Caros leitores, precisamos falar sobre essa princesinha que já aprendemos, se não a amar, a, no mínimo, admirar sua garra. Após a partida contra o Mirassol, válida pela primeira rodada do campeonato paulista, que culminou na vitória do tricolor por 4×0 sobre o time do interior paulista, a nação tricolor pode conhece um pouco mais sobre a encantadora Larissa, uma pequena torcedora apaixonada pelo São Paulo Futebol Clube que, há dois anos, luta contra um câncer no cérebro e encontra forças no time para continuar essa árdua luta rumo à cura.
A pequena gigante, que vive em São Carlos, interior de São Paulo, ganhou os holofotes meados da semana passada, quando realizou o sonho de visitar o CT e posou para fotos com seus ídolos, jogadores do elenco principal, tais como Nenê e Hernanes. Na ocasião, Larissa emocionou a todos com sua força de vontade quando, no meio da visita, concordou em ter seu cabelo raspado em frente ao elenco.
Larissa, nossa gigante guerreira, há dois anos luta contra um câncer raro nas vias ópticas no Instituto de Tratamento de Câncer Infantil, em São Paulo. Ela perdeu a visão esquerda por causa da doença, mas sempre vai aos jogos no Morumbi e ficou conhecida entre os atletas na temporada passada. A menina sempre está acompanhada da mãe Samantha e tem mais duas irmãs mais velhas.
Desde o início do tratamento, Larissa já se mostrava uma guerreira, ao fazer o tratamento com a camisa do São Paulo e luvas de goleiro. Em entrevista ao Instituto de Tratamento de Câncer Infantil, Samantha, a mãe, falou sobre o amor da menina ao tricolor. “Expliquei que ela tinha uma espécie de massinha na cabeça e que aquilo precisava ser retirado. Ela só falou ao médico que gostaria que a massinha fosse vermelha por ser são-paulina”, explicou.
Sua história tomou proporções tão gigantescas quanto sua vontade de viver. Antes da final da Copinha, o elenco sub-20 do São Paulo raspou a cabeça em homenagem à Larissa. Antony, porém, foi além. Prometeu um gol. Além disso, a menina foi convidada para assistir a final no Pacaembu e, como toda nação tricolor, também não dormiu de ansiedade na noite anterior. Chegando estádio, foi recebida por conselheiros e diretores do clube que fizeram questão de cumprimentá-la.
Antony entrou com Larissa no campo, e permaneceu com ela durante a execução do hino. Ela vestia um look especial: uniforme branco e brincos com o escudo do time, além de uma linda tiara vermelha.
O final dessa história vocês já conhecem. A partida foi sofrida, ganhamos nos pênaltis. Larissa, nossa gigante guerreira, assistia tudo com um olhar misto de apreensão com a inocência de uma criança de 6 anos, mas assistiu até o final (proeza esta que nem eu consegui, confesso que saí da sala nos pênaltis).
Antony cumpriu o que prometeu, e fez um gol dedicado a ela. Após a confirmação do título, Larissa quis comemorar com os amigos. Tentou entrar no gramado, mas foi impedida pelo fiscal, que após um tempo com a menina ali, de joelhos, permitiu sua entrada. Era momento de festejar, e festejar muito, principalmente ao lado de Antony.
Larissa tocou na taça e ganhou até medalha. Foi o xodó e principal motivação do elenco sub-20 para a conquista do título. Na ocasião, Antony comentou: “Ser campeão era a melhor coisa que poderia acontecer. É um gol que vai ficar marcado para o resto da minha vida. Passei muitas coisas e agradeço a Deus. Dedico à minha mãe, minha namorada e para a Larissa, que fizemos essa linda homenagem para ela”.
Diego também se manifestou: “Larissa é fã do São Paulo e minha e do Antony. Ela está em situação difícil e o Antony fez a brincadeira de raspar. O sorriso dela, isso é que vale, a carinha de felicidade dela”.
Larissa, sem perceber, se tornou a principal motivação do time para alcançar o tetra campeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Sua história e trajetória, apesar de sua tenra idade, inspirou uma equipe inteira a dar o sangue na final. Fico me perguntando se ela se inspira no São Paulo para continuar sua luta pela vida, ou se o São Paulo se inspirou nela para ter aquela atuação (ok, até os 15 minutos do segundo tempo).
São histórias como estas que me fazem ter cada vez mais certeza que futebol nunca vai ser apenas um jogo. Nunca é apenas uma partida. O futebol pode salvar vidas, inspirar histórias, e eu acredito que essa seja a essência deste esporte. Rivalidade sadia deve existir, afinal, o futebol é um esporte passional, o amor ao clube nos leva a zoar aquele amigo que não teve a mesma sorte que nós, de nascer São-Paulino (graças à Deus).
Quando vejo casos de violência nos estádios, mortes decorrentes de brigas de organizadas e coisas do tipo, sei que essa não é a essência do futebol, e nossa linda guerreira Larissa está aí para confirmar tudo isso.
Larissa, não sei se esse texto chegará até teus ouvidos, mas saiba que eu te desejo muita saúde e força para enfrentar esse tratamento, sei que logo tu sairás dessa como o nosso tricolor: GLORIOSA E VITORIOSA! Mantenha-se firme, pois a tua perseverança é característica de uma torcedora que não poderia ter escolhido time melhor para torcer: O CLUBE DA FÉ!
Saibas que eu te acho gigante e, mesmo com 6 anos, tu me ensinastes lições que, talvez em 27 anos de vida, nunca tenha aprendido ou, pelo menos, entedido! Aliás, o MUNDO tem muito a aprender contigo, linda guerreira. ÉS GIGANTE, ASSIM COMO NOSSO TRICOLOR!!
Costumo terminar meus textos com a frase “sigam firmes, tricolores”. Mas, hoje, pequena Larissa, dedico essa frase apenas a ti, e eu tenho certeza que seguirás, e ainda verás muitos e muitos títulos do nosso São Paulo Futebol Clube.
Siga firma, linda Larissa, nossa gigante guerreira tricolor! Espero que goste da minha pequena homenagem. Da tua grande admiradora, Morgana Koenig.
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Morgana Koenig é advogada, catarinense, praticante de artes marciais, ama escrever e é completamente apaixonada pelo São Paulo Futebol Clube.