Memória Tricolor #04 – Macedo, o Reserva de Luxo

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Como é a proposta desta coluna, vamos falar um pouco de outros assuntos e não somente homenagear nossos grandes jogadores, mas debater o futebol sobre outros aspectos e nesta coluna tratar de um jogador cuja principal qualidade destacamos a sorte…

Nascido na cidade de Americana, interior de São Paulo, aos 16 de dezembro de 1969, curiosamente dia do aniversário do São Paulo Futebol Clube (dia oficial), Natanael dos Santos Macedo, o Macedo, atacante, um dos “curingas” ou “trunfos” do Mestre Telê Santana jogou no Tricolor de  1990 a 1993, e foi um destes jogadores que dispersam curiosidade por ser considerado da equipe titular, mas estar sempre no banco de reservas.

Iniciou sua carreira no Rio Branco de Americana e aos 20 anos foi para o São Paulo onde conquistou diversos títulos e viveu seu auge como jogador. Era considerado uma das peças chaves de Telê do time base formado por Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão, Ivan, Adilson, Pintado, Raí, Palhinha, Müller e Elivélton.

Entrava no 2º tempo normalmente substituindo Müller, como aconteceu na final da Libertadores de 1992, sendo ele que sofreu o pênalti convertido por Raí e possibilitou ao São Paulo vencer por 1 a 0 e levar a decisão para os pênaltis.

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Além da inédita Libertadores de 1992, Macedo conquistou com o São Paulo o Mundial do mesmo ano, Campeonato Paulista 91 e 92, Brasileiro 91 e Libertadores 93. Jogou pelo Tricolor ao todo 41 partidas e marcou 10 gols. Após a libertadores foi para o Cádiz da Espanha onde ficou por pouco tempo e jogou apenas 7 partidas, em 1994 retornou ao Brasil para o Santos onde teve 2 passagens 94/95 e 97 e totalizou 62 partidas marcando 16 gols.

Passou também por diversos clubes brasileiros e encerrou sua carreira no União de Mogi na Série A3 do Paulista. Chegou a ser convocado pela Seleção Brasileira, mas jogou apenas 2 jogos.

Alguns fatos chamam a atenção quando observamos a carreira de Macedo, sua condição de “reserva de luxo” em um dos times mais vitoriosos do Brasil, as diversas brigas que sempre teve com o Treinador São Paulino Telê Santana que não escondia a preocupação com o futuro do jovem jogador, chegando a sacá-lo da equipe por diversas vezes em repreensão a algumas atitudes, Macedo nunca teve humildade e isso lhe custou caro.

Não seguir conselhos, não ser humilde, acreditar que o dinheiro seria sempre eterno foram e ainda são um grande pecado cometido por muitos, mas a vida tem cobrado a fatura por estes erros e hoje Macedo enfrenta uma situação financeira difícil.

Em 2012 foi lançado um DVD com o Título Soberano em que narra às conquistas Tricolores no Campeonato Brasileiro e tem como foco alguns lances e partidas dos 6 títulos. Por ter participado da campanha do título de 1991, Macedo aparece em algumas imagens e ao invés se alegrar o ex-jogador escolheu outro caminho e processou o clube, sua alegação: “Danos causados à imagem e a moral do ex-atleta”. A Justiça considerou improcedente.

Assim, diante deste fato Macedo mesmo tendo conquistado diversos títulos e sendo importante em muitas decisivas partidas não é considerado  pelos dirigentes dignos das honras Tricolores, o Clube o quer distante e a torcida não o tem como ídolo.
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Gustavo Flemming, 39 anos de amor ao SPFC, é empresário no segmento de pesquisa de mercado e consultoria em marketing

Contato: [email protected]

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1 COMENTÁRIO

  1. Vc fala em nome de quem, quando se refere à torcida? Macedo foi o cara no Tricolor. Jogou muito e nos representou muito bem. Se ele não entra na final contra o News, arrisco dizer que o gol não sairia, pois o jogo estava muito difícil naquele momento. Adversário super fechado. Muitos tem a memória curta. O tal Ceni, quando brigou com Paulo Amaral, contratou uma advogada para representa-lo contra o clube. Lembra? Estava disposto a sair na marra. Mas ninguém fala mais disso. Tenho certeza que a torcida tem muita gratidão por Macedo. Muito melhor que esses caras que estão aí hoje.