Ainda é muito cedo para juras de amor ao ‘professor’ Osorio no soberano São Paulo

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Fonte: Blog do José Roberto Malia – ESPN

Devagar com o andor que o santo é de barro. O ‘professor’ colombiano Juan Carlos Osorio, o Guardiola de CM Aidar, merece a torcida de todos por um casamento feliz no soberano São Paulo, uma longa lua de mel de chuteiras.

Já está mais do que na hora de o futebol brasileiro sair da mesmice em que se encontra, passando de mão em mão, quase sempre sem sucesso, por treinadores que se acham o máximo sem ter superado o mínimo. Agarram-se ao mercado com unhas, dentes e um condenável corporativismo.

A mídia caolha, porém, deve puxar o freio de mão no tic-tac do coração branco, vermelho e preto. Analisar o desempenho de Osorio com a razão e não com a paixão, a menos que se trate de um PhD em ludopédio, um gênio que se encontrava perdido na Colômbia.

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O próprio ‘professor’ procurou jogar uma ducha de água fria nos elogios que entupiram o vestiário do Morumbi e os microfones após o triunfo sobre o Grêmio: “Não acho justo de minha parte acreditar que tenho participação. Quero elogiar o trabalho muito bom do Milton. Eu continuo com uma ideia similar à dele e obviamente somei algumas coisas.”

Fato: o eterno interino Milton Cruz dirigiu o Tricolor em 12 jogos. Ganhou oito, perdeu três e empatou um. O time marcou 20 gols e sofreu apenas oito. Contribuiu decisivamente para a equipe chegar ao recorde de 12 vitórias consecutivas em casa.

‘Muriçoca’ Ramalho também. Nesta temporada, o São Paulo apresenta um aproveitamento de 94% em seu estádio. Ganhou 16 jogos e só perdeu o clássico para o Corinthians.

Na Libertadores (quatro embates) e no Brasileirão (também quatro), o time tricolor passou por cima dos coirmãos. Assinalou 41 gols e tomou seis.

Osorio contribuiu com 90 minutos e muitos bilhetinhos à beira do campo, com caneta azul ou vermelha – o que, certamente, lhe renderá um bom contrato publicitário da Bic se justificar a aposta do clube e o turbilhão de amabilidades da mídia após o pontapé inicial.