Olá nação tricolor!
Antes de mais nada, uma saudação de agradecimento ao brother Artur Couto e equipe SPNet, pelo convite para ter minhas colunas publicadas, neste canal são-paulino tão forte e tradicional.
Gostaria, claro, da estreia estar cercada de expectativas empolgadas e perspectivas cheias de positividade. Mas é necessário encarar a realidade de frente, momento do apoio e crítica caminharem juntos, nos meses que definirão o destino do São Paulo, no Brasileirão.
Muito além da competição, está em jogo a tradição.
Tradição vilipendiada em efeito dominó, onde diretoria, comissão técnica e jogadores, tem responsabilidade, há muito tempo.
O drama vivido pelo São Paulo, no final deste 2016, não é resultado de um planejamento anual que não deu certo, mas de um círculo vicioso de várias temporadas.
Vivemos o quarto mandato da era JJ, que partiu dessa para melhor mas deixou um legado vivo, na presença dos que sempre o apoiaram, comandando o clube.
Juvenal Juvêncio teve seu ápice e declínio, não reconhecer seus grandes feitos enquanto diretor de futebol e presidente, até 2008, seria injustiça histórica. Porém, da mesma forma, não ter a convicção de que a perpetuação ocorrida, a partir do terceiro mandato, levou o SPFC a um caos administrativo nunca vivido na história, seria alienação.
Porém, descanse em paz, JJ. Não é nossa intenção falar de quem já partiu. Mas de quem ficou, temos muito o que dizer ao longo das semanas por aqui.
No mês que completará 1 ano à frente do SPFC, o presidente Leco demonstrou total despreparo para o tamanho da missão. Sim, o Tricolor vivia tempos difíceis quando ele assumiu, a traumática renúncia de Carlos Miguel Aidar, ex-presidente que foi da condição de lendário (nos anos 80) a odiado (em seu último ano, 2015) pela torcida.
Ocorre que Leco teve uma oportunidade única, que perdeu. Rejuvenescer o SPFC, pela profissionalização que urge no Morumbi e só agora, começa ganhar contornos em uma polêmica proposta de votação dos associados, ratificando atos diretivos que a justiça vinha considerando equivocados, em todas as instâncias. Sobre estatuto, falaremos em outra oportunidade.
O foco é o futebol e os atos da diretoria.
Por quê o São Paulo atingiu situação tão dramática e caótica?
Vamos tentar explicar, em cronologia, os primeiros atos de Leco, até o presente momento:
2015. A manutenção de Ataíde Gil Guerreiro (nem abordo aqui a expulsão do Conselho Deliberativo, deixemos a política de lado) foi o primeiro grande erro de Leco. Afinal, manteve quem foi um fracasso comandando o futebol. Alguém que não trouxe resultados, dizia que o futebol era uma “ilha blindada” de sua responsabilidade, estipulou metas, não as atingiu, trouxe ira da torcida. Mas foi mantido. Não suficiente, Leco complementou o futebol com o retorno de Gustavo Vieira de Oliveira, o filho de Sócrates, sobrinho de Raí, para o cargo remunerado de executivo de futebol. Remuneração contestada pelos valores bem superiores aos quais recebia, quando foi demitido por Aidar. Desejo de pagar bonificação de 3%, nunca confirmado ou negado, mas declarado em entrevista pelo presidente. Para um dirigente que nunca foi campeão ou disputou sequer, uma final. Pelo contrário, no currículo, eliminações vexatórias e retrospecto patético nos clássicos, desde 2013, quando assumiu futebol, pela primeira vez. Tudo isso, em um final de ano “brindado” pelo 6 a 1 com o interino Milton Cruz, Doriva em passagem relâmpago no lugar de Osorio e mais uma eliminação da Copa do Brasil.
Ano Novo, vida nova? Leco teria a chance de virar a página. Não o fez.
