Além das 4 linhas – Jogos em casa

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O assunto dos últimos dias tem sido os resultados que o SPFC tem obtido jogando fora de casa. Eu venho pensando que, para começar, devemos separar o BR23 das copas. Nas copas o time vai bem e no BR23 o time não vai bem.

Iniciando pela Sula, vi o tricolor ser primeiro colocado na fase de grupos, uma conquista importante para ganhar o direito de decidir em casa até a semifinal, já que a final será em apenas um jogo no Uruguai. Terminar a fase de grupos em primeiro e invicto não foi uma coisa assim tão corriqueira, já que haviam outros times com qualidade compatível com a do SPFC, a começar pela LDU, Botafogo, Fortaleza, RBB, Estudiantes, Newell´s Old Boys, Defensa y Justicia e San Lorenzo.

No mata-mata da Sula veio o San Lorenzo, adversário Argentino e sempre complicado, mas o tricolor passou jogando bem as duas partidas. Nas quartas estamos diante de um adversário que sempre foi pedreira, inclusive ao SPFC. Lembro que o time que lidera o BR23 ficou em segundo na chave com o LDU nesta edição da Sula. Mesmo diante destes adversários o time foi primeiro e invicto na primeira fase, ou seja, faz uma inegável boa campanha.

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Na copa do brasil podemos dizer o mesmo, o tricolor vai muito bem e está na final, tendo eliminado seus dois principais rivais históricos. Mas reforço que não foram eliminações quaisquer e nos penais, como no ano passado contra adversários mais fracos, foram eliminações jogando bom futebol e dominando os dois adversários, seja dentro ou fora de casa. 

Um dado importante é que o SPFC é dos poucos clubes do país a disputar ainda 3 campeonatos simultaneamente, sendo que no BR já faz um tempo que as chances de conquista ficaram de lado, sobrando a disputa por uma vaga para a Libertadores 2024. Eu vejo os jogadores com certo desgaste físico neste momento, afinal, ter viajado e jogado na altitude de Quito não é uma coisa fácil, tanto que o desempenho lá foi sofrível, quase inacreditável, e aqui em MG contra o América ficou nítido o desgaste. Algo me diz que desde as vitórias sobre o Palmeiras e depois sobre o Corinthians os jogadores focaram nas copas.

Uma outra coisa não menos importante é o interminável problema com contusões de jogadores que poderiam ajudar muito neste rodízio entre os campeonatos. Para o jogo contra o América, para ficar no último jogo e ainda fresco na memória, o elenco não contava com Igor Vinícius, Beraldo, Ferraresi, Caio Paulista , Galoppo, David e Erison ainda contundidos. Olha a força que perdeu o ataque com as ausências. Por outro lado, sei que os jogadores não podem amolecer imaginando que poderão sempre reverter os resultados em casa, isso é uma coisa perigosa. Assim como não podem imaginar que quando quiserem reagem no BR. Mas de um time que disputa 3 campeonatos e vai bem em 2 não posso reclamar muito, apenas comentar que todo jogo deve ser levado a sério e uma vitória deve sempre ser o alvo. Mas nunca podemos nos esquecer do fator cansaço físico e mental. Chegaram em BH às 22h de sábado e jogaram domingo com todas as ausências que seriam importantes e foram citadas acima.

Se eu que não jogo só penso na partida da volta na quinta feira, imagina quem joga?!?!

Eu não estou justificando ou defendendo o desempenho fora de casa principalmente no brasileiro, mas algumas questões devem ser ditas e analisadas. Termino esta reflexão dizendo que nos anos de 1992 e 1993, o melhor SPFC de todos os tempos disputou as duas finais da Libertadores. Os dois jogos fora de casa foram com derrota e com certa dramaticidade, principalmente em 1993. A memória pode nos trair as vezes. E vamos combinar que o elenco de hoje não chega perto daquele, a começar pelo meio de campo, o setor que ganha jogos.

Estarei no Morumbi para este jogo contra a LDU.

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes