Casagrande compara Ganso com Pirlo e sugere são-paulino como volante

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Globoesporte.com

Comentarista afirma que futebol brasileiro deixou de produzir centroavante, meia esquerdo e armador, enquanto outros centros no mundo recuperaram essas funções

Um recuo tático. É isso que Walter Casagrande acredita que precisa acontecer na carreira do meia Paulo Henrique Ganso. Após a derrota do São Paulo para o Corinthians, por 1 a 0, pelo Campeonato Paulista, no Morumbi, o comentarista confessou que saiu decepcionado com a atuação do jogador. No entanto, se lembrou de um comentário do técnico Muricy Ramalho, dizendo que ele poderia passar a atuar como segundo volante. Casagrande não apenas concorda, como compara o jogador tricolor com Andrea Pirlo, da seleção italiana e doJuventus  (assista ao vídeo).

– O Muricy falou que ele pode ser um segundo volante e pensei logo no Pirlo, que é segundo volante. Acho que o Paulo Henrique Ganso está perdendo espaço naquela posição, porque o jogo está muito veloz. Chega naquele espaço de campo que ele joga, a marcação é muito forte, o raciocínio tem que ser muito rápido. O Ganso é rápido no raciocínio, mas é lento nos movimentos. Talvez lá atrás ele encontre o início da jogada, a visão do campo, um espaço melhor para pegar sem a marcação. Talvez seja esse o futuro do Ganso – analisou durante o “Bem, Amigos!”.

Ganso São Paulo (Foto: Marcos Ribolli)
Para Casagrande, Ganso deve passar a desempenhar outra função em breve (Foto: Marcos Ribolli)

Casagrande também fez uma análise ampla da formação de atletas no futebol brasileiro e concluiu que houve uma pausa na renovação. O comentarista afirmou que posições básicas como centroavante, meia-esquerda e armador foram eliminadas há mais ou menos 10 ou 15 anos.

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– O Brasil pegou a linha contrária da evolução do futebol, foi eliminando posições básicas como centroavante, meia-esquerda, armador há 10 ou 15 anos. Está tentando recuperar agora e não consegue. Quase o mundo todo joga com três atacantes na frente, com dois do lado e um enfiado. E quase todo o mundo tem um 10 que arma a jogada, que toca a bola para o outro fazer o gol, que cria, que pensa, que inventa uma jogada. A Itália também tem essa dificuldade, mas tem o Pirlo. O Brasil não tem esse jogador – disse.

O narrador Galvão Bueno ainda fez um comparativo e citou que atualmente os destaques ofensivos do futebol brasileiro nos últimos anos são estrangeiros como Tevez, Barcos, Paolo Guerrero, Montillo e Conca. Casagrande completou afirmando que em décadas passadas, os destaques estrangeiros no Brasil eram defensivos e citou nomes como Darío Pereyra, Hugo de León e Figueroa. Galvão concluiu lembrando que hoje em dia os destaques brasileiros no mundo são zagueiros e goleiros, e não mais armadores e atacantes como em outros tempos.