2016. A mesma estrutura e personagens mantidos na diretoria de anos, além do departamento de futebol, exemplos de Natel e Manssur. No time, algumas contratações com período reduzido de compromisso com o clube, jogador que chegou e foi embora descontente, greve de silêncio na Libertadores, mais derrotas em clássicos, o cenário era tenebroso para o futuro do ano. Então, a pressão da torcida fez com que Leco precisasse agir. Ataíde, enfim, deixava o futebol. Mas Gustavo permaneceu. Chegou Luiz Cunha. O clube reagiu nos gramados, mesmo aos trancos e barrancos, avançou na Libertadores. Porém, Cunha não resistiu ao “status quo”. Perdeu o braço de ferro nas mudanças que pretendia seguir implantando e, sem condições de trabalhar como gostaria, saiu da direção de futebol. Uma nova diretoria foi montada no futebol (Medicis/Jacobson), sem resultado prático algum. O time saiu do prumo novamente. O tempo do argentino Bauza chegara ao fim. Eliminações medíocres no Paulista, na Libertadores sem reforços e entregue sem resistência, na queda na Copa do Brasil para time da série C e no final de ano desesperador no Campeonato Brasileiro. Eis o saldo até aqui, trágico.
Retorno de Lugano, permanência de Maicon, busca por Marco Aurélio Cunha, tudo isso não superou os males da perpetuação do poder. Leco não é novidade. Muricy que o diga, em 2009. Muito menos, os diretores mais fortes do clube, que sempre foram leais a Juvenal e seguem tratando o clube, como deles. O SPFC parou no tempo. Ricardo Gomes, deja vu de 2009, justamente aquele que ajudou o atual presidente, a ter a imagem menos atacada, pela saída do técnico ídolo anterior. Naquele ano, Gomes conseguiu levantar o SPFC, diziam que o Tricolor era o Jason, o personagem de Sexta-Feira 13. Mas os tempos são outros, somente o terror continuou o mesmo. Ricardo adoeceu, superou como guerreiro, mas não tem pulso e capacidade técnica para segurar o elenco altamente conturbado, enfraquecido por saídas e constituído por jogadores-problema que o Tricolor possui, montado de forma tosca e incapaz, por seus dirigentes.
Os meses da verdade serão pela sua voz, são-paulino. Seu apoio, sua fé. Nos 90 minutos.
Mas, nas redes sociais, jamais deixe de protestar, por aqueles que levaram o nosso amado e gigante Tricolor, à situação mais deprimente de toda nossa história.
Saudações Tricolores!
Carlos Port, idealizador do projeto Opinião Tricolor. Dois bacharelados na profissão de administrador, especialização em comunicação, neto e filho de são-paulinos, paulistano, patriota. No Twitter: @carlosport
ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.
Falou tudo.
O Leco começou bem, o Bauza foi um acerto, se ele estivesse hoje no clube com certeza estaríamos em uma posição mais confortável, porém ele foi embora e o Leco se perdeu, achou que poderia deixar o time na mão do Gustavo e se dedicar a eleição, errou e afundou o time. Pensou somente nele, foi egoísta e incompetente.
A reeleição deve acabar, o poder em um clube de futebol mexe demais com a vaidade das pessoas, o camarada pelo poder faz tudo, se vende, faz parcerias duvidosas, entrega a alma pra qualquer vagabundo e enfia os pés pelas mãos.
Se o Leco amasse o clube como diz que ama, deveria ter usado seu curto mandato para colocar o time em um trilho sólido, preparar a estrada para o sucessor.
Infelizmente nosso calvário deve continuar, ano que vem temos eleição e o clube vai ferver novamente, posição e oposição vão se degladiar pelo poder e o time vai ficar em segundo plano, como acontece a muito tempo.
Precisamos romper de uma vez por todas este circulo vicioso do clube. Apesar de anti democrático o correto seria o clube se unir e ter apenas um candidato, nem Leco e muito menos o chapeludo, alguém sério e mais profissional.