Antes de clássico, Ceni encara o frio e joga com torcedores no Morumbi

81

GloboEsporte.com

Por João Gabriel Rodrigues

 

Tricolores pagam R$ 4.480,00 e realizam sonho de jogar com M1t0, que atuou na linha, deu passes para gols e cobrou 46 pênaltis na noite desta sexta-feira.

 

O goleiro Rogério Ceni realizou o sonho de 44 torcedores do São Paulo, nesta fria sexta-feira, no Morumbi. A menos de 48h para o clássico contra o Palmeiras, no domingo, o M1t0 participou de duas partidas com tricolores, que pagaram R$ 4.480,00 para estar em campo com o ídolo. O goleiro não fez gol, mas deu passes e distribuiu abraços dentro do gramado.

Publicidade

– Para mim foi muito legal. Realmente é um valor expressivo que eles pagaram, mas eu disse que eles aproveitassem ao máximo. Não só por jogar comigo, mas por realizar um sonho de jogar no Morumbi. A primeira impressão que eu tive quando cheguei ao Morumbi foi de não imaginar algo desse tamanho. Olhar esse momento especial para eles. Foi uma reação muito bacana.

rogerio ceni são paulo (Foto: Alex Silva/Estadão Conteúdo)

Rogério Ceni e Aloísio Chulapa durante festa com torcedores no Morumbi (Foto: Alex Silva/Estadão Conteúdo)

Ceni quase ficou fora do evento devido a uma lesão muscular na coxa direita. Mas, recuperado, fez a alegria dos torcedores. Antes das partidas, participou de uma palestra. Em campo, claramente evitou fazer muito esforço. Do outro lado, os torcedores foram orientados a pegarem leve com o M1t0, mas, segundo ele, nem precisou o alerta.

– Não precisou (risos) Todo mundo são-paulino, todo mundo quer ver o jogo no domingo. E eu só dou um toque na bola, não carrego. O pessoal se divertiu, comemorou, teve gente que fez três gols, vai até pedir música… – brincou.

No total, são três dias de evento, que é organizado pela agência oficial do clube. Foram disponibilizados três pacotes: o mais caro, com os jogos com Ceni, rendeu R$ 214.720,00. No total, o clube arrecadou pouco mais de R$ 850 mil com a iniciativa. Esse valor será dividido entre São Paulo, a agência de turismo do clube e Ceni.

No primeiro tempo da partida inicial, Ceni jogou no time de camisa branca, enquanto Aloísio Chulapa, ex-jogador tricolor e amigo do capitão, vestiu a camisa listrada. O M1t0 atuou como zagueiro e quase entregou dois gols para a outra equipe. É bem verdade que o time do goleiro não ajudou muito. Ficou perto de tomar o primeiro gol em cobrança de pênalti, mas Gabriel defendeu e, como presente, recebeu um abraço do ídolo.

rogerio ceni são paulo (Foto: João Gabriel Rodrigues)

Rogério cobra pênalti para torcedor tentar defender (Foto: João Gabriel Rodrigues)

– É utopia. Não importa o resultado do jogo. Pegar um pênalti no Morumbi e receber o abraço de Rogério é utopia. Nada mais importa. Posso sair do Morumbi e não fazer mais nada. Minha vida está completa – disse, empolgado, Gabriel.

– O árbitro foi mal porque não foi pênalti. Mas nosso goleiro foi muito bem – brincou Rogério.

Moacir Fernandes viajou de Fortaleza a São Paulo para jogar com Ceni. Há 13 dias, rompeu os ligamentos do tornozelo direito, mas viajou para São Paulo mesmo assim. Tudo para conhecer o ídolo.

– Vim do Ceará para o jogo com o Mito. Cresci vendo o São Paulo na TV e me apaixonei. E o Rogério é o maior símbolo do time. Poder me encontrar com ele é indescritível. Eu treino jiu-jitsu, rompi os ligamentos. Não aguentava pisar no chão. Mas eu tinha de vir. Veio todo mundo, minha namorada, meus pais. Era a chance que eu tinha de realizar um sonho de criança. É indescritível. Tentei dar três chutes, mas cada um mais fraco que o outro (risos). Dei uma enganada, mas tabelei com o Rogério. Nunca vou me esquecer – disse.

No segundo tempo, Ceni mudou de lado e chegou a dar o passe para um dos gols do time da camisa listrada, que venceu por 6 a 1. Na sequência, o goleiro cobrou pênaltis contra cada um dos torcedores que estavam em campo.

Dos 23 chutes, errou três, ao tentar dar uma cavada e ao mandar outros dois na trave. Foi para o gol apenas uma vez, mas não defendeu a cobrança de Aloisio Chulapa. O ex-atacante também tentou parar o chute do goleiro, mas não conseguiu.

No segundo jogo, o mesmo ritual. Ceni e Aloísio disputaram um tempo em cada time, e o goleiro voltou a cobrar pênaltis. A noite dos torcedores, então, estava completa.