As novas contratações efetuadas pelo São Paulo Futebol Clube, especificamente do atacante Lucas Pratto e do volante Jucilei, favorecem o sistema de jogo predileto do treinador Rogério Ceni. O sistema 3-4-3 foi exaustivamente trabalhado durante a pré-temporada e recebeu intensas modificações após a estreia da equipe no Campeonato Paulista 2017, mas a tendência é que volte a ser implementado com as novas peças à disposição da comissão técnica.
Confira:
Nesse exemplo baseado em algumas das declarações do técnico Rogério Ceni percebemos que o meio-campo ganha em consistência com o poder de marcação do novo volante Jucilei. O atleta não tem mais as mesmas características de outro momento da carreira, quando participava ativamente do ataque e até conduzia alguns dos contra-ataques na época do Corinthians. Pelo contrário. No período em que atuou principalmente pelo Shandong Luneng, chegou a desempenhar o papel de zagueiro. Atuará no Tricolor mais como um volante de contenção, papel que favorecerá o primeiro combate e evitará esticadas dos times adversários aos atacantes de velocidade.
A aposta pelo 3-4-3 de Rogério Ceni é prevista pelo colunista dadas as declarações do treinador em relação ao meio-campista Christian Cueva. Antes ocupante de um papel centralizado, especificamente no 4-5-1, deverá ser conduzido ao ataque para que não tenha “obrigações defensivas”. No decorrer da partida, constantemente, o peruano poderá recuar para armar as jogadas, até porque não tem a característica de conduzir bola até a linha de fundo. No lado contrário, o São Paulo poderá contar com a expertise de Wellington Nem. Jogando como ponta invertido poderá aproveitar boas finalizações, até mesmo de fora da área.
Quanto aos alas, com a proteção do trio de zagueiros será permitida uma maior aproximação ao ataque. Buffarini poderá chegar com constância. A juventude e vitalidade de Júnior Tavares, por outro lado, poderá favorecer o centroavante Lucas Pratto nas jogadas de linha de fundo. Os rumores sobre a contratação de Maxwell (PSG) poderiam inverter um pouco dessa lógica. Caso o atleta de 35 anos chegue ao clube, talvez a vitalidade de Bruno possa combinar mais no outro lado de campo. É um palpite. Sob pena de ter que se abrir mão de Nem, para a entrada do menino Luiz Araújo (dono de fôlego e objetividade invejáveis).
Erro do treinador
Ouso aqui apontar um erro tático fulcral que me parece ter acompanhado Rogério Ceni nos jogos oficiais da temporada. Ora, o técnico trabalhou toda a pré-temporada, além do torneio da Flórida Cup, com o envolvente sistema 3-4-3 e apelo pela intensidade na marcação da saída de bola. Logo na estreia do Paulista/17 houve uma mudança sensível. Passou-se a ter uma linha de quatro defensores, com Rodrigo Caio atuando como volante. Ao meu ver, está aí o erro.
Na partida de estreia da Copa do Brasil, em que o São Paulo bateu o Moto Club, em São Luís, por 1 a 0; mais uma vez o erro se repetiu. A linha de quatro defensores foi mantida, dessa vez com João Schmidt atuando como primeiro volante. O buraco no meio-campo, antes deixado por Rodrigo Caio, agora permaneceu com Mendes e Schmidt.
Ceni mudou para a linha de quatro defensores porque viu Douglas bater cabeça com Buffarini, na vitória de 4 a 2 do Audax sobre o São Paulo, em Barueri. Mas não era de fato um esquema com três zagueiros, Rodrigo Caio estava avançado e não desempenhava tal função fazia tempo – apesar de ter surgido assim na base. Se toda a pré-temporada foi treinada a equipe no 3-4-3, esse sistema de jogo deveria ser mantido. Se Breno não tem condições físicas ainda, paciência, opte-se por Lugano ou Lucão.
Administração admirável
Mesmo com o choque de prudência e politicagem do Conselho Deliberativo, ao rejeitar a proposta inicial da Rede Globo pelos direitos de transmissão dos jogos do São Paulo em TV aberta, à época pautada na casa dos R$ 60 milhões, com adiantamento previsto; Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, conseguiu achar outras fontes de receitas para angariar reforços necessários ao clube. Vale destacar o trabalho espetacular conduzido pelo diretor financeiro Adilson Alves Martins.
Definiu o diretor financeiro uma verba de R$ 17,5 milhões para contratações do São Paulo, dentro do plano de recuperação do clube. Mudanças ocorreram devido à venda do ponta David Neres, que poderá render até 15 milhões de euros (50 milhões de reais) ao São Paulo; além da iminente negociação do zagueiro Lyanco com Juventus ou Atlético de Madrid por seis milhões de euros (20 milhões de reais).
Mas não é só isso. O Tricolor tem a receber valores das vendas de Ademílson (Gambá Ozaka – 10 milhões), Alan Kardec (Chongqing Lifan – R$ 8 milhões) e Paulo Henrique Ganso (Sevilla – R$ 8 milhões) e Oscar (Chelsa p/ Shangai SIGP – R$ 5 milhões, por ser clube formador). São mais R$ 31 milhões para os cofres do clube, segundo informações do site Globoesporte.com, que representam uma pronta recuperação financeira.
Outras possibilidades de receitas como a futura venda dos direitos de transmissão em rede aberta (barrada inicialmente pelo Conselho Deliberativo), ações de merchandising (em pleno crescimento no clube), desempenho do time profissional (com a venda da publicidade e conquistas financeiras diretas baseadas em resultado), negociação do estádio (com a realização de shows), novo software de ‘geoprocessamento’ (modelo alemão de integração informatizada de dados), novas vendas de jovens atletas (safra promissora); isto sem a participação macro de grandes grupos empresariais ou dinheiro público, será possível até zerar a dívida global do clube, estimada hoje em cerca de R$ 140 milhões.
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Alexandre Velame é Jornalista e Advogado, são-paulino há quase três décadas e usuário da SPNet desde 1997. Escreve nesse espaço aos domingos.
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De modo geral o fator positivo é que temos o que discutir agora.
Concordo inteiramente com a formação de 3 zagueiros. Rodrigo Caio deixou de ser volante há tempo e até na seleção é zagueiro; foi invenção de RCeni.
Não gosto de Thiago Mendes: passa mal, chuta forte mas, sempre errado, e se posiciona muito mal em campo, faz muitas faltas feias e perigosas, e é o campeão do Cartão Amarelo.
O São Paulo não devia ter permitido a seleção sub-20 levar Lucas Perri – foi banco – Lyanco e Neres. Fizeram falta nos treinos nos Estados Unidos, onde uma nova Comissão Técnica estava implantando tudo de novo.
E no fim, a seleção foi desclassificada, coisa sempre comum e esperada quando a CBF se mete em alguma coisa.
Eu acho que Thiago Mendes terá como dar o fôlego ao time necessário, uma vez que agora teremos jogadores mais experientes.