GloboEsporte
Eduardo Rodrigues
Tricolor fica acuado diante do Flamengo e tem sequência de vitórias quebrada.
Depois de ter sido derrotado por 4 a 0 pelo Palmeiras na final do Campeonato Paulista, no início de abril, o São Paulo ainda não tinha se deparado com um jogo com clima de clássico e decisão como o do último domingo, diante do Flamengo.
Era a chance, portanto, de o time dar uma resposta definitiva de que aquela ferida do vice-campeonato do Paulistão já tinha ficado para trás. Vencer em um jogo grande, em um clássico Rio-São Paulo, elevaria o moral.
Mas o que se viu em um Maracanã com mais de 51 mil pessoas foi o chamado jogo de um time só. E este não foi o São Paulo. A equipe de Rogério Ceni fez tudo ao contrário do que costuma fazer em seus jogos dentro de casa e foi justamente derrotada por 3 a 1.
Nervoso, o meio de campo foi praticamente nulo e abusou dos erros individuais. Logo no começo do confronto, o volante Pablo Maia, um dos mais regulares no ano, cometeu dois vacilos que só não terminaram em gols graças às defesas de Jandrei.
Calleri em Flamengo x São Paulo — Foto: André Durão
Mas a dificuldade com a marcação pressão do Flamengo era tanta que uma hora ou outra a conta dos inúmeros erros ia chegar. E ela veio aos 24 minutos do primeiro tempo, quando Rodrigo Nestor foi desarmado na intermediária e Gabigol abriu o placar.
Mesmo após o gol sofrido, o São Paulo continuou com dificuldades e fez parecer que a tarde no Rio de Janeiro seria daquelas trágicas. Acuado da mesma maneira que ficou nos 4 a 0 contra o Palmeiras, a equipe de Ceni se via sem caminhos. Ou melhor: quase sem caminhos.
Isso porque o São Paulo tem Jonathan Calleri, e, como diz a música: é só tocar nele que é gol. Aos 40 minutos da etapa inicial, o atacante subiu mais alto que Rodinei e empatou um confronto que parecia difícil de ser revertido.
O gol deu a chance para o Tricolor se organizar no vestiário e – por que não? – buscar a virada. Ceni, então, tirou Pablo Maia para a entrada de Gabriel Sara. Com isso, Igor Gomes se tornou o primeiro volante e deixou Rodrigo Nestor mais avançado.
A tentativa surtiu efeito por alguns minutos. O São Paulo esboçou alguma sobrevida, mas a diferença técnica do Flamengo sobressaiu aos 23 minutos. O lateral-direito Isla recebeu uma bola no bico da área, ajeitou para o pé esquerdo e bateu colocado para desempatar. Neste momento, o São Paulo desmoronou.
Isla faz o segundo gol do Flamengo: a partir daí, o São Paulo desmoronou — Foto: André Durão
A possível reação parecia inevitável. E foi mesmo. Aos 26 minutos, Arrascaeta marcou o terceiro e mostrou ao Tricolor que diversos problemas precisam ser resolvidos se a equipe almeja tanto uma vaga na próxima Libertadores.
O primeiro deles é a apatia em jogos considerados grandes fora de casa. Todas as grandes vitórias do São Paulo no ano foram diante do seu torcedor – Corinthians e Palmeiras (primeira final do Paulistão), por exemplo.
A segunda é ajustar o seu jogo quando é marcado sob pressão. Da mesma forma que sofreu contra o Palmeiras, contra o Flamengo o Tricolor se mostrou assustado, acuado diante de tamanha intensidade do adversário.
No último domingo, as linhas de marcação ficaram baixas e o meio de campo pouco conseguia criar. Com isso, Calleri e Eder estiveram isolados quase o tempo todo e, consequentemente, o gol ficou mais distante.
“Uma derrota dolorida para o São Paulo”, diz Caio | A Voz da Torcida
A sequência para esses ajustes é dura. Serão três jogos fora de casa – Juventude (Copa do Brasil), Red Bull Bragantino (Brasileirão) e Jorge Wilstermann (Sul-Americana).
O São Paulo já mostrou nessa temporada que é capaz de se reerguer após tropeços doloridos. O Campeonato Brasileiro é longo, com muita margem para correções, mas é sempre bom ligar um alerta nas derrotas em que nada funciona.
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