São Paulo usa receita recorde para tentar sair do buraco, e pagar Maicon

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Rodrigo Mattos – UOL

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A crise do São Paulo não é deste ano: vem pelo menos desde 2014 quando Carlos Miguel Aidar assumiu o clube. E o buraco em que o clube se meteu, além dos problemas políticos, tem relação direta com rombos financeiros. Por isso, a diretoria são-paulina tenta usar uma receita recorde que obteve até agora em 2016 para resolver essas questões e tentar sair desse imbróglio.

O São Paulo registrou receita de R$ 280 milhões até julho de 2016, segundo o diretor financeiro, Adilson Alves Martins. Isso representaria R$ 40 milhões por mês, o que ultrapassaria qualquer renda do clube em anos anteriores. Para se ter ideia, o clube fechou com R$ 331 milhões em 2015, ou R$ 27,5 milhões por mês. Ressalte-se que as rendas de 2016 estavam concentradas no primeiro semestre.

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O valor obtido é bem superior ao projetado no orçamento até este período que seria de R$ 190 milhões. Isso graças às vendas de jogador (R$ 60 milhões), patrocínio, bilheteria, prêmios de Libertadores acima do projetado, além de receitas de televisão.

As despesas ficaram em R$ 196 milhões, também acima do projetado que era de R$ 150 milhões. Mas, ainda assim, houve sobra – até porque ainda foram recebidas as luvas da Globo (R$ 60 milhões) que não estão contabilizadas acima.

E o que clube fez e fará com essa sobra? Primeiro, houve a redução de um terço da dívida de empréstimos (R$ 170 milhões para R$ 115 milhões). Ressalte-se que esse é só o valor de empréstimos. O débito total do clube ao final de 2015 somava R$ 359 milhões (incluindo R$ 77 milhões fiscais). Só ao final de 2016 o se saberá qual o tamanho da redução. E situação não é de céu de brigadeiro.

”Tivemos esse superávit nestes meses, mas agora passamos a pagar o contrato do Maikon então há dinheiro para pagar isso”, contou o diretor Alves Martins. ”Faremos uma grande gestão sem fazer loucura para resolver a questão.”

Explica-se: nos últimos dois anos, o São Paulo somou déficit de R$ 180 milhões em dois anos. Cada vez os juros bancários se acumulavam mais, a dívida privada e pública crescia. O clube até imposto deixou de pagar. Agora a perspectiva da diretoria é acabar com pequeno superávit ao final do ano. ”O orçamento previa déficit de R$ 10 milhões, mas achamos que dá para acabar com um número positivo”, contou o diretor são-paulino.

Outra medida que está em curso é renegociar a dívida de empréstimos que existe para ser paga em cinco anos. Assim, o clube sairia da asfixia dos dois últimos anos. ”Hoje, o São Paulo vende jogador se a proposta for muito boa. Se não for, pode adiar um pouco. Diferente de quando precisava vender de qualquer jeito para pagar”, analisou o diretor.

As medidas da diretoria serão mostradas ao Conselho Deliberativo na segunda-feira. Esse números indicam que o clube se ajeitou para sair do buraco do financeiro. Mas a real situação só será conhecida com o balanço do final de 2016 já que o São Paulo não divulga dados trimestrais.