Febre Tricolor – Futebol estável

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São Paulo pode ficar carente no setor defensivo
São Paulo pode ficar carente no setor defensivo

Virou praxe no São Paulo as saídas de diretores de futebol marcadas por polêmicas. Apesar da aparente serenidade da gestão do presidente Leco, não foi agradável o modo como o diretor Luiz Cunha deixou o cargo essa semana. A explanação dos motivos nos veículos de comunicação forçaram uma situação delicada, com um pano de fundo para que a contratação do zagueiro Maicon seja tratada como prioridade ou como questão de “vida ou morte”. Não é o caminho mais responsável deixar um cargo num clube do coração e externar suas desavenças para criar entraves ao bom ambiente atual.

Não há menor dúvida de que fosse esse colunista o diretor de futebol do São Paulo também teria deixado o cargo, caso um jogador fosse contratado sem que eu tivesse conhecimento. Mas lavar roupa suja através da imprensa não é uma boa estrategia. Nem dar entrevistas falando de jogadores como Alexandre Pato, quando o perfil da gestão de futebol é trabalhar em silêncio. Caso esteja insatisfeito com as atitudes do atual presidente, a melhor maneira é lutar contra o seu sucessor durante as eleições do clube. O presidente Leco é interino, não tem que ser pressionado por diretor através da mídia, pois isso pode tornar corrosiva a relação do futebol em um momentos decisivo.

O São Paulo está na semifinal da Libertadores com um elenco que, em princípio, não era o sonho de nenhum torcedor. O treinador Edgardo Bauza não teve 50% dos jogadores que pediu no início do ano, por ausência de recursos financeiros. O crescimento dos jogadores do atual plantel e a união de todos os setores podem fazer com que essa se torne uma equipe vencedora. Quanto menos barulho tivermos nos bastidores, teremos condições de manter boas campanhas no Brasileirão e Libertadores. A tabela da CBF fez com que o Tricolor jogasse até o momento quatro partidas fora, um clássico e um jogo contra o Inter (então líder); mesmo com vários jogadores da base. Os números são favoráveis na competição nacional.

Caso Maicon

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O São Paulo não é obrigado a travar planejamento de longo prazo devido a um jogador. É importante que se mantenha e qualifique a base da equipe ao longo dos anos. A chegada do habilidoso meia Christian Cueva faz parte deste objetivo. Em Portugal, o que pedem pelo zagueiro Maicon é 10 milhões de euros. Esse dinheiro o São Paulo não tem, nem que deixe de comprar qualquer outro jogador. Se o negocio com Maicon não der certo, é preciso procurar outro defensor. Não tem o que fazer. Não há também como um diretor opinar sozinho em um clube de 16 milhões de torcedores. Logo, na queda de braço, fico com a posição do competente gerente Gustavo Oliveira, do treinador Edgardo Bauza e do presidente Leco.

O agravante para uma provável saída de Maicon é que Rodrigo Caio fica cada vez mais próximo de uma transferência para Europa. Esses supostos valores de uma venda podem ser utilizados para vinda de reforços de qualidade no setor defensivo. A saída de ambos, porém, seria uma lástima. A defesa está totalmente entrosada e estamos num momento decisivo para o clube, caminhando para conquistas importantes, que não vieram nos últimos anos.

A possível perda de dois zagueiros não são os únicos problemas. A diretoria assinalou nesse sábado (11) que não vai pagar pra ver, e já trabalha com a hipótese de saída do atacante Jony Calleri. Como não dá pra ter certeza do título da Libertadores, substitutos já são monitorados. Esperamos que a diretoria mantenha sobriedade e desempenho. Isso passa por manter a base do elenco.

Gestão financeira sólida

Não só de farpas foi feita a saída do diretor Luiz Cunha. Durante entrevista dada ao jornalista Elia Júnior, no Bandsports, rasgou elogios ao diretor financeiro Adilson Alves Martins. Homem de confiança do presidente Leco, que assumiu no lugar de Osvaldo Aranha, junto com o atual mandatário. Não só a grave crise financeira do São Paulo esteve entre os grandes desafios de sua carreira, como também indícios levantados pela promotoria pública paulista, quando operou empresas ligadas ao tratamento de resíduos sólidos, conforme consta em matéria do Diário do Grande ABC.

O elogio a uma boa gestão financeira, porém, foi mais uma declaração que pugnou pela manutenção do zagueiro Maicon.

Contato:

@RealVelame ou [email protected]

Alexandre Velame é Jornalista e Advogado, são-paulino há quase três décadas e usuário da SPNet desde 1997. Escreve nesse espaço aos domingos.

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição dos proprietários da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.

2 COMENTÁRIOS

  1. O que eu sei é que precisamos resolver a questão do Maicon logo ou trazer outro zagueiro para seu lugar, e com muita urgência um centroavante.

    Não dá para depender d o Calleri pois esse quer vazar e muito menos do Canelan Kardec

    • Incrível o que acontece com Alan Kardec. Já jogou muito bem no São Paulo, quando tínhamos aquele 4-4-2, principalmente ao lado de Pato. O esquema é bem parecido, mas ele não consegue render.

      Tenho a impressão que Calleri deve ficar.