Terças Tricolores – O São Paulo não é refém de ninguém

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Não é incomum que a imprensa brasileira faça alusão aos “camisas 10 raiz”, aqueles jogadores que sempre foram para a noite, estiveram acima do peso e várias outras peripécias, mas que decidiam os jogos e os campeonatos. Infelizmente, com a chegada do futebol ( e o consequente grito de ódio eterno ao futebol moderno) as coisas mudaram.

Os grandes jogadores não são mais os que não se cuidam, mas os que se tornaram atletas, na raiz da palavra, e que cuidam de seu rendimento acima de qualquer coisa. Mais do que isso, são jogadores comprometidos, dedicados e que trabalham incansavelmente em busca de alguma coisa diferente. Não adianta você ter o dom, ter talento e não trabalha-los em busca de algo maior.

Infelizmente estamos vendo isso acontecer no São Paulo.  O nosso descompromissado camisa 10 acha que está acima do clube. Depois de chegar atrasado, mal justificar o ocorrido e tudo mais, resolveu ficar nervosinho por não ser titular. Isso, aliado à derrota no clássico para o time da marginal, incendiou parte da torcida que quer ver o gringo, de novo, em campo pelo São Paulo.

Não sou um grande admirador de seu futebol, devo reconhecer, mas tenho ciência de que, quando quer jogar, é fundamental para a equipe. Mas, infelizmente, ele “quer jogar” muito pouco e, parece, está no São Paulo para se divertir. Foi a segunda vez que se recusou a ir para o banco de reservas e, ainda por cima, deu uma desculpa esfarrapada pela postagem bizarra no Instagram.

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É inacreditável e inaceitável o que o atleta fez. A diretoria estava coberta de razão em afastá-lo do elenco. Mas, honestamente, não acho que agiu corretamente em reintegrá-lo. Algumas atitudes não têm desculpa, como o desrespeito à entidade. Honestamente eu não sei o que faria.

Considero o respeito ao São Paulo a maior atitude que um atleta pode ter, como o Petros, que chegou sabendo o tamanho da responsabilidade que ele tem conosco. MAS, ao mesmo tempo, não temos uma reposição a altura. Como agir? Reinvestir toda a grana que vier da venda dele em um reforço ESPECÍFICO para a posição? Seria uma saída digna da diretoria, vende-lo pela multa do Hernanes (partindo do princípio que algum louco pagaria isso por ele) seria bastante razoável. Mas parece que ele será reintegrado em breve e deve voltar a atuar com a nossa camisa 10.

De minha parte, sofrerá críticas extremas. QUALQUER DOMÍNIO ERRADO já será motivo de cornetagem. O que ele fez não tem perdão. Demonstra o máximo de descomprometimento com quem paga seu salário, com quem torce e com quem acompanha o clube.  Não fomos reféns do Raí, não seremos do Cueva.

O São Paulo está acima de qualquer atleta da nossa história e, esse cidadão, será apenas uma memória esquecida daqui algum tempo. Que ele seja vendido o quanto antes e a diretoria se mexa para trazer alguém digno da 10.

É isso!

Dúvidas ou reclamações?

@Abroliveira ou [email protected]

Abrahão de Oliveira é jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo, dono da @spinfoco, são-paulino e tem o sonho de cobrir um mundial de clubes com o clube do coração.

1 COMENTÁRIO

  1. Em relação ao Pipocueva, é um cara que não dá para confiar, mas infelizmente o Raí Toledo não contratou um meia que preste para substituir o Hernanes e nem o Peruzinho, por isso a torcida infelizmente o quer de volta.

    Lembro o que o nosso ex-atacante pipoqueiro também não aceitava a reserva e ficava de beicinho na imprensa, acabava com o clima no elenco ao ponto de ser cornetado pelo Kardec na ocasião.

    Mas igual ao Pipocueva não me lembro que alguém tenha feito.

    Agora não ter perdão eu acho demais, logicamente que vai ter que correr dobrado, errar o mínimo possível, mas que tem que receber uma punição das mais severas.

    Ser negociado agora é premiar esse folgado, encostar ele no semestre que antecede a Copa vai fazer com que ele mesmo que contra sua vontade, se dedicar ao extremo. Essa atitude de menino mimado já chamou a atenção do técnico do Peru.