Análise: reservas do São Paulo desperdiçam chance de dar “dor de cabeça” a Ceni

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GloboEsporte

Leonardo Lourenço 

Contra o Everton, técnico escala time com jogadores que têm recebido poucas chances, mas vê atuação sonolenta no Chile e atletas que não reagem a má fase.

É difícil argumentar contra a decisão do técnico Rogério Ceni de poupar os melhores jogadores do São Paulo de uma partida da Copa Sul-Americana contra um rival de nível técnico baixo, num mês em que estão previstos outros oito jogos. Não há músculo adutor que resista a maratonas como essa, que inclui um duelo em Viña del Mar e outro em Fortaleza três dias depois.

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E nem é de se lamentar o resultado da última quinta-feira, um 0 a 0 contra o Everton, no Chile, o primeiro empate do São Paulo depois de três vitórias no torneio – o que deixa a classificação tão próxima que parece mera formalidade. São 10 pontos e com dois jogos em casa a fazer.

Rigoni ouve instruções de Rogério Ceni em Everton x São Paulo — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc

Rigoni ouve instruções de Rogério Ceni em Everton x São Paulo — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc

Mas espera-se que situações como essa sejam brechas para que atletas que vêm tendo poucos minutos em campo tenham desempenhos que criem dúvidas na cabeça do treinador – ou que ao menos demonstrem condição de colaborar mais do que em completar time reserva em coletivo.

Do jogo contra o Everton, Rogério Ceni não ganhou nenhuma daquela “boa dor de cabeça” que técnicos gostam de citar em entrevistas – nem um leve incômodo nas têmporas. É mais provável que tenha reforçado convicções.

Foi uma partida sonolenta, em que o São Paulo parecia desinteressado, mesmo que uma vitória significasse a classificação com duas rodadas de antecedência.

A atuação do volante Gabriel Neves justifica as raras chances que ele tem recebido na temporada – com o agravante de que ele tem contrato até o fim do ano e dirigentes já falam, em maio, que não pretendem estender. O uruguaio, sabedor da situação, não reage.

Rigoni se encaixa em cenário semelhante. A longa má fase que vive já permite especular se a exceção não foi o bom momento que o argentino teve em sua chegada ao São Paulo, no ano passado.

Everton criou mais chances e poderia ter vencido o São Paulo — Foto: Divulgação/Everton

Everton criou mais chances e poderia ter vencido o São Paulo — Foto: Divulgação/Everton

O veterano Miranda também demonstra que dificilmente voltará a disputar vaga com Diego Costa ou Arboleda na zaga tricolor. Lento, já não tem a segurança de outros tempos, o que é natural. Fez um pênalti no primeiro tempo, ignorado pela arbitragem, que poderia ter criado problemas para o São Paulo.

Coube a Jandrei, um dos poucos titulares em campo no Chile, segurar o empate sem gols.

A missão do São Paulo na fase de grupos da Copa Sul-Americana, contra times bem inferiores, é a de se classificar às oitavas, de preferência sem sustos – o que parece que acontecerá, com a necessidade de marcar só dois pontos contra Jorge Wilstermann e Ayacucho nas duas rodadas finais.

Essa caminhada foi construída por esses jogadores, muito próximos de cumprir esse objetivo.

Mas, para eles, esse pragmatismo não resolve. Com o calendário apertado, Rogério Ceni precisa ganhar mais opções.

O São Paulo volta a campo no próximo domingo pelo Campeonato Brasileiro. Contra o Fortaleza, às 19h (de Brasília), Ceni terá de volta seus titulares, muitos deles que nem viajaram ao Chile.

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