Um dos meus maiores receios, desde que o Rogério foi anunciado, começa a se provar um problema bastante real. Tinha medo de que, quando ele chegasse, servisse de escudo para uma diretoria incompetente, sem planejamento e que pouco mudaria para 2017. E parece que isso vai realmente acontecer.
Como todo torcedor antenado e que acompanha notícias esportivas no geral, não só do São Paulo, o desânimo começa a ficar mais forte e o cenário ainda mais difícil. Vejo que o Santos está quase fechando com Robinho e quer o Cazares.
O Palmeiras ainda não desistiu do Pratto, apresentou o Raphael Veiga (revelação do Coritiba) e acena com uma proposta de R$ 50 milhões pelo Borja. O Corinthians, talvez, seja o rival que esteja abaixo de nós, afinal, a crise política lá está tenebrosa e não vão apresentar grandes nomes nesse começo de ano.
No Rio de Janeiro, o mercado ferve: o Flamengo está quase fechando com Rômulo e Conca e o Botafogo com o Montillo. Nesse contexto inteiro eu faço a pergunta: e a nossa equipe?
Fechamos um empréstimo com o Wellington Nem, veio o Sidão (um dos melhores do Brasileirão) e só. Perdemos o Marco Aurélio Cunha ( de volta após o período que pediu à CBF) e vamos perder diversos atletas que, para ser sincero, mereciam ser dispensados.
Espero, sinceramente, que comecemos o ano sem Carlinhos, Wesley, Michel Bastos e por aí vai, mas que todos sejam trocados por algo que nos interesse. É inaceitável achar que a contratação do Colmán (?), se é que vem mesmo, vai resolver os nossos problemas. Nos últimos dias, muito se fala sobre o Cícero, atleta que já passou por aqui e tem um potencial bastante razoável para ajudar a equipe, mas tem um salário astronômico.
É sabido que não há dinheiro. Não cobro da diretoria que tragam jogadores como o Maicon pagando 20 e poucos milhões. Mas cobro eficiência. Cobro que cheguem jogadores experientes que possam mesclar seu talento com a base que vai subir em peso. Acho muito complicado confiar que a base inteira, com meninos de 19 – 20 anos, vai segurar o tranco de uma torcida carente de títulos e com um técnico que está começando sua caminhada.
Será que com um começo ruim, com goleadas para os rivais, vai ser possível manter o Rogério cargo e, mais do que isso, será possível não queimar os atletas? É complicado, queimamos muitos jogadores como Casemiro (Da base) e o Maicon (que não é da base, mas foi escorraçado daqui) que mostraram seus valores em outros clubes. Para ser honesto, não temos paciência com a base. Colocamos tanta expectativa em cima dos garotos que eles precisam ser Lucas e “Neymares” a todo o momento.
A diretoria está usando essa “desculpa” da base e o escudo do Rogério para nos iludir mais uma vez. Ao que tudo indica, teremos um elenco reduzido, com a dispensa de alguns atletas, que será completado pelos meninos da base. Vai ser o suficiente?
Um time com: Sidão, Bruno, Maicon, Rodrigo Caio e Buffarini (o Rogério parece que gostou dele pela esquerda), Thiago Mendes, Hudson e Cueva; Nem, Chávez e Neres. É o suficiente?
No banco teremos atletas da base como Pedro, L. Araujo, Junior (lateral esquerdo da base que compramos do grêmio), Auro (Se não for emprestado), Douglas (zagueiro que veio do futebol europeu e até agora nada), Robson (ex-Paraná), Jean Carlos (que deve sair) e por aí vai.
Acham que esse time traz alguma coisa para 2017? Particularmente eu acho que já estamos atrás de rivais brasileiros (Palmeiras, Santos, Flamengo, Atlético Mineiro e Grêmio) e estamos montando um time de fraco para razoável e que precisa de mais.
Mesmo que o Rogério use o que existe de mais moderno no futebol mundial é difícil querer qualidade onde não tem. Sabemos que o Hudson é raçudo, rouba muita bola, mas erra passe de meio metro. Sabemos que o Chávez luta, briga, mas perde uma quantidade de gol absurda na frente do goleiro.
Quanto a isso, não existe treinador no mundo que mude o cara com a idade que eles têm. Ou vocês acham que o Bruno vai virar o Cafú, só porque o RC é o técnico? Não deixemos a diretoria usar o Mito como escudo. Vamos cobrar a chegada de reforços pontuais, mas de qualidade, vamos cobrar a reciclagem da nossa política e a transparência do clube que nós amamos.
É isso!
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Abrahão de Oliveira é jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo, dono da @spinfoco, são-paulino e tem o sonho de cobrir um mundial de clubes com o clube do coração.
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