Osorio muda 6 pontos em dez dias e conquista elenco do São Paulo

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UOL

Guilherme Palenzuela

Há exceções pontuais, mas o elenco do São Paulo saiu do período de dez dias de preparação entre a derrota para o Atlético-MG, no dia 31 de julho, e o empate contra o Corinthians, no último domingo, com a impressão de que Juan Carlos Osorio é o profissional certo para fazer com que o time evolua coletivamente e cada jogador aprimore as próprias qualidade individuais.

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Ainda na preleção para o clássico, minutos antes do apito inicial no Morumbi, Rogério Ceni palestrou à equipe e disse que nunca havia visto um período de treinos tão produtivo quanto o dos últimos dez dias. O capitão frisou que mesmo com tanto tempo livre, o treinador optou por fazer apenas um treino coletivo, e focou a preparação em atividades táticas e técnicas, setorizadas por posição e que simulassem situações de jogo. Neste período, diversas mudanças no CT da Barra Funda fizeram os jogadores acreditarem que houve grande evolução, mesmo após apenas o empate por 1 a 1 no Morumbi.

Quais foram as mudanças?

Folga

A preparação do São Paulo para o clássico começou com folga. O São Paulo treinou por dois dias depois de perder para o Atlético-MG e teve folga nos dois dias do fim de semana de 1 e 2 de agosto. “Dois dias e meio”, como disse Osorio, uma vez que o elenco só se reapresentou na tarde de segunda-feira (3). Vários atletas usaram as 60 horas de folga para viajar com a família, algo que o treinador enxerga como necessário para que o elenco não acumule estresse e tenha alguns momentos para aliviar a pressão.

Sem coletivo

Na tarde de segunda-feira os treinos começaram em alta intensidade, mas sem coletivo. Juan Carlos Osorio optou por atividades táticas ou técnicas, que misturassem exercícios de preparação física. Em diversos momentos, defensores, meio-campistas e atacantes foram divididos em trabalhos setorizados e específicos para cada posição. O único trabalho como time foi feito na quinta-feira (6) em jogo-treino contra a Portuguesa, no CT da Barra Funda.

Porta fechada

O São Paulo só abriu os treinamentos para a imprensa em dois dias da última semana: segunda e terça-feira. Nos três últimos dias antes do fim de semana as atividades foram feitas com portões fechados. Quando a imprensa entrou no CT, só foi possível ver o fim dos treinos ou nem isso, como na quinta-feira.

Dois esquemas táticos

A comissão técnica são-paulina trabalhou para afinar dois esquemas táticos nos últimos dias. O primeiro trabalho foi para lapidar o 3-4-3, formação que Osorio já vinha utilizando e com a qual o São Paulo iniciou o clássico – com a possibilidade de variação para o 4-3-3, quando o zagueiro central avança para o meio de campo como primeiro volante. A segunda alternativa tática foi colocada em prática no jogo-treino contra a Portuguesa: 3-3-3-1, com um volante à frente dos três zagueiros, na mesma linha dos alas, uma terceira linha com um meia central e dois abertos pelos lados do campo, e um centroavante – essa formação foi usada no segundo tempo do clássico.

Breno como volante

Breno não só voltou a jogar após mais de quatro anos parado como voltou em nova posição. O zagueiro revelado pelo São Paulo entrou no segundo tempo do clássico como volante. Foi a entrada de Breno que resultou na mudança do 3-4-3 para o 3-3-3-1. Ele atuou à frente do trio de zaga e entre os dois alas – Osorio chegou a cogitar a possibilidade de iniciar a partida contra o Corinthians com esse esquema tático e com Breno no time titular. “É uma situação que trabalhamos, eu falei para o Breno, ele jogou nessa posição contra a Portuguesa e jogou muito bem. Sua principal virtude é ir pra frente, não recuar”, analisou o treinador depois do jogo.

Zagueiro estreante e com função ofensiva

Apresentado na terça-feira (4), Luiz Eduardo estreou já como titular e com função específica. Canhoto e com alguma facilidade para sair com a bola, ele teve como função tentar passes diretos em diagonal – sempre partindo do lado esquerdo da defesa são-paulina em direção à ponta direita ofensiva, tentando encontrar Ganso, na meia direita, ou o ala Bruno. “Mostrou que tem qualidade. Quero elogiar o Milton [Cruz, coordenador técnico], ele identificou o Luiz Eduardo e acho que foi um acerto total”, falou Osorio, depois do empate.

6 COMENTÁRIOS

  1. Sempre acreditei e elogio Osório. É preciso sair desse marasmo de treinadores como Leão, Celso Roth, Muricy.
    Treinador brasileiro há apenas Tite, Levir e Marcelo Oliveira. O colombiano sabe das coisas.
    Vejam a reunião com Carlos Alberto, Ernesto Santos, Candinho e Lazaroni – absolutamente CONTRA técnicos e JOGADORES estrangeiros. É pura reserva de mercado. Ou falando de outra forma: a merda é patrimônio nosso.
    Considero o elenco do São Paulo fraco, embora os outros também não são grande coisa; e torço pelo aproveitamento cada vez maior de jogadores da base e da Serie B, C.
    E pela aposentadoria de RCeni, pois temos ótimos goleiros na reserva.