No último domingo, com o apito final do melancólico empate de São Paulo e Bahia, a torcida fez questão de ficar mais alguns minutos em campo. Minutos de tristeza, devoção e agradecimento a um homem que, se não é conhecido por falar, entrou na história por fazer muito.
Diego Alfredo Lugano entendeu como poucos o que é ser são-paulino. E, vejam que ironia, ele tinha tudo para não o ser. Chegando sob desconfiança extrema, como o “reforço do presidente”, ele parecia que ia ficar pouco no Morumbi.
Ledo engano. Sendo um dos primeiros a chegar e um dos últimos a sair, enfrentando cada treinamento como se fosse o último, ele fez por merecer uma chance no time titular do São Paulo que, há muito, não ganhava nenhum campeonato.
E Lugano foi crescendo, junto com o time, no coração da torcida. De duelos com os “meninos da vila” a conquista de campeonatos, ele foi empurrando a equipe.
É claro que seria exagero dar todos os méritos das conquistas a ele, mas seria um crime tirar sua contribuição em todos os canecos de 2005. Aquele carrinho no Gerrard, inclusive, foi fundamental para que o tricampeonato mundial viesse.
O uruguaio sempre soube que não era um fenômeno e compensava sua falta de talento com muita raça, dedicação e um sentimento de NUNCA aceitar a derrota. E foi com essas características que ele virou um símbolo da torcida em campo. Quem não lembra das pancadas no Tevez, do carrinho no Salas e da briga dele com o Bautista, atacante do Chivas?
Sua despedida foi como sua chegada: discreta. Mas, dessa vez, ao invés de olhares de desconfiança, ele saiu com olhares de admiração e tristeza, por ver uma das lendas desse clube se aposentando.
Lugano, se eu pudesse te dizer alguma coisa, te diria apenas obrigado. Obrigado por tanto amor, tanta dedicação, profissionalismo e tanta raça em campo com a nossa camisa. Que você possa, agora, nos ajudar fora dos gramados.
Foi um prazer dividir esses anos de São Paulo com você.
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Abrahão de Oliveira é jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo, dono da @spinfoco, são-paulino e tem o sonho de cobrir um mundial de clubes com o clube do coração.
Um dos maiores zagueiros que já passou por aqui sem dúvidas, não digo o maior porque tivemos outros grandes como Ricardo Rocha, Ronaldão, Válber, Miranda, mas ninguém pode desmerecer seu nome no São Paulo.
Entretanto foi desnecessário o seu retorno nas condições atuais, já com idade avançada para ficar apenas figurando(de forma justa) no banco de reservas.
Deveria ter voltado antes, mas sempre priorizava outra proposta e terminou dessa forma melancólica.
Lugano, obrigado por sua primeira passagem
Justa homenagem Abrahão!
Próxima segunda é a vez do LG condecorar seu ídolo: o M1TO.