Febre Tricolor – Base de calibre

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Safra e trabalho renderam a André Jardine quatro títulos em um ano – Divulgação Site Oficial

O ano de 2016 fez com que o São Paulo voltasse a ter na base um pilar. Um trabalho idealizado pelo ex-presidente Juvenal Juvêncio começa a prosperar no Centro de Treinamento de Cotia no ano em que nos deixou, e que deverá ser contemplado com a instalação de um busto. Três são os fatores: safras qualificadas de jogadores, presença na semifinal da Libertadores e aproveitamento dos jogadores pela comissão técnica comandada por Edgardo Bauza.

Não é sempre que a base de um clube apresenta talentos para o futebol mundial, daqueles imediatos, que sobem para o profissional como titulares. A regra é ter um tempo de adaptação para aquele jogador, com qualidade, se firmar entre os principais atletas de um clube. A prática é improvável quando se trata de um clube de Série A do Campeonato Brasileiro. Ali estão os melhores, e, para se profissionalizar, o jovem precisará estar entre os mais qualificados do País. O caminho é menos árduo em equipes que não lidam com a pressão de milhões de torcedores. Num clube como o São Paulo, por exemplo, o menino tem que ser muito bom para vingar.

Em relação ao que falamos no início do parágrafo anterior, da base do clube exportar talento para futebol mundial, de modo imediato, aconteceu no São Paulo pela última vez com Lucas. Isso não quer dizer que não tenha sido muito boa a safra de jogadores que lhe foram contemporâneos, e que lhe ajudaram a ser identificado. De fato, aqueles que estiveram ao lado de Lucas também são muito bons. Por exemplo, o jovem Lucas Evangelista, vendido à Udinese. A geração que veio após essa, no entanto, apresentou um maior número de talentos: Gabriel Boschillia, Matheus Reis, Auro, Lucão e Ewandro, todos aproveitados no futebol profissional.

Boschillia foi prematuramente negociado com o francês Mônaco. Lamentavelmente a diretoria errou ao vender Ewandro para o Atlético-PR, por ser um menino tem muito talento. Matheus Reis começa render no time profissional do São Paulo, melhorando suas atuações defensivas, sobretudo porque Bauza não o deixa subir muito ao ataque. Auro, acertadamente, essa semana foi emprestado ao Sport. Tem qualidade o lateral direito Auro, especialmente no passe e inteligência pra fazer o jogo fluir. Essa rodagem pode fazer com que volte ao São Paulo como um dos melhores laterais do País. Lucão ainda precisa de mais adaptação, na base era o capitão da equipe e cobrador de pênaltis, em bons trabalhos do ex-treinador Gelson Baresi. Dessa safra, o atacante João Paulo também espera por oportunidade no profissional.

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O empréstimo de Auro pode ser visto positivamente ao lembrar de outros dois casos. O volante Hernanes, que foi emprestado ao mesmo Sport, e esteve na base do São Paulo nas duas laterais, finalmente voltou ao clube com o talento aflorado. O mesmo se dá atualmente com João Schmidt, pois o volante esteve em Portugal e voltou brilhando, sem dúvidas de que é hoje o nosso melhor jogador da posição. Bauza tem participação nesse processo de integração: já atuou no Brasileirão com João Schmidt, Auro, Matheus Reis, Lucas Fernandes e Luiz Araújo, jogando ao mesmo tempo.

Era Jardine 

O trabalho desenvolvido na base pelo treinador André Jardine merece um tópico especial. Vejo muitas partidas dos jogadores sub-profissionais do Tricolor e, posso assegurar, em termos de coletividade, a equipe dele é a que desenvolve um melhor futebol. Aproveitando, obviamente, a excelente safra. O técnico foi contratado junto ao Internacional, por já ter apresentado excelentes trabalhos na base. O clube gaúcho lidera o Brasileirão atual, justamente por investir em jogadores jovens.

No ano de 2015, porém, Jardine exagerou. Foi campeão de torneios como Copa do Brasil Sub-20, Brasileirão Sub-20 e Libertadores Sub-20. A base do seu time tinha Lucas Perri, Foguete, Maidana, Lucas Kal e Ignácio; Banguelê, Artur e Matheus Queiroz; David Neres, Joanderson e Lucas Fernandes. Os laterais Foguete e Ignácio me parecem de talento semelhante a Auro e Matheus Reis, ou seja, terão capacidade de serem profissionais em grandes equipes. Lucas Fernandes, por ser muito bom, já teve chances como substituto de Ganso e, lamentavelmente, teve contusão grave que o deixará afastado até o final do ano. Fez um gol de falta na partida de estreia, inaugural do São Paulo no Brasileiro, diante do Botafogo.

