Além das 4 linhas – Meio de campo

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Sempre leio que a principal diferença entre o treinador Rogério Ceni e o Treinador Dorival Jr é a ocupação do meio de campo. Isso foi perceptível a nós torcedores também, pois o meio de campo do tricolor passou a ser mais combativo e mais e melhor ocupado.

O esquema do Dorival é o 4.2.3.1 atualmente, mas na linha de 3, Nestor e Rato ajudam muito no meio também, formando com Alisson e Pablo um quarteto de marcação e ocupação de espaços. Levando em conta que Rafinha sobe pouco, percebemos o quanto a defesa fica protegida. Rogério gosta de ter mais gente na frente e escolhe peças com menos poder de marcação, o caso entre Alisson e Gabriel por exemplo. Nestor também passou a ocupar uma outra área do campo com Dorival.

Escrevi outro dia que para escalar James, Lucas e Calleri juntos, talvez mais um volante tenha que entrar, caso do Galoppo por exemplo, mudando o esquema para o 4.3.1.2, com Lucas e Calleri na frente e James na meia. Talvez seja apenas questão de posicionamento do Nestor, que sempre foi segundo volante na base. Pelo que vi contra o Grêmio, o Michel Araújo entrou na disputa também, já que jogou muito bem, aliás, ele sempre entra bem. Contra o Palmeiras, tirando a falta de vontade e foco de todos na partida, vimos que James e Lucas pouco marcam. Com Gabriel de primeiro volante e Caio na esquerda, o time ficou fraco em marcação. São coisas que Dorival está conhecendo e aprendendo sobre o elenco neste momento, quando é possível fazer testes. Eu li que James ficou triste em não jogar as finais da copa do Brasil, mas alguém duvida da capacidade do Dorival em montar um time para confronto eliminatório? James jamais faria o que fizeram Nestor e Rato por exemplo naqueles dois jogos.

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Um dos temas que abordei recentemente e que a mídia profissional também aborda é o comportamento do time quando joga fora de casa. É muito curioso ver a diferença nos resultados entre casa e fora de casa, principalmente no BR23. Eu penso que ao deixar o BR em segundo plano, os caras simplesmente deixaram para jogar “tudo” apenas em casa. Até a diretoria já declarou que o foco foi nas copas e que continuará assim em 2024. Por outro lado, a falta de opções no elenco não dava a Dorival a possibilidade de armar times com formas diferentes de jogar. Por exemplo? O elenco não tinha peças de velocidade e armação. Agora tem. Isso pode dar a Dorival a possibilidade de jogar fora mais fechado saindo para contra-ataque em velocidade com pontas e lançador, o caso do James, Lucas e Erick. O SPFC ainda quer mais um ponta e parece que vai precisar de volante marcador, pois Mendez não engrenou e Luan nunca mais foi o mesmo, ou seja, sem Pablo a coisa fica feia.

Gente, este final de temporada só serve para análise da comissão sobre alguns atletas, casos de David, Erison, Pato, Juan, Nathan, Patrick e mais alguns. O resultado das partidas pouco importa neste momento. Já sabemos que acontecerão mais saídas do que chegadas, já que Dorival quer diminuir o elenco e ao mesmo tempo dar melhor nível, ou seja, quem chegar será melhor do que quem sair. É o caminho natural a um clube que se refaz de tempos catastróficos.

Está ficando interessante o elenco com as chegadas e recuperações. Minha grande torcida neste momento é pelas presenças de todos em 2024, isso sim é o importante agora. Confio na capacidade da comissão técnica e de Muricy em escolher o elenco para a próxima temporada e repito, torço peça permanência de todos, com exceção daqueles que a comissão resolver não ficar e nós torcedores já imaginamos quais serão.

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes