Na semana passada a coluna tratou de sistemas de jogo, algo não compreendido pelo torcedor brasileiro de modo geral e razão pela qual o 7 a 1 não foi superado. Agora a análise será individualizada do que o São Paulo poderá render como equipe a partir das peças que foram contratadas para integrar o elenco, e como as mesmas têm se comportado para aprimorar o jogo coletivo do time.
O quarteto de ataque formado pelo técnico Dorival Jr. nesse momento é composto por Marcos Guilherme, Cueva, Nenê e Diego Souza. O Tricolor já vinha mostrando consistência defensiva especialmente quando atua com dois volantes em linha, lado a lado, e faltavam justamente triangulações de ataque, infiltrações e, principalmente, atletas que decidissem as partidas no terço final de campo. Em outras palavras: qualidade.
A dificuldade do São Paulo em apresentar velocidade na troca de passes ofensiva, justamente no terço final do campo, reside no fato de diluir a base principal do elenco todo o semestre. Esse problema permanece, e impede que qualquer treinador forme uma equipe entrosada. O atalho encontrado pelos dirigentes do futebol foi apostar em atletas diferentes, ainda que veteranos.
A aposta sãopaulina na valorização de Cotia tem um preço. Os atletas integrados ao elenco profissional ainda não tem maturação necessária para suportarem pressão de jogo e intensa da torcida na busca por títulos, razão pela qual precisam ser amparados por peças que facilitem o andamento do time na busca por resultados.
Com o quarteto escolhido por Dorival Jr. a dificuldade de penetração e criação de jogadas da equipe, no que tange à velocidade de jogo e dos próprios atletas, é latente. Entretanto, na hora que qualquer um desses jogadores recebe um passe em condições de finalizar é fatal.
Em seus primeiros jogos, o senso de posicionamento de Nenê tem feito a diferença na decisão de jogadas. Com toda a sua classe, Cueva segue comandando as ações ofensivas seja qual for o companheiro que tenha ao lado. Diego Souza ainda tenta entender qual o seu melhor posicionamento para contribuir com a equipe, mas a sua experiência colabora nos momentos decisivos como foi com o pênalti, em Alagoas.
Marcos Guilherme merece um parágrafo. Jovem promissor vindo das cancheiras do Atlético Paranaense, sempre se destacou em seus fundamentos. Foi vendido pelo rubro-negro do Paraná pela grana e porque oscilou, principalmente no momento de decidir as jogadas. A experiência adquirida na Ucrânia e dificuldades enfrentadas lhe fizeram um jogadoraço. Alia velocidade e inteligência de execução, devendo ser explorado pelo São Paulo ao máximo até que um clube europeu perceba isso.
Rodagem do elenco
Em breve o quarteto ofensivo do São Paulo vai sentir o desgaste das partidas. Os jogadores decisivos no terço final têm que ser amparados por jovens que já mostraram capacidade de contribuição. Logo essa ferramenta será explorada pelo comando técnico. As melhores opções para essa rodagem do elenco, pelo que apresentaram até aqui, são: Brenner, Valdívia e Lucas Fernandes.
Brenner seria meu titular na equipe. Nas partidas iniciais o São Paulo apresentou uma profundidade interessante, com as jogadas efetuadas a partir das laterais de campo e abertura da equipe. Naquele momento Brenner mostrou sua produtividade, e apareceu como centroavante para definir lances importantes, apesar dos seus apenas 18 anos. Poderia ser até o centroavante da equipe. Vai ser fundamental nessas mudanças forçadas.
Valdívia é o mais experiente entre os reservas. É exatamente aquilo que falou em sua chegada, já viveu grandes momentos no Internacional e momentos pouco produtivos no Atlético-MG; veio ao São Paulo numa fase mediana, assim como a do clube. Poderá ajudá-lo a crescer ao lado da equipe e também deve ser outro utilizado em um rodízio forçado, que já está próximo.
