O esdrúxulo novo presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa) achou por bem reduzir esquadrões históricos às amarras de uma entidade combalida por denúncias de corrupção. Após 112 anos, um homem se achou no direito de apontar este ou aquele clube como campeão mundial. O italiano Gianni Infantino, desprezando a lógica e o senso do ridículo, decidiu que os vencedores mundiais só existem após o ano 2000.
Na opinião do cartola, o desorganizado Mundial de 2000 é a marca dos campeonatos mundiais realizados ao largo da história. O Mundial Interclubes, iniciado em 1960, e que sempre foi reconhecido pela Fifa como mundial de fato, a partir da decisão do dirigente, deixou de existir. Infantino despreza nada menos que o Santos de Pelé, campeão do torneio nas edições de 1962/63; o Flamengo de Zico, vencedor no ano de 1981; o Grêmio de Renato Gaúcho e Mário Sérgio Pontes de Paiva (no ano de sua morte, num trágico acidente de avião com a Chapecoense), de 1983.
Este colunista fica com a opinião de todos os outros presidentes que geriram a Fifa nos 111 anos anteriores. O torcedor brasileiro, uruguaio, italiano, francês, espanhol, argentino, inglês, alemão e, todos os outros, com certeza, pelo bom senso que têm, não deverão concordar com a decisão do já folclórico diretor. Com esta normativa, Infantino acaba de tomar os três cocos que o goleiro Sebastiano Rossi tomou do São Paulo de Telê Santana, de 1993, acabando com uma invencibilidade de 929 minutos sem tomar gol. Atônito, um ano antes, o Barcelona de Guardiola sucumbia à maestria do Tricolor. Respeitosamente, o recém falecido Yohan Cruyff afirmava ter sido atropelado por uma Ferrari. É esta a verdade que estará sempre nos corações dos torcedores e que nenhum mau dirigente poderá verter. O São Paulo É três vezes campeão do mundo (e, para alguns, quatro).
Centroavante
O técnico Rogério Ceni reconhece a dificuldade de encontrar um atleta para a posição. É óbvio que conta com a luta de Andrés Chávez em campo, sua disposição nos 90 minutos de jogos, mas também sabe que necessita criar competições no elenco. O nome de outro centroavante é essencial. A primeira tentativa da diretoria foi Nilmar, como em diversas outras temporadas anteriores.
Nilmar (sãopaulino de fato, que chegava gritar Rogério Ceni, quando brincava no gol no treino do Corinthians) ficará no Al Nasr, dos Emirados Árabes. Em seguida, a tentativa frustrada do paraguaio Cristian Colmán, que acertou com o Dallas (EUA). Depois, o sonho foi a volta do já ídolo Jonathan Calleri. O argentino e seu pai, o espetacular Guillermo Calleri, tentaram de tudo pra ele vir, mas não deu. Os investidores do jogador acham que o frágil Las Palmas da Espanha é um lugar melhor do que o São Paulo. É óbvio que não engolimos esse discurso, muitos brasileiros jogaram aqui e foram pros grandes europeus posteriormente. Os argentinos, geralmente, tem maior dificuldade de gerenciar a carreira e gostam de jogar em clubes pequenos da Europa.
A cavada da semana é o oferecimento ao São Paulo do atacante Van Persie. Por anos, brilhou com a camisa do Arsenal, mas também teve destaque no Manchester United. Em má fase no Fenerbache (Turquia) foi oferecido ao clube brasileiro, mas não se chegou nem perto da oferta econômica que ele pretendia. Duas são as bolas da vez: Jackson Martinez (que jogou por muito tempo no futebol espanhol) e Marco Rúben (Rosário Central). Este é uma contratação dificílima, mas tecnicamente resolve. A última informação é que preferia ficar na Argentina por problemas familiares.
Contato:
@RealVelame ou [email protected]
Alexandre Velame é Jornalista e Advogado, são-paulino há quase três décadas e usuário da SPNet desde 1997. Escreve nesse espaço aos domingos.
ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição dos proprietários da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.