O São Paulo tem funcionários fantasmas. Gente que recebe salário mas não executa a função combinada.
Fora tantos problemas administrativos, patrocinador que não tem honrado os compromissos iniciais, diretor inoperante, vice renunciando por ser sentir como um vaso decorativo, etc… venho constatar a existência de funcionários fantasmas no São Paulo FC.
Num time com 11 jogadores, tem dois ou três que não estão executando suas funções combinadas. As pessoas até discutem o fato de se usar dois ou três deles. O problema não é esse.
Todo jogo vejo o torcedor agoniado com o futebol burocrático, arrastado e sem graça do São Paulo. Aquele futebol que não empolga e não entusiasma o torcedor.
O problema não é o fato de usar 2 ou 3 volantes. O problema é que nenhum deles tem funcionado. Parecem funcionários fantasmas. Estão ali, fazem parte da lista de empregados, mas não mostram resultado algum.
O último gol que Thiago Mendes ou Hudson tiveram alguma participação foi em Abril. Muito pouco em se tratando do chamado futebol moderno. Estamos chegando a 6 meses de pura ineficiência.
E o pior: não só não assistência ofensiva como também não ajudam na defesa. Quando se metem a marcar, tomam cartão amarelo infantil ou cometem penalidades mais ingênuas ainda.
Thiago Mendes chegou ao absurdo de jogar a culpa no Bauza. Usou uma coletiva pra explicar seu péssimo desempenho: o esquema do técnico argentino.
O que o volantão do São Paulo não percebeu é que Bauza havia detectado essa inoperância e pra se safar dela, criou alternativas com jogadores caindo pelas pontas pra tentar aumentar a ofensividade do meio campo. Apostou em jogadores bem abertos para fazerem a passagem dos laterais ou auxiliar o meia Paulo Henrique Ganso.
Mas para Thiago Mendes, a culpa era do Bauza. Só que assim que saiu o treinador argentino, com a mudança de esquema, Thiago Mendes continuou não rendendo e até piorou: pois ao contrário do argentino, que achava formas para ocultar a inoperância dos volantes, agora ficou mais claro o quanto os volantes não passam, não chutam e não protegem a defesa.
Repare que o técnico Ricardo Gomes quebra a cabeça com os laterais, mudando a escalação conforme o adversário. Sabe que não pode liberar seus laterais pois os mesmos não contam com proteção dos volantes. Então, conforme o jogo vem com Bruno e conforme o jogo, vem com Buffarini.
A escalação de Carlinhos aberto pela esquerda é mais uma prova disto: Mena não pode descer tanto. Como não tem infiltração ou apoio dos volantes, a utilização do Carlinhos é uma tentativa do treinador pra fazer a bola chegar no ataque.
Ou seja, temos volantes que não marcam, não passam, não protegem, não chutam, não infiltram e não criam. Temos funcionários fantasmas dentro de campo.
Que ambos mostrem a sua qualidade e voltem a ter ousadia. Que acertem melhor os passes e chutes. Que protejam os laterais. Que ajudem na saída de bola ou arrisquem alguns chutes. O time está sentindo falta do trabalho dos nossos volantes.
De Abril até agora, nenhum gol ou assistência por parte dos volantes. Nem no Paulista, Libertadores, Copa do Brasil ou Brasileirão inteiro. Por enquanto, o único lugar em que nossos volantes têm sido notados é na folha de pagamento.
Ricardo Leite é apresentador na Rádio Capital SP, e comentarista das transmissões ao vivo da Rádio SãoPaulo Digital @spfcdigital. Escreve nesse espaço todas as sextas-feiras.
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