Quando o Rogério assumiu o comando técnico do São Paulo Futebol Clube nós sabíamos que ele ia precisar de duas coisas: tempo e elenco. A primeira questão a torcida abraçou de maneira ímpar, sem pensar, sem contestar, apenas desejando que o maior ídolo do clube conseguisse sucesso onde muitos outros haviam falhado.
O segundo tópico é o que gera mais discordância entre torcedores, comentaristas e a diretoria do São Paulo. Acho que todo mundo sabe que temos um bom time. O nosso line-up, como dizem por aí, é dos melhores do país: Maicon, Rodrigo Caio, Jucilei, Cícero, Cueva, Araújo, Pratto, Nem e Tavares são jogadores de primeira linha, de muita categoria e que jogariam em quase todos os times do país.
Mas o elenco não é nada bom. Vejo que temos problemas no gol (o Renan merece uma chance, afinal, se os outros dois tiveram, ele também merece); na lateral direita (Bruno e Buffa estão mal demais. Aliás, o Buffa precisa ser acompanhado para entender a razão dele não render); os zagueiros Douglas e Breno precisam se encontrar (considero que o Lugano está bem) e os reservas são meninos que, em sua maioria, não estão prontos. Eu bato nessa tecla dos garotos não estarem prontos e acredito que as atitudes do Rogério mostram isso também.
Alguém tem outra explicação a não ser essa? Por que, por exemplo, ele não coloca o Shaylon e o Lucas Fernandes para atuar quando o Cueva não está? Seria interessante testar um deles para ver se a solução para a criação não está em casa. Mas acredito que a razão é que eles ainda estão muito verdes, nervosos em estarem no profissional e não estão preparados para substituir o craque do time.
E isso não é um problema. Não é anormal que bons atletas sintam esse momento de transição, afinal, para quem está de fora é fácil falar para colocar os meninos na arena e eles que resolvam. A verdade é que não é isso que acontece.
A exigência física é diferente, a marcação é diferente, a cobrança é maior e os jogadores que se enfrenta no profissional são muito melhores do que os da base. Então é comum esse período de transição, treinamento e conhecimento do que é ser profissional em um time do tamanho do São Paulo.
Ressalto que: Araruna, Araújo e Tavares estão mais bem preparados e possuem uma personalidade bastante interessante. Por essa razão, inclusive, eles estão jogando e os outros não. Eles não sentiram esse peso que a maioria sente. Olho nessa molecada!
Acabei tergiversando no tema, mas a minha cobrança fica para a diretoria de futebol e para o nosso presidente. Precisamos de ELENCO. Precisamos de mais algumas peças que possam ajudar a fazer a diferença. Um volante estilo pitbull para revezar com o Jucilei (caso o Wellington não renda o que o Ceni espere), lateral direito (com esses dois não dá), lateral esquerdo (o menino precisa de um reserva), um meia reserva que JOGUE (e os dois garotos vão entrando aos poucos) e um ponta (eu devolveria o Neilton).
Complementar o elenco com jogadores bons e que sejam, na medida do possível, baratos é a chave para montar um time campeão. Eu enxergo um grande potencial nos meninos, acho que os que estão emprestados têm que ser observados com MUITO carinho, afinal, se forem bem no Paulista, podem ser aproveitados pelo resto do ano. Acho que é preciso fazer uma avaliação do nosso elenco para ontem e ver onde dá para trazer. Vai trazer o Maxwell? É um baita jogador. Vai agregar experiência ao time e vai ajudar a molecada.
Vai vir volante? Quem vem? Tem que ser de qualidade, para dar suporte aos caras lá da frente quando eles perderem a bola. O que não pode é achar que assim está bom. O Ceni está tentando rodar o elenco todo para não estourar ninguém e, nessa rodagem, estamos vendo que precisamos melhorar.
Vamos ao trabalho!
A Questão do Patrocínio: Nesse caso, especificamente, não posso defender o mito. Perdemos o patrocinador máster e não podemos perder esse. Se estiver no contrato que o técnico tem que usar, então tem que usar. Não concordo, também, que ele ganhe parte dos rendimentos desse patrocínio para usar os uniformes da comissão.
O clube é maior do que qualquer um e, nesse caso, considero que a atitude dele está equivocada. Ele pode ser o maior ídolo da nossa história, mas não é maior do que a nossa história.
A Segunda Camisa: Se for essa que anda circulando pelas redes, eu achei TERRÍVEL. Não tenho mais o que comentar. Apenas TERRÍVEL.
É isso!
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Abrahão de Oliveira é jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo, dono da @spinfoco, são-paulino e tem o sonho de cobrir um mundial de clubes com o clube do coração.
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