Outro que chamou atenção em algumas partidas que entrou foi Lucas Fernandes. Parecia ligado, diferente de momentos dispersivos na temporada anterior, e apresentou uma execução rápida de movimentos, essenciais para pegar as defesas adversárias desprevenidas. Essa poderá ser outra arma a ser utilizada, principalmente em jogos contra equipes grandes.
Teste de fogo
No domingo diante do Santos, o torcedor sãopaulino terá a exata medida de como está a equipe. Será importante para avaliar se Cueva, Nenê e Diego Souza realmente podem jogar juntos contra uma equipe de alto nível, ou se a lentidão será sentida contra um adversário qualificado. Certamente, se forem servidos de bons escudeiros decidirão a partida; resta saber se não comprometerão o coletivo como um todo.
É a resposta que Dorival Jr. procura. A quinta consecutiva lhe dará alguma certeza se a equipe deve seguir como está.
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Alexandre Velame é Jornalista e Advogado, são-paulino há quase três décadas e usuário da SPNet desde 1997. Escreve nesse espaço aos domingos.
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Boa coluna Velame.
Eu acredito que o Nenê vai pro banco, dando lugar ao Valdivia, este jogador vai dar mais profundidade ao time é também vai ajudar o Marcos Guilherme.
O Marcos Guilherme não me convenceu muito na temporada passada, não sabe triangular e finaliza mal, perdeu muito gol na reta final do brasileiro. Começou melhor este ano.
Diego Souza tem que ficar na frente mesmo, não tem mais físico para jogar no meio e na frente faz a parede e sabe tabelar, além de saber finalizar.
Brenner, Caique, Lucas Fernandes, Paulinho e Shaylon vão crescer se tiverem respaldo dos mais “veteranos”.
Estou vendo um horizonte pro time, temos que ter paciência. Ganhar amanhã é importantíssimo, ficaremos na vice liderança geral com um jogo a menos e completaremos uma sequência legal de vitorias. Perfeito seria não levar gol também.
Valeu Eugênio! Abraço
Em relação a lentidão do time eu concordo plenamente, falei isso no momento em que ainda estava a especulação para contratar esses jogadores.
Os nomes que estavam para vir dariam outra dinâmica ao elenco, mas como sempre contratamos jogadores que ninguém quer e em final de carreira, então é bastante normal que isso aconteça.
Brenner pra mim é o único que dá para aproveitar, o Lucas é o Shailon deveriam ser emprestados para provarem que não são dois Sérgio Motta.
Diego só vai jogar de centroavante até março quando ele ficar de fora da lista do Tite, após isso ele deve perceber a merda que está fazendo com sua carreira e vai voltar para a meia.
Para aumentar a lentidão temos o Jucilento no meio de campo.
O clássico contra as porcas vai mostrar a nossa realidade. Amanhã ainda dá pra fazer alguma coisa
O brasileiro é bem mais inteligente do que você imagina, acontece que ele é subestimado.
Semana passada ao comentar sobre o tema abordado, eu citei o Cone que está em tratamento no reffis, e que ele atrapalharia o sistema. Pra variar vc discordou e o defendeu. A partir daí começou a polêmica que aos olhos de quem leu a coluna era mais interessante do que o tema proposto.
Não foi ao meu ver falta de entendimento, foi de interesse mesmo
Bom dia Luis,
Se pra você queimar ídolo é mais importante que sistema de jogo, sem problemas…
O discurso fácil não me comove. Lamento.
Abraços!
Disse o que aconteceu semana passada apenas.
Eu respito, falei que ele não se encaixava no esquema que vc comentou.
Quer saber?
Deixa pra lá
Repito
Concordo em partes ; Lucas Fernandes fraquíssimo…..jogador mole sem vontade não merece sequer ser relacionado ainda …brenner tem velocidade , mas não me parece uma grande promessa como (kaka e lucas ) por ex…. o Dorival tem que escalar um centroavante de ofício e recuar o Diego Souza ….Marcos Guilherme: uma grata supresa , perfeito taticamente!