Após vaias, irritação e mau futebol, Ganso ganha blindagem no São Paulo.

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UOL

Aos 32 minutos do segundo tempo do duelo com o Coritiba, Juan Carlos Osorio foi processar sua última alteração. Chamou Paulo Henrique Ganso para sair. Boschilia entrou. E a torcida do São Paulo, quase 60 mil pessoas no Morumbi, mostrou toda sua insatisfação com o rendimento do armador. Vaias ecoaram, reflexo da atuação ruim. Irritado com ele, com a torcida, com a troca proposta pelo comando, ele saiu sem sequer cumprimentar Osorio e chutou um objeto na área técnica. Mas a ordem no Tricolor é evitar o momento turbulento do camisa 10. Unidos, jogadores e comissão técnica preparam ‘blindagem’ para recuperar o futebol de Ganso.

O meia evidenciou seu descontentamento. Cabeça baixa, sem palavra alguma. Deixou o Morumbi sem passar pela zona mista. Não deu explicações para a reação. E se falta justificativa para o atleta, sobra aos torcedores. As vaias foram reflexo de uma partida com muitos passes errados e uma chance evidente de gol concluída para fora.
“Ainda não conversei com ele, seguramente vamos conversar na terça ou quarta-feira, quando voltarmos a trabalhar. Essas coisas não me perturbam, mas não são boas para o coletivo”, explicou o técnico Juan Carlos Osorio. “Concordo que falta espírito coletivo. Eu não tomo nada das reações para o lado pessoal, entendo que a adrenalina do momento é muito alta, entendo que não saiam felizes. Me surpreende isso (a falta de coletividade)”, completou.
Não foi o primeiro caso de insubordinação no São Paulo. Michel Bastos e Centurion já tinham reclamado recentemente. E exatamente Michel é quem mostra entender melhor a atitude do camisa 10, iniciando o tom que foi comum aos atletas, a defesa do jogador.
“Ele (Ganso) estava triste por causa da torcida ter cobrado. É um grande jogador, tem qualidade e a confiança de todos. Precisamos dele e sabemos que dará a volta por cima”, explicou. “Ninguém gosta de ser vaiado. O jogador sempre quer estar jogando. O Ganso sabe que é muito importante para o grupo. A torcida que o vaia, tenho certeza que aplaudirá muito”, completou.
As palavras do meia, que atuou como lateral esquerdo na vitória por 3 a 1 sobre o Coritiba, refletem o pensamento dos demais jogadores. E até mesmo de Osorio, que definiu as vaias ao ‘renegado’ como injustas.
“Não concordo com a torcida. Hoje a presença foi muito boa, mas não em relação ao Paulo Henrique (Ganso). Não estou de acordo que qualquer jogador saia vaiado. A torcida está lá para nos apoiar, não para agredir nossos jogadores”, explicou.
“Nós precisamos muito do Ganso. É um ótimo jogador, que tem muita qualidade. Corre, se esforça sempre. Ele saiu descontente com as vaias. É normal. Mas nós sabemos o quanto ele é importante para o grupo. São coisas normais do jogo”, definiu Rodrigo Caio.
Na reapresentação dos jogadores do São Paulo, apenas na quarta-feira, Juan Carlos Osorio vai ter uma conversa particular com o meia. Com total privacidade, poderá cobrar que novas atitudes pouco amistosas não ocorram. O próximo compromisso do Tricolor será apenas no domingo, diante do Sport, em Recife.

2 COMENTÁRIOS

  1. Infelismente, o Pato acha que pode jogar apenas com o seu passado, e, a muito não joga bem como no santos jogou, esta na hora de investir no Boschila ou colocar ali o Michel Bastos como meia e oficializar o Centurion como titular.