Salve nação tricolor!
O Campeonato Brasileiro 2016 vai chegando em sua reta final e o São Paulo, ao que tudo indica, respira com mais fôlego, para manter-se na primeira divisão.
Tal qual 2013, sufoco e salvação.
Poderia estarmos falando de tais fatos com serenidade e alívio, mas é o São Paulo Futebol Clube. Fuga de rebaixamento nunca foi e nunca será, motivo de comemoração, para uma camisa de porte trimundial.
O time que mais venceu partidas na história do Campeonato Brasileiro, também o que mais fez gols. O maior campeão, não considerando asteriscos de temporadas suspeitas e unificações esdrúxulas, que fizeram rivais terem mais títulos.
Fronteiras conquistas além do país, tri da América também.
12 títulos internacionais ao todo.
Porém, já são 8 anos completados sem uma taça de grande relevância (a bem da verdade, 4). A Sulamericana 2012 interrompeu uma série de revezes, que já se constituíam no maior período sem títulos, desde o advento do Morumbi. Nunca o SPFC, desde o estádio Cícero Pompeu de Toledo concluído, ficara tanto tempo sem campeonatos conquistados.
1970, 1971, 1975, 1977, 1980, 1981, 1985, 1986, 1987, 1989, 1991, 1992, 1993, 1994, 1998, 2000, 2001, 2002, 2005, 2006, 2007 e 2008. A saga de títulos da era Morumbi.
Interrompida pela perpetuação do poder, pelo amadorismo de um passado recente, que não pegou o bonde da história, para o momento de avançar.
O São Paulo transformou glórias em arrogância, ganância, poder pelo poder. Se tornou um microcosmos do Brasil da era PT, pelo seu aficcionado ex-militante, Juvenal Juvêncio, que não está mais entre nós, mas deixou seu legado: um clube aparelhado em cargos, vices-presidências sem fim, diretorias em profusão, das essenciais às adjuntas. Carteiradas, benesses. JJ partiu, mas deixou seus “herdeiros”. Aficcionados e satélites do poder, que se mantêm a frente do clube e fazem do Tricolor, quase uma dinastia. De um reino que já foi poderoso, mas hoje vive enclausurado em seu castelo, sem ter forças para conquistar territórios. Ocorre que o governo que esvaía o Brasil em forças caiu, pela força do povo. No São Paulo, cairá também?
As consequências da estagnação administrativa tricolor foram dramáticas: fila de títulos, desmoralizações em clássicos, perda de torcida, receitas em baixa, time que poucos temem.
Mas, ao mesmo tempo, falamos de um gigante adormecido, dono de uma torcida que seria a décima primeira população da Europa, com quase 20 milhões de torcedores. Vozes que querem mais que apoiar. É o tempo de bradar, agir, fazer acordar o Tricolor paulista!
O caminho? A profissionalização!
Um plano diretor que tire o SPFC do passado e o reconduza ao presente, visando o futuro vencedor.
Diretorias enxutas e funcionais, com profissionais top de mercado, fim de favorecimentos políticos e clube de amigos (donos do clube). Um departamento de futebol independente da área social, para que os interesses sejam distintos e devidamente preservados. Uma eleição mais justa, com eleitorado mais amplo e rejuvenescido.
Primordial que todas denúncias e escândalos, públicos e noticiados na grande imprensa, ao longo dos últimos anos, criminosos ou anti-éticos, sejam solucionados com sanções internas e públicas, sem nada embaixo do tapete, que atrapalhe a transformação do clube.
Sim, pessoas perderão poder, que se arrastam há anos. Mas o São Paulo é maior, muito maior, que qualquer uma delas. Os verdadeiros donos do São Paulo FC são a sua gente, presente em todos os cantos do planeta.
Final de ano, a reforma estatutária será apresentada e votada, nas dependências sociais do Tricolor.
Esperamos que o cataclisma tenha passado, que o tempo seja de reconstrução. Somente a aprovação de um novo estatuto, dará a direção.
Associados, conselheiros, diretores, tenham consciência!
As glórias não podem mais, vir somente do passado. Profissionalização já!
Salve o Tricolor paulista!
Carlos Port, idealizador do projeto Opinião Tricolor. Dois bacharelados na profissão de administrador, especialização em comunicação, neto e filho de são-paulinos, paulistano, patriota. No Twitter: @carlosport
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