Memórias Tricolor #33 – Doriva, Campeão Mundial

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Não muito habilidoso, não era o craque do time, não era o grande destaque, mas sempre eficiente na marcação, preciso no desarme e principalmente oferecia a proteção que uma boa defesa precisa, hoje contamos a história deste Campeão Mundial.

Resultado de imagem para Doriva spfcDorival Guidoni Júnior nasceu na pequena cidade de Nhandeara, interior de São Paulo, no dia 28 de maio de 1972, atuou como volante e atualmente é treinador. Um leitor despercebido poderá confundi-lo com o atual técnico do São Paulo Futebol Clube, Dorival Júnior, porém com todo respeito ao nosso treinador, estamos falando de um Campeão Mundial, um jogador que não era um grande craque, nem habilidoso como tantos que já descrevemos, porém essencial para o esquema tático de um time Campeão, falamos nesta semana de Doriva, nosso volante Campeão Mundial.

Doriva começou na base Tricolor em 1988, em 1991 o treinador Telê Santana precisava de um volante marcador, alguém que pudesse substituir a altura nosso Xerife Ronaldão que atuava tanto como volante como zagueiro. No início Doriva não teve muito espaço e em 1992 logo foi emprestado para a Anapolina e Goiânia. Em 1993 Telê solicitou seu retorno, e então Doriva atuou mais pela equipe, principalmente no segundo semestre, e foi fundamental na maior conquista do ano, o Mundial.

Pelo São Paulo Doriva conquistou os seguintes títulos: Campeão Brasileiro em 1991, Libertadores 1993, Mundial 1993, Supercopa Libertadores 1993 e Recopa Sul-Americana 93 e 94. Ao todo foram 90 jogos com 42 vitórias, 28 empates e 20 derrotas, marcou apenas um gol, mas o que para um volante é um grande feito.

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Atuou pela seleção Brasileira de 1995 a 1998 em 14 jogos, com 11 vitórias, 2 empates e apenas uma derrota.

Doriva estava bem no São Paulo, era titular do elenco Super Campeão de 1993, e fez uma boa temporada em 1994, porém o Comandante Rolim Amaro, Proprietário e Presidente da TAM, um apaixonado por futebol resolveu investir no XV de Piracicaba, queria montar um timaço e contratou vários jogadores de alto nível para o Campeonato Paulista, então Doriva deixou o Tricolor e foi para Piracicaba. Os planos não deram muito certo, o time teve um início arrasador, mas terminou rebaixado. A redenção veio com o título da 3ª divisão do Campeonato Brasileiro e o acesso a 2ª divisão.

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O Atlético Mineiro se interessou por Doriva, e então o volante retornou a uma grande equipe para as temporadas de 1996 e 97, foi com o Atlético, Campeão da Copa Conmebol e Copa Centenário de Belo Horizonte, ambas as conquistas em 1997. Bom jogador, preciso na marcação, o Porto de Portugal se interessou e então Doriva deu início a fase de sua carreira internacional indo jogar no Porto e depois Sampdoria, Celta de Vigo, Middlesbrough e por fim Blackpoll. Nestas passagens foi Campeão pelo Porto do Campeonato Português 97/98 e 98/99, Taça de Portugal 97/98 e pelo Middlesbrough da Copa da Liga Inglesa 2004.

Já estruturado financeiramente, Doriva queria retornar ao Brasil em 2007, pretendia encerrar a carreira no Clube que o projetou, o São Paulo. Para despertar o interesse dos dirigentes Tricolor, Doriva aceitou uma proposta do América (SP) e disputou o Campeonato Paulista, porém o desempenho do clube foi péssimo encerrando na 17ª colocação e sendo rebaixado. Então após 4 meses sem jogar aceitou uma proposta do Mirassol para atuar na Copa Federação Paulista e Campeonato Paulista 2008, o contrato era de produtividade, o que atendia os desejos tanto do clube como do jogador.

