O legado de Telê Santana: Como o mestre revolucionou o futebol no tricolor

55

Nascido em Itabirito, Minas Gerais, Telê Santana brilhou tanto como jogador quanto como técnico.  O “Fio de Esperança” do futebol brasileiro, deixou um legado que atravessa gerações.  No São Paulo Futebol Clube, Telê não só revolucionou o estilo de jogo, mas também garantiu conquistas memoráveis.

Sua trajetória começou nos gramados, onde sua energia incansável lhe rendeu o apelido que o acompanharia por toda a vida. Como técnico, alcançou o ápice ao levar o Atlético-MG à glória no Campeonato Brasileiro de 1971 e, na década de 80, esteve à frente da seleção brasileira em duas edições da Copa do Mundo. Embora o título mundial tenha ficado fora de alcance, a performance de suas equipes conquistou admiradores pelo mundo.

Já faz 18 anos que nos despedimos dele, mas suas estratégias e ensinamentos permanecem vivos, influenciando não só os palpites brasileirao serie a mas toda uma cultura esportiva. Sua história é um marco que ressoa até hoje, inspirando novas gerações no esporte mais amado do Brasil.

Resgate do futebol arte

Publicidade

No início dos anos 90, o futebol brasileiro estava em crise de identidade. O país não ganhava uma Copa do Mundo há anos e muitos questionavam se ainda era possível jogar um futebol bonito e vencedor. Telê Santana assumiu o São Paulo e provou que era possível. Trazendo de volta o futebol arte, com foco na posse de bola, movimentação e técnica: “É possível jogar bonito e ganhar”, defendia o técnico.

Telê colocou o São Paulo à frente do seu tempo. Ele começou a usar a marcação sob pressão, uma novidade na época, mas que funcionou muito bem. Seu estilo de jogo valorizava a técnica e a posse de bola. Além disso, Telê era conhecido pela disciplina e pelo treinamento rigoroso. Ele exigia dedicação total dos jogadores, mas sempre com respeito ao adversário e sem recorrer à violência. “Ganhar na bola, sem violência”, era seu lema.

 Gestão de talentos e conquistas históricas

Telê também era um mestre em gestão de pessoas. Como técnico, soube lidar com um elenco cheio de estrelas como Zetti, Raí, Cafu, Cerezo, Müller e Palhinha. Com seu poder de motivar e extrair o melhor de cada jogador, uniu esses talentos em um grupo coeso e harmonioso, o que foi fundamental para o sucesso do time. 

Entre 1991 e 1994, o São Paulo viveu um período de ouro sob o comando de Telê Santana. O clube conquistou dez títulos importantes, incluindo dois Campeonatos Brasileiros (1991), duas Copas Libertadores (1992 e 1993) e dois Campeonatos Mundiais de Clubes (1992 e 1993). As vitórias sobre Barcelona e Milan consolidaram o Tricolor Paulista como uma potência mundial.

Pioneiro no uso de estatísticas

Telê também foi um dos primeiros a usar estatísticas e dados no futebol. Ele usava mapas de calor e análises detalhadas para preparar suas equipes, algo pouco comum naquele momento. Sua abordagem científica e meticulosa ajudou o São Paulo a superar desafios, como jogar em altitude e enfrentar times de alto nível.

O legado de Telê

“Não é possível chegar à perfeição, mas é possível se aproximar dela”, dizia. Mesmo após sua morte, as ideias de Telê Santana continuam vivas. Sua filosofia de jogo e ética de trabalho influenciam treinadores e times até hoje. Treinadores como Muricy Ramalho e Abel Braga seguiram seus princípios e alcançaram sucesso.

O São Paulo de Muricy, por exemplo, reflete a influência de Telê. Muricy, que foi discípulo do mestre, levou o clube a novas conquistas e recebeu até o apelido de “Telezinho”. O Internacional de Abel Braga, que enfrentou o Barcelona sem usar violência, e o Paraná Clube, que inovou ao vetar carrinhos nos treinos, são bons exemplos.

Telê Santana elevou os padrões do futebol brasileiro com sua visão de jogo, ética e inovação tática. É impossível negar seu impacto no São Paulo e no futebol mundial. Sob seu comando, o Tricolor atingiu um patamar inédito e seu legado continua inspirando o futebol brasileiro. “Olê, olê, olê, olê, Telê, Telê!”, é um grito que ainda ressoa nos estádios e entre os torcedores, simbolizando a eterna admiração pelo mestre.