Terças Tricolores – Será Que Teremos Planejamento em 2018?

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Quem for um torcedor um pouco mais velho vai se lembrar do saudoso tempo em que fomos tricampeões brasileiros. Ali, naqueles anos vitoriosos, nós contratávamos quem nós queríamos e, por tabela, também tiramos vários atletas dos nossos adversários. Lembro de Lima, Rodrigo Fabri, Lenílson e Richarlyson.

Todos estavam praticamente certos com os rivais e, de uma hora para outra, vieram para o SP que, claramente, atravessou uma negociação para trazê-los.

Não estou julgando se é certo ou errado, mas em 2017, estamos vivendo o sentimento contrário. Nós cogitamos o Rafinha, o Palmeiras foi para cima. Zeca livre? Entramos em contato e….Palmeiras foi para cima. A diretoria pensou no Scarpa, fez proposta, o Fluminense foi para cima do Palmeiras querendo propor uma troca pelos atletas deles (dessa vez não foi culpa dos caras, mas eles estão envolvidos).

E tudo isso acontece por qual razão? Eu, particularmente, culpo toda a bagunça da nossa diretoria e a falta de rumo que o São Paulo vive. Essa troca infinita de diretores de futebol, vendas sem razão alguma, contratações de um ou outro bom jogador (suficiente para se manter na série A) e vários outros problemas acabaram por nos apequenar em vários cenários.

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Perdemos nosso fornecedor esportivo, como eu já havia adiantado em março (e fui bem contestado por isso), o time não investe em peças que precisam ser compradas (tem quanto tempo que estão negociando a permanência ou não do Jucilei?), o planejamento demora horrores para ser colocado em prática (cadê os reforços? Sério que não foram para cima, com vontade, de nenhum atleta?).

E as renovações de Militão e do Cipriano, joias da base? Esses processos vão acontecer ou vão se desenrolar até quando? Vem goleiro ou não vem goleiro? Essa novela do Jean é eterna? Quem vai ser o fornecedor?

Percebam que são muitas perguntas, quase nenhuma resposta e os bons jogadores indo para os outros clubes. Vejam que os rivais já trouxeram Junior Dutra e Renê Jr (bom jogador para elenco, mas longe de ser solução para qualquer coisa, mas útil) e o Diogo Barbosa/Lucas Lima (alguma dúvida de que os dois jogariam aqui?).

O Santos acabou de passar por uma eleição e vai demorar, também, a se estrutura, mas eles têm um motivo. E qual o nosso? Apenas a bagunça, indecisão e medo do Leco?

Todos esses fatores, juntos, começam a afastar bons jogadores, mostra a perda de oportunidades que essa diretoria tem. Entendo que o mercado nacional está inflacionado e qualquer jogador comum está muito valorizado. Mas isso não impede que algumas questões sejam resolvidas o quanto antes.

Eu torço, sinceramente, para que o Raí traga, pelo menos, organização à diretoria de futebol e consiga resolver as questões urgentes o quanto antes. Por exemplo eu, no lugar do eterno 10, já resolveria a questão das joias da base. Renovaria com Militão e Cipriano e daria por encerrado o problema.

O passo seguinte seria ver, rapidamente, a situação do Jucilei e entenderia o tamanho do problema do Hernanes. A questão específica dos reforços precisa ser discutida com o Dorival e já tentar resolver até o começo de janeiro, afinal, a temporada vai começar antes devido à Copa do Mundo.

Agilidade, profissionalismo e organização serão fundamentais para saber o que esperar do ano de 2018 que, até o momento e ao meu ver, começou todo torto.

Raí, desejo toda a sorte do mundo, mas lembre-se de tudo que fizeram com o Ceni (não estou entrando no mérito do TRABALHO do Ceni, mas a maneira com que a diretoria o tratou) e com o Lugano (oferecendo um salário ABAIXO do que ele ganhava para renovar).

