Agora “professor”, Milton Cruz muda rotina própria e do São Paulo

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Gazeta Esportiva – Tossiro Neto

À frente do São Paulo há um mês, Milton Cruz não se enxerga como o técnico da equipe de fato, mas o é na prática. Desde que assumiu o cargo de forma interina pela primeira vez, em 1999, ele nunca havia passado de três jogos. Agora, já são seis (sendo cinco vitórias), o que deu conforto à diretoria para cessar a busca por um treinador e levou o elenco a colocá-lo em um nível acima na hierarquia.

“A gente tem que estar apto ao que o professor determinar”, disse Bruno, na quarta-feira. O lateral direito voltou a ganhar espaço justamente sob comando de Milton, que não era chamado de professor enquanto auxiliar de Muricy Ramalho. Independentemente da nomenclatura, porém, o relacionamento entre os jogadores e ele não mudou. “Mesmo antes, ele conversava e puxava nossa orelha ou brincava. E está mantendo isso. Estamos todos unidos”.

O que mudou foi a rotina de trabalho. Tanto de Milton Cruz quanto do elenco. Como comandante, ele tem chegado mais cedo do que antes ao CT da Barra Funda e acumula novas funções. Com ajuda basicamente do preparador físico José Mário Campeiz, agora exerce o trabalho em campo que anteriormente era tocado com mais dois funcionários – ao sair, Muricy levou consigo também seu auxiliar, Tata.

“Eu tenho que cruzar e cabecear”, brincou, na quarta-feira, depois do triunfo por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. A mudança o fez perder quatro quilos e ficar mais distante dos familiares, algo que ele valoriza bastante, como demonstrou ao interromper a entrevista coletiva para citá-los.

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“Quero agradecer minha família, meus filhos, meus pais, minha irmã. Eu acabo me esquecendo de falar deles e, quando chego em casa, tomo puxão de orelha. Nem paro muito mais em casa, fico vendo jogos. Mas eles estão me ajudando bastante, eles sofrem também. Quero agradecer pelo apoio que têm dado a mim”, falou, dizendo-se grato também a Muricy.

Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Substituto de Muricy Ramalho no comando técnico do São Paulo tem feito modificações no dia a dia no CT

Embora seja muito amigo do ex-comandante, Milton Cruz modificou alguns pontos no São Paulo em um mês. Mudou alguns nomes e posicionamentos e alterou a rotina de trabalhos no CT. O coordenador técnico faz questão de tentar utilizar ao máximo todos os jogadores nas mesmas atividades e, antes das partidas, não faz mistério sobre a escalação da equipe, por exemplo. Uma prova de segurança no próprio trabalho.”Sim. Temos grandes jogadores, então você tem que observar o adversário e colocar os que se encaixam. Eu tenho confiança no que vai ser feito. Confio os jogadores, conheço eles. Trabalho em cima do que vai ser feito no jogo”, justificou o novo professor são-paulino.

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