São Paulo se apega a Antony para bater meta e evitar saídas

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GloboEsporte

Leonardo Lourenço 

Tricolor conta com valor que tem direito em possível transferência do jogador do Ajax para diminuir necessidade de vender outros garotos, o que desfalcaria o time de Rogério Ceni.

O São Paulo vê em Antony, atacante que deixou o clube há duas temporadas, a chance de evitar uma debandada de jovens promessas do time de Rogério Ceni na próxima janela de transferências, no meio do ano.

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O clube do Morumbi tem direito a uma fatia de uma possível venda do jogador, hoje no Ajax, que é atualmente um de seus ativos mais valorizados.

Antony em ação na goleada da seleção brasileira sobre o Chile — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Antony em ação na goleada da seleção brasileira sobre o Chile — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Na venda de Antony aos holandeses, por 16 milhões de euros, o São Paulo ficou com 20% do que se chama de “mais valia”. – na prática, o lucro do Ajax numa próxima transferência.

Em Amsterdam, Antony ganhou ainda mais destaque, passou a ser convocado por Tite na Seleção – tem chance de ir à Copa do Mundo, em novembro – e se tornou alvo de especulações no mercado europeu.

Uma delas, a de que o Manchester United, que terá no banco o atual técnico do Ajax, Erik ten Hag, pode pagar 60 milhões de euros pelo jogador (R$ 316 milhões). Num cenário como esse, o São Paulo ficaria com até 8,8 milhões de euros (R$ 46 milhões).

É um valor que corresponde a praticamente um terço (32%) da meta de R$ 142 milhões estimada no orçamento do clube de receitas com negociações de direitos econômicos de atletas para 2022.

Seria uma forma, também, de evitar uma debandada de jovens promessas que formam o time principal de Rogério Ceni.

A diretoria vê os atletas formados em Cotia como os mais valorizados do elenco e, portanto, aqueles que podem render receitas mais altas em negociações com equipes estrangeiras.

Rogério Ceni observa Rodrigo Nestor em treino do São Paulo — Foto: São Paulo FC

Rogério Ceni observa Rodrigo Nestor em treino do São Paulo — Foto: São Paulo FC

São jogadores, porém, que formam a espinha dorsal do time de Ceni, como Diego Costa, Welington, Pablo Maia, Rodrigo Nestor, Gabriel Sara e Igor Gomes.

Nessa semana, o clube provavelmente concluirá a venda de Marquinhos, 19 anos, ao Arsenal, por 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 18 milhões) – valor considerado baixo, mas que agrada ao São Paulo, temeroso de que pudesse perder o atleta de graça em julho por causa de erros na confecção do contrato dele, feito em 2019.

Há, também, segundo apurou o ge, duas sondagens por atletas formados no São Paulo que ainda não evoluíram para negociações, mas que deram esperança na diretoria de conseguir receitas mais expressivas. Os nomes dos jogadores são mantidos em segredo.

No São Paulo, o meia Rodrigo Nestor é visto como o jogador com maior potencial de venda.

Recentemente, o clube renovou o contrato de Diego Costa, outro que tem se destacado na equipe, o que lhe dá mais força em negociações futuras – agora, tenta o mesmo com Igor Gomes, ainda sem sucesso.

Há, também, a frustração com a situação de Gabriel Sara. O meia era citado, geralmente, como aquele com mais mercado na Europa na próxima janela – até por isso, o São Paulo negou no fim da temporada passada uma proposta de US$ 10 milhões (R$ 50 milhões) do Dallas, dos EUA.

Mas Sara sofreu uma lesão no tornozelo e precisou de cirurgia, realizada no começo do mês, o que deve afastá-lo dos gramados por cerca de quatro meses e, também, esfria o interesse de clubes estrangeiros.