Talvez você, ao ler o título da coluna de hoje, possa achar meio tarde um texto deste, tendo em vista que já passamos toda a pré-temporada e que até o primeiro jogo do paulista nós já vencemos. É que, caros leitores, não posso deixar de contribuir com minha humilde opinião sobre esse momento que, para mim, tem se mostrado com o cenário mais promissor de todos os inícios de ano, de uns 5 anos para cá.
É inegável – e todo torcedor tricolor há de concordar – que os últimos anos foram difíceis para o São Paulo. Assistimos de camarote o nosso time descer ladeira abaixo, bem como o surgimento de, talvez, uma das maiores – se não A maior – crise institucional que o tricolor paulista já vivera desde seu nascimento, em 1930.
De 2015 pra cá, a instituição foi acometida por uma sucessão de tragédias – muitas por culpa das gestões – que culminaram, na minha opinião, no momento mais difícil, na vice lanterna do brasileirão de 2017, pela segunda vez em 4 anos (conquistou essa “proeza” em 2013 também). Uma coisa era certa: a cada ano que se iniciava, o torcedor tricolor logo já se decepcionava com a atuação da equipe nos campeonatos dos quais participava.
Pude notar que o rumo das coisas começou a mudar ao ver a diretoria empenhada em tentar algo diferente para salvar o São Paulo e fazê-lo glorioso e temido novamente (à essa altura já havíamos virado piada entre os rivais e demais times brasileiros) quando, em 2017, anunciou a volta do profeta, por empréstimo, no segundo semestre de 2017. A passagem de Hernanes, ainda que breve, trouxe um novo ânimo, e seu legado para o ano seguinte resultou em uma campanha completamente diferente dos anteriores. 2018 foi um ano em que o São Paulo conseguiu uma vaga para a pré-libertadores e abarcou oito rodadas na liderança do Brasileirão. Porém todo o otimismo veio abaixo com a demissão de Diego Aguirre, fazendo o torcedor tricolor temer o futuro novamente.
Tendo em vista esse histórico, o que eu espero do Clube da Fé para 2019? Sábado tivemos nosso primeiro jogo pelo campeonato paulista, e confesso que já foi meu primeiro teste cardíaco do ano. Com um gol contra do Bruno Peres aos 13 minutos do primeiro tempo, senti como se tivessem me jogado um balde de água fria. O time parecia meio perdido, em busca de um entrosamento e uma identidade ainda indefinidas… Por sorte, o segundo tempo me mostrou que eu estava certa das minhas convicções, 4×1, sendo o único dos times grandes de São Paulo a ganhar com placar elástico (deixe aqui sua risada para os porcos e os gambás, rsrs).
Vamos ao que interessa: na pré-temporada fomos surpreendidos com várias contratações boas, destoando um pouco do estilo “São Paulo” de contratar, uma vez que sempre vinham algumas bombas no pacote. Entre as contratações, podemos destacar Pablo, Tiago Volpi, Biro Biro, Willian Farias (esse ainda tenho minhas dúvidas, mas ok), Vagner Mancini como coordenador técnico (!!!) e, claro, as voltas do PROFETA, dessa vez em definitivo e, igualmente importante pelo histórico do seu trabalho no clube, o preparador físico Carlinhos Neves.
Paralelo à tudo isso, ainda tivemos o anúncio de uma equipe feminina para a temporada com um reforço DE PESO de ninguém mais, ninguém menos que a atacante da seleção brasileira CRISTIANE. Essa parte fica um pouco mais esquecida tanto pela torcida, quanto pela mídia, tendo em vista que ao futebol feminino ainda não é dado muito ibope, apesar de sua imensa importância, mas não nesta coluna, queridos.
Dia 14/01/2019 foi realizado o primeiro treino da temporada da categoria principal do futebol feminino e, com ele, o São Paulo oficializou a data como um marco histórico para a modalidade do Futebol Feminino Tricolor. Ou seja, todo dia 14/01 de cada ano será comemorado o DIA DO FUTEBOL FEMININO TRICOLOR, cuja comemoração se dará com o renascimento e compromisso assumido com as mulheres representantes do futebol nos gramados do Morumbi! É o São Paulo visionário saindo na frente, mais uma vez.
Assim, façamos uma breve análise: futebol feminino se consolidando com reforços de peso como Cristiane, a volta do profeta em definitivo e contratações de peso para o futebol masculino, estreia com placar elástico no paulista e, em breve, libertadores. Convenhamos que, a princípio, este é um cenário animador até para o torcedor mais cético e desconfiado, uma vez que é perceptível a mudança de postura que a equipe vem mostrando.
Com relação à Libertadores, o São Paulo já demonstrou que quer utilizar o campeonato paulista para chegar embalado na competição. A equipe tem mais quatro “testes” antes do jogo de ida contra o Talleres, quais sejam: Novorizontino (fora), Santos (fora), Guarani (em casa) e São Bento (também em casa). Fica a missão para o elenco consolidar a identidade e o entrosamento necessários para uma competição deste calibre, não só entre os atletas, mas também com relação às técnicas e trabalhos que vem sendo implementados pelo técnico Jardine.
O atacante Pablo, recentemente, declarou que vê o São Paulo, aqui falando como a equipe em si, ainda longe do ideal fisicamente, apesar de ter demonstrado maturidade e um bom psicológico para buscar o placar contra o Mirassol. Assim, podemos concluir que, à medida que a equipe vai treinando e cumprindo com sua tabela no paulista, cada vez mais a equipe se fortalece e vai alcançando o ideal de um time de ponta, que é o que sempre esperamos do São Paulo Futebol Clube.
O que eu espero pra 2019? Nada menos que a retomada do desempenho, fazendo jus ao nosso apelido: Soberano. Espero que o tricolor me arranque lágrimas, desta vez de felicidade, pois a tristeza prefiro deixar no passado. Que o clube, como um todo, tenha tido humildade pra aprender, nos momentos mais difíceis, a se reerguer, pois a nossa parte como torcedores, nós fizemos: recorde de público em um jogo, segunda-feira, com o time na zona de rebaixamento, segunda maior média de público do Brasileiro de 2017. O resultado do nosso apoio foi uma arrancada rumo ao meio da tabela sem precedentes naquele ano.
Não se trata de ilusão, caro torcedor. Trata-se de colher os frutos de um trabalho que tem sido plantado há anos. Minha expectativa se traduz em apenas uma palavra: GLÓRIAS! Bem amado tu és, São Paulo Futebol Clube, tua torcida é alucinadamente apaixonada, e isso é inquestionável. É chegada a hora de conquistas e glórias presentes e futuras para retomarmos o lugar de onde nunca deveríamos ter saído: a elite do futebol mundial.
É só isso que eu espero, nada mais. Sigam firmes, tricolores.
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Morgana Koenig é advogada, catarinense, praticante de artes marciais, ama escrever e é completamente apaixonada pelo São Paulo Futebol Clube.