Outros jogadores dessa equipe merecem destaque. Banguelê teve uma chance de ouro entre os profissionais, também na estreia contra o Botafogo. Precisará de outras oportunidades, mas na base era o capitão da equipe e reconhecido pelo seu poder de marcação. Joanderson acabou envolvido em uma troca com o Cruzeiro. O atacante David Neres, que encantou a todos que assistiram suas partidas, deve ficar mais um ano na disputa dos torneios de base, devendo ser tratado com cuidado, principalmente trabalhado o seu lado psicológico, pra vir a ser o craque que todos esperam.

O atacante Luiz Araújo, extremamente veloz e objetivo, teve sua chance entre os profissionais contra o Cruzeiro, e ajudou mais defensivamente, ainda sem usar suas principais características. Hoje, diante do Flamengo, acompanharemos mais uma estreia dessa equipe: do volante Artur. Estou interessado em ver sua participação, pois me parecia o cérebro do meio-campo dessa equipe de Jardine. Minha preocupação para logo mais é que nem ele e nem João Schmidt tem forte poder de marcação, o que pode deixar o time um pouco desguarnecido. Esses exemplos de 2016, no entanto, mostram como Bauza tem feito uma integração acertada da base. Parece que finalmente a estratégia do futebol do São Paulo tem sido linear.

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Alexandre Velame é Jornalista e Advogado, são-paulino há quase três décadas e usuário da SPNet desde 1997. Escreve nesse espaço aos domingos.

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10 COMENTÁRIOS

    • Tiririca, Reinaldo, com todo o respeito que mereces, digo que um futebolista de 1,67m e essa cara de banana não pode participar, muito menos como lateral-direito, das fileiras do SPFC.
      Nem se mudar o nome pra Saturno V.

    • Bundolino, com todo respeito também. Cicinho tinha 1,70m e era um lateralzaço. Não digo que Foguete seria um Cicinho, mas acho que o cara teria sim um futuro e até poderia ser um ala direita ou volante. Basta o técnico e os outros profissionais lapidar o jogador.

    • Tens razão Tiririca, Reinaldo.Talvez em outro ponto do campo esse nanico possa funcionar.Como ala ou ponta direita, quem sabe?
      Mas defensor, como o professor Minelli já sentenciava, tem que ser gde, musculoso e, de preferência, feio, muito feio.E se ainda puder ser malvado e dono de uma verga indomável, aí então, é o sonho e o pesadelo de quaquer torcedor.Maicon é assim.Por isso ídolo instantâneo.
      Maicon e Dio5 Lugano, uma dupla dinamite.

      Nosso rocket man está longe disso.
      Mas talvez realmente funcione mais avançado.
      Vi várias pugnas do sub-20 e o homem gosta mesmo de jogar mais adiantado.
      Não me pareceu mau jogador não.
      Vamos aguardar e confiar.
      Nosso elenco é pouco numeroso, precisamos de mais opções mesmo.

  1. Cara, hoje nesse empate o Rodrigo Caio foi péssimo!!!!!!! Acho que o Lugano teria sido melhor. Pqp!!!!!!!!

    Faltou sim aquele motor do T. Mendes no meio campo.

    Mas a maior figura foi o juiz. A policia militar, a rodoviária, a federal, a estadual, a cavalaria, a infantaria, o exercito, a marinha, a aeronáutica e todas as instituições de segurança do Brasil deveriam prender todo mundo da CBF e essa arbitragem horrível, horrível.

    A pior arbitragem do mundo é a brasileira. Além de ser uns ditadores, em que não deixam ninguém conversar mais se tornado os intocáveis, eles acham agora que futebol virou Balé.

    Todos os times estão sendo prejudicados por esses lixos da arbitragem. Não tem ninguém satisfeito com esses safados. E não vou ser hipócrita aqui, estão errando até à nosso favor, e não gosto disso, pois além dos adversários falarem que ganhamos por ajuda da arbitragem, eu quero ver um futebol limpo, competitivo e justo pra todos para podermos desfrutar desse lazer que nos diverte e não passar mais raiva com o juiz do que com os gols perdidos do Kardec.

    Mas, hoje ficou nítido que o juiz dava faltas bestas para o Flamerda e várias faltas no Calleri o cara não dava. Era claro a má intenção do cara. Ai vem a mídia vendida falar que até foi falta do Calleri no primeiro gol.

    Ahhhh vão a merda, Globosta, CBF e a arbitragem!!!

    • De fato, ele deixava o jogo correr, mas apenas para um lado.

      Creio que há perseguição mesmo com o Calleri por ser argentino, concordo com o atacante. A expulsão foi do tipo: você é o herói do espetáculo, vou te expulsar!

      Fora aguentar comentarista e narrador do Premiere torcendo pro Flamengo.