainda conseguiu encontrar espaço entre as linhas com as movimentações de Luciano e Alisson. O enorme volume de jogo foi consequência de uma estratégia que anulou o Corinthians na Neo Química Arena (pelo menos por 45 minutos).
O que deu errado
Rogério Ceni lamentou o resultado de empate no clássico em Itaquera — Foto: Marcos Ribolli
Ceni pensou em formar uma linha de quatro jogadores para minar as presenças de Willian e Adson aberto pelos lados. Mas não deu certo, e o Corinthians cresceu de volume, buscando espaços justamente com os atletas abertos.
O gol sai com um passe que não é cortado, entrelinhas, que encontra Lucas Piton livre na ponta esquerda. Um detalhe fundamental e que impediu o São Paulo de quebrar o tabu de agora 16 jogos sem vencer o Corinthians na arena em Itaquera.
Próximos passos
Calleri comemora o gol anotado no clássico contra o Corinthians — Foto: REUTERS/Amanda Perobelli
Depois do empate que impediu o time de assumir a ponta do Brasileirão, o São Paulo se concentra novamente na Copa Sul-Americana, competição na qual já assegurou vaga nas oitavas de final.
Possivelmente com uma equipe bastante modificada, o Tricolor recebe o Ayacucho, do Peru, no Morumbi. A partida tem início previsto para as 19h15 (de Brasília).
Pelo Brasileirão, o Tricolor volta a campo no sábado, às 19h, contra o Ceará, no Morumbi.
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