O desempenho de Atlético Mineiro e São Paulo até o momento na Libertadores deixa claro qual é o clube que tem chamado mais a atenção dos torcedores de futebol e da crítica especializada. O Galo é o único clube do Brasil que foi à final de um torneio estadual e segue nas quartas-de-final da Libertadores, fruto de um vasto elenco que possui, com variadas opções. Isso é determinante para saber quem pode chegar mais longe no Torneio Sulamericano? Não.
Se o time principal do Atlético Mineiro conta com jogadores experientes e decisivos, daqueles que fazem a diferença, o São Paulo também. Paulo Henrique Ganso, Jony Calleri e Húdson Rodrigues são exemplos disso nesse primeiro semestre. No fator Libertadores não conta apenas a qualidade do elenco como um todo, mas do time principal, o peso da camisa, a força da torcida e a vontade do time de querer. Se formos superiores nesses itens, passaremos.
O ponto principal, por mais que possa parecer um desvio no final da curva, é Edgardo Bauza seguir dando ritmo de jogo à equipe. Aquele futebol bonito que o meio formado por Hudson, João Schmidt, Ganso e Michel apresentou contra o Trujillanos e River; e ainda o futebol eficiente demonstrado contra o Toluca, até por Thiago Mendes e Centurión, que vinham em baixa. É isso que vai nos tornar um time cada vez melhor, não só para essa competição, mas para qualquer outra que estiver por vir.
União
Faço a ressalva nessa coluna que não existe time vencedor em que não haja algum jogador sendo questionado. O torcedor precisa deixar de lado essa crítica, no momento, para passar confiança àqueles que não atravessam fase extraordinária. O Dênis é um caso desses e especial. Apesar do atleta ter 28 anos, passou longos deles na reserva de um ídolo do clube. Precisa de sequência para buscar o melhor dele e achar o seu espaço. É com a confiança do torcedor, pelo menos no meio de uma competição, que ele poderá melhorar.
#Somostodosdenis
Exemplo
Dono da segunda melhor campanha da Temporada 2015/16 na Premier League, o técnico Maurício Pochettino (Tottenham), ex-zagueiro da Seleção Argentina e do Newells Old Boys, declarou essa semana que teve como lição de bom futebol o time do São Paulo e do técnico Telê Santana. Em 1992, o jogador esteve presente na final da Libertadores, quando 100 mil pessoas assistiram no Morumbi o Tricolor bater a equipe argentina nos pênaltis. Atribuiu aquele time o posto de “melhor São Paulo da história”.
Outro que certamente aprendeu sobre o bom futebol com aquele time é o atual técnico do Bayern de Munique, o ex-volante do Barça e da Seleção Espanhola, Josep Guardiola. Antes de treinar com maestria a equipe do Barcelona, como jogador, viu um São Paulo com futebol de encher os olhos, que tanto defende. Na foto ao lado, ele assiste, em segundo plano (ao lado de Toninho Cerezo), Raí passar pelo habilidoso meia canhoto holandês Witschge. Falecido esse ano, o então técnico do Barcelona e também holandês, Yohan Cruyff, falou ao final do jogo: “fomos atropelados por uma Ferrari”. A frase é honrosa, pois Cruyff liderou o Carrossel holandês de 1974 e conhece como poucos o que é um futebol de qualidade.
Que nossos jogadores desse ano, 2016, saibam que podem fazer história também. Pela técnica que têm, podem ser brilhantes.
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Alexandre Velame é Jornalista e Advogado, são-paulino há quase três décadas e usuário da SPNet desde 1997. Escreve nesse espaço aos domingos.
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