Doriva se preparava para o Campeonato Paulista que iniciaria em janeiro de 2008, porém durante os exames médicos na preparação pelo Mirassol, a equipe médica detectou uma arritmia cardíaca e mesmo estando escalado para a estreia da equipe no Paulistão foi afastado por ordem médica. Foram necessários novos exames e consulta a especialistas que detectaram um problema cardíaco. Com histórico familiar de problemas cardíacos Doriva resolveu encerrar a carreira aos 35 anos.

Durante os anos de gramado Doriva cultivou muitos amigos e um deles foi o meia e craque Tricolor Juninho Paulista, que em 2009 assumiu a direção do Ituano e levou seu amigo Doriva para ser auxiliar técnico. Doriva desempenhou a função até o final do paulistão de 2013, quando em situação muito crítica o treinador pediu demissão e Doriva assumiu a equipe interinamente. Sua estreia não poderia ser em pior momento, a equipe precisava de um milagre para se salvar, tinha apenas 5 jogos sendo o último contra o Palmeiras, Doriva uniu o elenco e conseguiu praticamente um milagre com o grupo, e óbvio foi efetivado.

Na Copa São Paulo que reúne os times do interior e de menor expressão fez boa campanha e foi eliminado nas quartas de final. Então veio o Paulistão 2014, e uma campanha surpreendente, jogo a jogo o time ia evoluindo e a final era contra o Santos. Ituano Campeão Paulista de 2014, e então Doriva chegava ao maior triunfo até então de sua carreira como treinador.

Despertou interesse dos grandes times e partiu para Curitiba dirigir o Atlético Paranaense, mas não foi muito bem e após 8 jogos foi demitido. Após o Campeonato Brasileiro o Vasco da Gama procurou o treinador e 14 de dezembro de 2014 anunciou Doriva como treinador para a temporada 2015. O início foi surpreendente, o Vasco da Gama venceu todos os grandes rivais e se tornou Campeão Carioca. Doriva então se tornou o único treinador a ser campeão Paulista e Carioca em anos consecutivos.

O início do Campeonato Brasileiro no Vasco não foi nada bom, então Doriva após amargar 5 derrotas consecutivas pediu demissão em 21 de junho, ao final do campeonato o Vasco seria rebaixado.

Doriva então foi para a Ponte Preta no início de agosto, teve um início conturbado, mas demonstrou sua competência arrumando a equipe e deixando a equipe em ótima colocação. Despertou o interesse do São Paulo que perdera seu então técnico o colombiano Juan Carlos Osório para a seleção mexicana. A proposta Tricolor era irrecusável e então Doriva partiu para dirigir a equipe do Morumbi.

O São Paulo vivia momentos turbulentos, era o Presidente Carlos Miguel Aidar que logo mais seria afastado da Presidência e do Clube por irregularidades. O ambiente péssimo, a equipe mesmo composta por bons jogadores era confusa e não apresentava bom desempenho e então após apenas 7 jogos Doriva acabou sendo demitido.

Após o São Paulo, Doriva dirigiu o Bahia e Santa Cruz em 2016, e o Atlético Goianiense entre junho e julho de 2017. O Atlético fez péssima campanha no Brasileiro de 2017 do início ao fim e foi rebaixado.

Em 31 de agosto de 2017 Doriva assinou com o Grêmio Novorizontino do interior de São Paulo para o Campeonato Paulista de 2018.

Bom caráter como jogador e treinador, Doriva ainda está em início de carreira, aos 45 anos ainda é jovem e tem muito pela frente, teve ao início um desempenho surpreendente e estava muito bem na Ponte Preta. A Coluna Memórias Tricolor deseja toda sorte do mundo a equipe de Novo Horizonte no Campeonato Paulista e que Doriva possa retomar o caminho do sucesso e das boas escolhas.

A imagem pode conter: 5 pessoas, pessoas sorrindoGustavo Flemming, 40 anos de amor ao SPFC, é empresário no segmento de pesquisa de mercado e consultoria em marketing.

Contato: [email protected]

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