A “democracia tricolor” falhou: vexames, humilhações e derrotas marcam o “dinizismo”

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O São Paulo passou mais um vexame. Outro, colecionado por essa diretoria, composta de administradores irresponsáveis e ídolos intocáveis. Tudo isso, aliado a um bando de jogadores mimados e descompromissados, levou o SPFC a um período recheado de humilhações que, daqui muitos anos, ninguém vai querer falar sobre.

Mas esse combo de tristeza não começou agora. Começou com a arrogância do Aidar, o período que o Leco passou à frente do SPFC e ao mais completo desentendimento de futebol que uma diretoria pode ter. A nossa “sorte” é que são minimamente honestos, senão teríamos virado um Cruzeiro da vida (talvez dê para piorar ainda….)

Montamos um time caro, cheio de jogadores que ganham uma fortuna, mas que não entregam nada. Hernanes que me perdoe, mas chegou a hora de parar. O Volpi não transmite mais segurança alguma, é bater e tomar. O Tche tchê não merece mais palavras e nem chances, o mesmo vale para o Pablo e seus 30 milhões. O Vitor Bueno é um coitado.

Olhamos para a lateral esquerda e vemos um esquentadinho que pouco joga, na nossa zaga, um menino com grande potencial e um lateral esquerdo. O meio é lento, com jogadores querendo ser influenciadores digitais e não craques (Liziero e Igor Gomes) e um ponta esforçado, que é o Paulinho.

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É um elenco limitadíssimo, fraco, desunido que, quando se uniu, foi para derrubar o Mancini e trazer o Diniz. Uma espécie de “democracia tricolor” às avessas. Uma cópia mal feita e mal gerida do que o Corinthians fez. O nosso Sócrates, ao invés de levantar o punho, levanta o tantan em gesto de deboche. Para a imprensa e os que perseguem, diz em uma rede social onde fica apenas com que os admira e adula.

De tão apequenado e fraco, o São Paulo nem dor gera mais. Gera tristeza e algum deboche, talvez até indiferença da torcida.

Se o Morumbi, que completa 60 anos, era do tamanho do nosso sonho, gigante, como diria Pompeu de Toledo, hoje é pequeno demais para as vergonhas. Eliminações e derrotas acontecem, perder o brio e a fibra, não. É o último estágio do processo de definhamento.

O time que eu aprendi a amar e que conquistou tudo não foi esse. Isso é uma sombra de um gigante, daquele cara que você admira, mas envelhece e perde tudo: a vontade, a força, o brilho, enfim, a vida. Tiraram o vermelho do nosso escudo, tiraram o sangue dos nossos torcedores.

Ao invés de comemorar títulos, comemoramos contratações e colocamos em velhos ídolos a esperança de dias melhores. Pobres de nós, amantes de uma instituição fadada ao descaso. Pobre da nossa história, gloriosa, rica e recheada de pioneiras que, em um passado distante, vendiam por conta a cativa para os torcedores.

O que pensariam disso agora? O que fariam com esse time de frouxos?

Não há um horizonte de boas opções à frente. Tanto na parte do comando técnico, quanto na presidência. Vemos a continuidade daquilo que não dá certo e um despreparo absurdo do outro lado. O segredo é ter um conselho bom, são paulino e que não se dedique à sauna ou pista de skate.

O São Paulo é maior que isso, é maior que todos, mas pode ser morto por poucos e incompetentes. Já são oito anos sem títulos, com apenas duas finais disputadas e milhares de tabus quebrados e quedas vexaminosas colecionadas.

Sem mais nada a dizer, fico com a (ainda sentida) vergonha de cair na fase de grupos.

RIP SPFC!

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Abrahão de Oliveira é jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo, dono da @spinfoco e São-Paulino desde que se conhece por gente. 

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