Boa sorte, monstro. Precisamos de você e de todo seu brilho nessa fase terrível que vivemos.

Dúvidas ou reclamações?

@Abroliveira ou [email protected]

Abrahão de Oliveira é jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo, dono da @spinfoco, são-paulino e tem o sonho de cobrir um mundial de clubes com o clube do coração.

5 COMENTÁRIOS

  1. Antes todos os jogadores de diversos clubes do Brasil com algum talento queriam jogar no São Paulo, o Tricolor era o sonho de jovens craques porque eramos espelho de transferência para um grande time da Europa e também era raro um jogador do São Paulo não ser convocado para a Seleção Brasileira.

  2. A crise política no São Paulo começou quando o Juju deu o golpe do terceiro mandato para se perpetuar no poder, aproveitando o capital político conseguido com os “anos dourados” de 2005 a 2008. Isto resultou em um presidente afastado por negociar propina em negociações de jogadores e carestia de títulos além de luta contra rebaixamento. A atual diretoria está totalmente perdida, sem saber se saneia as contas os monta um time competitivo. Fez uma aposta na “inovação” com Ceni sem confiar nem um pouco no trabalho desde o início e recentemente provocou a insólita demissão do Pinotti. Agora, aposta no “moderno” Raí prometendo “carta branca”. Alguém confia?! Times vencedores podem ser formados mesmo sem dinheiro e com “má-fama” entre os jogadores. O Small Club da marginal sem número mostrou isso esse ano. Basta isolar o futebol da política, deixar o departamento de futebol trabalhar e tentar implantar um padrão de jogo. Pela primeira vez em muitos anos teremos o mesmo técnico que terminou a temporada iniciando uma nova. Isso deve ser aproveitado, afinal o segundo turno do Dorival se mostrou promissor. Enfim, que o Leco deixe Raí e Dorival trabalharem. Isso será suficiente para termos alguma esperança de uma temporada sem sustos e com possibilidade de belas surpresas…

  3. Robson Barreto.

    Acho interessante que desde 2009 eu venho lendo essa história de modinha aqui no site. E nesse período ganhamos uma desvalorizada copa sulamericana e uma copa Eusébio.

    Modinha uma porcaria, nossa torcida ficou passiva mesmo, hoje aceitam ex-atletas em atividade, apenas jogando com o nome, aceitam treinadores sem experiência nenhuma no comando, aceitam refugos baixados de outros clubes e ainda aparecem pessoas como vc para chamar de modinha.

    Acredito que vc gritou “o campeão voltou” quando ganhamos a Copa Eusébio.

  4. Poxa cara, não precisa ser tão velho assim para lembrar do Tri- brasileiro, se ainda fosse o bi- mundial…

    Quanto a bagunça mencionada está corretíssimo. Qual profissional, seja ele de qual for a área, aceitaria uma proposta de uma empresa sem prestígio no mercado e para ganhar menos, tendo em mãos uma proposta de outra empresa consolidada e com rendimentos maiores?

    Aqui o cara vem com a dúvida se vai disputar títulos ou se vai brigar para não cair.

    Somente jogadores de equipes menores demonstram interesse por saberem que essa pode ser a chance de sua vida. Caras como o Scarpa não tem intenção de correr atrás de nada, já querem uma situação pronta.

    Assim seria mais provável vir o Diego Souza mesmo, afinal ele está no Sport Recife, tem apenas 6 meses para tentar voltar a seleção, e é mais fácil conseguir jogando o paulista do que o pernambucano. Isso é fato(não estou dizendo se deve ou não vir).

    • Faz sentido, LG!

      E me referi ao tri-brasileiro, pois muitos dos “jovens” leitores do site provavelmente não vão se lembrar que a gente mandava no mercado. Sem clubismo, um jogador como o Scarpa vai preferir jogar a Libertadores ou ficar por aqui disputando o segundo escalão de campeonato?

      Complicado. A bagunça está nos levando para baixo!