Sempre tive para mim que gestor tem a capacidade de administrar qualquer setor de uma empresa, não importando a sua área de atuação. Mas é um pouco incoerente porque penso que jogador de futebol tem uma característica muito singular. Os jogadores de futebol só respeitam os que estão aposentados e fizeram história enquanto atuavam dentro do campo.
Vamos tomar como exemplo o ex diretor do SPFC: Vinicius Pinotti. Cidadão com uma formação excelente, ótimo empresário e administrador, comanda uma das maiores empresas brasileiras, são-paulino doente e foi um péssimo diretor de futebol. Contratou errado, não aparecia nas horas que precisava, não dava respaldo para o Rogério Ceni e fazia uma coisa que jogador de futebol não tolera: sumir nas derrotas e deixar tudo nas costas dos que atuam dentro de campo.
Quando o Raí foi contratado para fazer parte do conselho administrativo e depois assumiu a diretoria executiva de futebol, eu tinha uma expectativa muito elevada a respeito do trabalho dele por ser um dos maiores ídolos tricolores e vinha respaldado de diversos cursos na UEFA. Ao contrário de gestores como Alexandre Mattos ou Rodrigo Caetano que sempre trabalham com orçamentos ilimitados para o padrão brasileiro, o Rei do Morumbi assumiu um SPFC extremamente endividado e tinha acabado de se safar de uma queda para a segunda divisão. Se as minhas expectativas em relação ao trabalho do diretor eram elevadas, ele conseguiu superar muito. O Raí vem fazendo um trabalho fora de série no Maior do Mundo! Logo de cara conseguiu aprovar o seu planejamento perante o conselho e um dos itens garantia que um percentual da venda dos atletas seria revertido para montagem do próprio elenco. Conseguiu trazer o Ricardo Rocha para ser o coordenador técnico e controlar o elenco no dia-a-dia do SPFC. Mesmo obtendo lucro nas transações dos jogadores, montou um elenco que hoje está na primeira colocação do Campeonato Brasileiro. Trouxe e respaldou um técnico que está fazendo um excelente trabalho e tem a sinergia necessária com os dirigentes do futebol tricolor. E o próprio Diego Souza já tinha avisado em fevereiro desse ano que o clube estava em uma situação difícil, mas que se despertasse, ninguém seguraria.
Uma próxima decisão complicada que a comissão técnica juntamente com a diretoria terão que tomar é a utilização do elenco nos campeonatos sul-americano e brasileiro. O São Paulo perdeu a primeira partida frente ao Colon no Morumbi e terá um jogo extremamente complicado na Argentina pelo Campeonato Sul-americano, mas por outro lado, é a chance mais fácil de chegar a Libertadores no ano que vem. Porém, o tricolor vem se postando com um dos candidatos a título no Campeonato Brasileiro e está com chances reais de conseguir um título ou ao menos uma vaga na Libertadores 2019. Sabemos que os principais jogadores do clube nesse ano têm uma idade elevada e não conseguirão jogar todos os jogos dos dois campeonatos e por isso se faz necessário o rodízio e até mesmo a priorização de um dos campeonatos. Tenho certeza que a CT e a diretoria tomarão a melhor decisão baseada nos números e continuarão fazendo o excelente trabalho!!!
VAMOS SÃO PAULO!!
SEMPRE: FORA LECO!!!!!
Um grande abraço e bom final de semana!
Vicente Bonna é analista de sistemas de formação e gerente de projetos de profissão. Viciado em tudo a que se refere ao São Paulo Futebol Clube e por isso gosta de falar sobre.
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